segunda-feira, agosto 03, 2009

Continuação...

Bem, como escrever é mais forte que eu, continuo escrevendo aqui.
A quem interessar possa... :/

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Despedida

Bem, meus senhores, é 2007 e eu estou cansada de tudo! Estou cansada de tantas coisas, tantas coisas... e até de mim mesma. Resolvi, portanto, que minha primeira medida pra mudar tudo o que eu realmente acho que pode ser mudado, vai ser parar isto daqui, este blog. Pra mudar de atitude, mudarei mesmo, mudarei tudo o que pode ser mudado.

Não o tirarei do ar até que eu tenha copiado todo o seu conteúdo, mas nele não escrevo mais.

Caso eu mude de idéia e faça outro blog, mandarei o endereço diretamente aos e-mails d*s amig*s porque as coisas que eu escrevo deveriam ficar apenas entre el*s e eu, não é mesmo, meus senhores?

Tenham tod*s um ótimo 2007, inclusive aquel*s que lêem e não deveriam.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Meu Dia Internacional da Auto-Comiseração

“...aquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer...”

Ah, meus senhores, eu já estava chorando antes de ouvir essa seqüência (atrás da porta+trocando em miúdos) que a rádio câmara preparou pra destruir o que me sobra dos nervos...
Hoje é o Meu Dia Internacional da Auto-Comiseração. É um feriado de data móvel, na verdade, a data é multiplicável, ela se expande durante sobre os dias do ano, como uma ameba...
Estou naquela (continuo me perguntando se algum dia eu saí...) de não querer falar com ninguém, não querer sair, não querer tomar banho, faxinar, costurar, ler, comer, nada. Eu não deveria ter saído ontem, só me fez sentir mais miserável e só. Eu mencionei o fato de ter saído no meio do forró pra dormir no carro da minha amiga? Sei lá, meus senhores, me senti sobrando, inadequada, inútil e fora do contexto ali. Totalmente fora daquele contexto. Mas, afinal, qual é o meu contexto? Qual é o meu lugar? Onde eu pertenço? Onde?

Continuando a seqüência destruidora de nervos, na rádio câmara: Portishead. Claro. Tô tomando suco de laranja. Eu sei que, de estômago vazio, isso não me faz bem, mas eu não estou num dia de me fazer bem, de qualquer forma.

Pensamento recorrente: como suicidar-se pra parecer acidente. Seguros não cobrem danos auto-infligidos e nem suicídio, acho que devo ter dito isso em algum post desse ano. Que brega! Não, meus senhores, não vou tomar formicida ou raticida com guaraná e me sentar num banco de praça como fez aquele sambista que esqueci o nome agora. Era Alguma-Coisa Valente. Enfim, não vou me matar no reveillon e nem antes e nem depois. Quer dizer, não imediatamente depois. Não quero começar o ano dos outros assim tão deprimente quanto o meu. Fiquem sossegados que, quando eu resolver finalmente sair dessa tragicomédia que é minha vida, vou pensar numa forma de não comprometer as lembranças das pessoas que souberem disso, não vai ser em data comemorativa, nem no meu aniversário ou coisa assim, vai ser num dia comum, um dia sem nada de especial, como eu. Isso se a Vida não me sacanear, como eu acho que vai, e me matar da forma mais sorrateira e patética num dia bacana. Que merda, hein?, meus senhores?! Que merda.

Tenho pensado muito em sair daqui, dessa cidade, desse país. Isso daqui não é pra mim. E talvez eu devesse procurar onde é este lugar no qual eu me sentiria como parte, teria aquela sensação de pertencimento que eu pareço sentir só na BCE... Que ridícula sou eu... Que tipo de pessoas só se sentem bem num ambiente tão anônimo e empoeirado como a BCE?! Definitivamente preciso fazer algo a respeito da minha vida antes que eu realmente me convença de que nada disso vale a pena e salte pra o Nada.

Talvez só seja a merda da véspera do ano novo, meus senhores... Ano novo... pra quem? Pra mim, com certeza não vai ser. Nenhum ano é novo pra mim desde que eu percebi quem eu sou e qual é o meu papel neste mundo, nenhuma das respostas à estas perguntas são minimamente otimistas... Whatever... whatever...

Janeiro será o mês da decisão pra mim, meus senhores. Não, não se trata de esperar milagres. Trata-se d’eu cair na real. Eu preciso cair na real. Preciso em ater ao que é concreto, real, pra valer. Preciso me definir melhor como adulta, como pessoa. Aparar as arestas que podem ser aparadas, aquelas que estão nas minhas mãos e que eu estou continuamente deixando de lado. Janeiro, meus senhores. Mas parece que janeiro só chegará no próximo século. Parece que eu preciso esperar uma eternidade até janeiro... A merda toda é que antes de janeiro existe essa bendita celebração, esse Reveillon, essa festa que as pessoas fazem, pra onde as pessoas vão, na qual eu já estive também, mas – impressionante isso – nunca feliz...
Tudo o que eu não precisava agora era receber um e-mail que, inclusive, já apaguei definitivamente. Mas como apagar as palavras que se agarram nas pilastras da memória? Eu não quero passar por isso de novo, não quero relembrar, não quero tentar nada. O passado não se apaga. O passado permanece. Estou impregnada por ele, transpirando-o pelos meus poros, ruminando-o. e é bom que assim seja. Alguns equívocos não precisam ser relembrados constantemente, mas não devem ser esquecidos jamais. E eu me equivoquei gravemente. Chega. Não é porque estou num dia auto-lesivo que eu vá estender isso pra qualquer pessoa, ao contrário, muito pelo contrário, meus senhores! Eu sou tenho mais é que ficar em quarentena pra não prejudicar ninguém. No máximo, conversar com alguém pelo messenger porque aí dá pra eu fazer de conta que está tudo bem. Ninguém vai ouvir minha voz vacilante, e nem muito menos olhar essa minha cara de derrota, de quem não dormiu direito, e que provavelmente andou chorando, ninguém merece uma visão dessas. As pessoas estão se preparando pra ter um início, pra um recomeço, na verdade, uma nova chance de fazer as coisas melhores, de terem um ano melhor. Quem é precisa desse balde de água fria que sou eu ao vivo e a cores? Ninguém! Por isso é que eu preciso ficar em casa, preciso ficar aqui bem quietinha até que isso tudo passe, ou pelo menos até que pareça ter passado. Estou triste e quero ficar sozinha. Pelo menos a isso eu tenho direito, não?

Daqui a pouco eu tento dormir um pouco mais. O colchão está ali no chão me esperando. Não estou com sono, mas meu corpo está cansado. Provavelmente está exausto de mim, este parasita. Que corpo gostaria de abrigar uma mente como a minha? Só este mesmo. Eu jamais poderia ser diferente do que sou. Meu corpo sou eu, eu! Nenhum outro corpo transpareceria quem eu sou como este, magro, anguloso, desproporcional. Pena que o Schiele não me conheceu... Eu seria sua modelo perfeita. Talvez não, talvez ele me odiasse porque não haveria mais nada que ele pudesse deformar em mim, eu sou uma de suas pinturas, mas eu vivo num mundo que parece ser povoado por Michelângelos, Rafaeis, Renoirs, e... whatever... Ele teria me odiado... E eu amo as suas pinturas! Eu me reconheço nelas. Naquela solidão de ossos desajeitadamente expostos por peles que não são o bastante pra contê-los, carnes parcas e podres. Aquarelas tristíssimas. Eu me vejo ali, eu me reconheço ali. Eu nunca poderia gostar de Renoir como eu gosto de Schiele porque eu nunca seria uma das mulheres gorduchas, rosadas e sorridentes do Renoir. Meu corpo é o retrato do que eu sou e não há abundância de nada em mim, nem de carnes, nem de virtudes, só de auto-comiseração, mas acho que essa é uma daquelas grandezas de valores negativos, então quanto mais auto-comiseração, mais magra, menos carne, menos tudo o mais... Minha cor não poderia ser outra, tem que ser assim mesmo, pálida. Nem branca rosada como os brancos são, nem escura, definidamente escura, como a pele dos negros. E, assim como estou numa trincheira entre o real e o imaginário, meu corpo tem que ser assim também, tem que ser magro, anguloso, sem curvas, sem atrativos, eu não poderia ser nem alta e nem baixa, nem branca, nem negra, nem tão agudamente feia e nem esplendidamente bela. Preciso parecer o que sou: no limite, mas um limite enevoado, longe de ser nítido. Porque nada há em mim que seja nítido, bem definido, preciso. Eu sou o que sou, não é? Já quis tão ardentemente ser outra coisa e parecer outra coisa, às vezes qualquer coisa, mas não dá. Talvez isso funcione pra outras pessoas, com problemas de identidade bem piores que os meus... Eu sou isso daqui mesmo, não tem jeito, sinto muito, meus senhores... eu sinto muito mesmo.

Será que essa crisálida um dia será rompida?

sem medos, sem culpas...

“...sem medos, sem culpas...”
Sem medos, sem culpas? Você tá de sacanagem comigo?! Tudo em mim é medo e/ou culpa!
Eu não vou escrever. Não há nada a dizer que já não tenha sido exaustivamente de um ou de outro lado.
Eu não quero mais prolongar nada, não quero me envolver. Nem com ele, nem com ninguém.
Quero mais é que todas as memórias de todas as sensações provocadas por um homem – qualquer homem – sumam de mim, da minha mente, do meu corpo. Só essa azia já é sensação mais do que bastante. Chega de sentimentos inúteis, esperança... Quer coisa mais inútil do que esperança? Cansei de esperar. Agora eu faço. Eu ajo, e no domínio dos sentimentos nunca há muito o que se fazer, quer dizer, nunca há o suficiente. E pra mim tudo sempre é pouco. Sempre. Pois bem, eu abdico desses sentimentos que só me trazem malefícios. Abdico de todos eles, de todas as paixões e vaidades. De todos os caprichos. De todo Desejo. Pra mim, chega. Não quero desejar nenhum homem nunca mais. Tampouco quero ser desejada, embora isso seja extremamente fácil de se cumprir por parte deles, na verdade é só continuar a seguirem a tendência em voga.

Passei os últimos cinco dias na casa da minha irmã. Estou lá desde o natal, mas felizmente fiquei sozinha em casa. Quer dizer, sozinha não, Lost. Passei esses dias vendo a segunda temporada de Lost, achando ótimo o aparecimento do Mr. Eko, aquele monumento de ébano. Confesso que ele agora ocupa o lugar que era do Sayid: o número um, meu mais predileto entre os prediletos. Ai ai...
Mas eu vi outras coisas também: vi Ghost World, e revi Donnie Darko e Akira com meu sobrinho, e comecei a ver E sua mãe também, mas esse não deu pra terminar de ver. Eu fui convidada a passar o bendito natal na casa de um grande amigo, mas não estava no menor pique de enfrentar família de ninguém, nem a minha e nem a de ninguém. Eu deveria ter saído com minhas amigas nos outros dias, mas uma preguiça mortal me venceu e fez preferir ficar lá na casa da minha irmã. Eu não ando realmente empolgada pra sair pra canto nenhum. Não tenho sentido vontade de me vestir pra sair, de ver pessoas, de cumprimenta-las... E, claaaaaaro, minha auto-estima está em níveis críticos, abaixo do aceitável... Eu estou pesando menos de 50 kg, odeio meu cabelo, tenho certeza de que nem meu rosto é proporcional e nem muito menos meu corpo... Mas não ando chorando e nem nada não, só fico um pouco tristinha, mas depois volto ao normal.

Fui a um forró hoje, pra ser a atração principal, a freak da parada. Até aí tudo bem porque isso SEMPRE acontece. Pior mesmo foi dançar com um menino que ficou dançando comigo infinitas músicas. Eu via que ele fazia as coisas, toda a movimentação pra me beijar, mas eu estava totalmente desestimulada. O menino era bonitinho, e veio de Santa Catarina passar férias com a família. Bonitinho mesmo, educadinho, paciente com meus inúmeros erros forrozísticos, e todo cheio de amor pra dar, mas não teve jeito, eu simplesmente não consegui me ver fazendo aquilo. Senti-me como se eu tivesse 14 anos de novo e fugisse dos (poucos) caras que me apareciam pela frente. É como se eu tivesse perdido a coragem de beijar alguém, como se eu tivesse esquecido totalmente como é e agora fico com vergonha de recomeçar. Mas é melhor assim, meus senhores. Eu não tenho mesmo que beijar ninguém, não importa quão gatinho seja. Não vai rolar. Por quê? Eu é que pergunto, meus senhores, pra quê??? Se eu já sei onde vai dar e não gosto nem do percurso e nem do lugar de chegada, pra que começar? Enfim, vocês já estão cansados de saber como me sinto em relação a essas tentativas frustradas e desde sempre já sabidamente inúteis...
Whatever...

Acho que não vou sair de casa durante um bom tempo, não pra festas, só mesmo pra o cinema. E acho que o fato de estar totalmente sem nada pra fazer no Reveillon não me ajuda nem um pouco. Não pretendo ir a uma dessas festas caríssimas pra ver aquela multidão de desconhecidos e ainda ouvir música xarope a noite inteira. Jota Quest?, trance? Prefiro mesmo ficar em casa e jogar paciência spider que é mesmo o que devo fazer... Que início de ano mais pitoresco, hein? Se o Reveillon vai ser assim, que dirá o resto do ano...? Mas, por outro lado, é bom que eu vá me acostumando com essa vida de não ir à festas, de não ver essas pessoas que eu não conheço mesmo. Não é possível que iniciarei mais um ano e o levarei à cabo do mesmo jeito, sem nenhuma melhora no meu comportamento, sem acrescentar nada de novo – e de Bom – na minha vidinha medíocre e descompensada. Preciso lidar de forma adulta, responsável, com meu dinheiro e com as minhas emoções.

São quase sete da manhã. Dormirei agora antes que fique ainda mais claro. Não se preocupem comigo: talvez seja o meu grande período de lucidez, isto o que às minhas amigas parece pessimismo. Bem, talvez seja pessimismo também, mas isso não quer dizer que não seja um pessimismo bastante bem pensado e fundamentado. Boa noite, meus senhores.

domingo, dezembro 24, 2006

HANG THE DJ! HANG THE DJ! HANG THE DJ!

Acabei de chegar de uma festa, adeus 2006. Adeus 2006 era o nome da festa, eu ainda não me despedi desse ano. Aliás, pelo volume de frustrações que ele me trouxe, ou pior, que eu me deixei impregnar neste ano, acho difícil me despedir dele de verdade, deixá-lo ir e seguir adiante. Preciso ficar mais em casa. É melhor ficar em casa do que sair e ficar com essa sensação de que deveria ter ficado em casa... Dj’s, esse é o maior problema dessas últimas festas. O pior defeito que um dj pode ter – e estou convencida de que é defeito de fábrica de 99% deles – é tocar pra se mesmo. Eles simplesmente ignoram a pista esvaziando, as pessoas parando de dançar... O que interessa, na opinião desses xaropes, é a sua própria opinião. Ninguém vai pra uma festa onde toca uma banda como a Salve Jorge que toca só hits do Jorge Bem Jor pra ficar ouvindo as divagações lado B do dj! O som do dj tem que ser compatível com o som da banda. Será que só eu acho isso óbvio e ululante? Putz, aquilo ali tava parecendo um lounge, só faltavam os pufs! Que coisa mais brochante! É isso aí, os dj’s dessas últimas festas são simplesmente brochantes! São como aqueles caras que gozam, tiram o pau e viram de lado, numa comparação que, pra mim, é mais do que justa. São uns egoístas que deveriam ficar tocando uma em casa, e não em público. Foda-se a inovação! Quer dizer, se fosse uma inovação bem dançante, ok ok ok, mas não, tem que ser aquela coisa mais sem graça mas que o cara acha fabulosa fantástica alucinante e, enquanto isso, a pista fica entregue às moscas e a um ou outro bêbado eventual.
Agora eu só saio de casa pra ir a uma festa na qual eu tenha certeza de que o dj é um cara que põe as pessoas pra dançar e não pra dormir.

Mas eu já sabia que deveria ter ficado em casa... É que um incidente aconteceu aqui em casa entre as minhas amigas e eu: elas criticaram duramente a minha roupa, minha regata cinza e minha calça de chita. Começaram falando, quase em coro, que eu tava de final com tal regata e que tinha que trocar. Tanto elas me encheram, que eu troquei a bendita regata cinza. Primeiro erro da minha parte. Aí disseram que agora a outra regata, azul ciano, não estava combinando com a calça, que eu deveria pôr um jeans. Resultado: saí totalmente diferente do que estava. Foi a primeira e última vez que isso aconteceu, que eu dei ouvidos a opinião alheia sobre meu vestuário. Na próxima, digo que mudei de idéia e ficarei em casa. Não que elas tenham dito que eu só iria se trocasse de roupa, de jeito nenhum, mas eu pensei na hora “que mal pode fazer atender a elas que nunca me dizem nada sobre isso?”. Não há mal nenhum, mas simplesmente não sou eu. Eu sempre saio do jeito que eu bem entendo! E, ademais, tivesse ido eu no meu modelito hippie-sujo-de-pijamas, teria combinando 100% com as músicas do dj xarope... afff....

Um dos caras da banda da festa, o trombonista, era simplesmente a cara do israelita da Ilha Grande! Claro que só eu achei. Mas achei mesmo. Exceto pelo fato de que o trombonista usa óculos e tem o cabelinho um pouco maior, os dois são irmãos gêmeos idênticos, na minha opinião. Pior é que devo ter passado o show inteiro olhando pra o rapaz e conjecturando se era ou não igualzinho. Por mim, tudo bem porque ele é bem bonitinho e tem aquele arzinho nerd que eu adoro, mas, coitado, se ele reparou em mim – o que acho dificílimo – deve ter se sentido um franguinho de padaria sendo contemplado pelos vira-latas da vizinhança... Coitado. Juro que não falo por mal...

Decidi, mas ainda não comuniquei a elas (minhas amigas), que não viajarei no carnaval. Sim, tudo o que eu queria era viajar no carnaval, mas vai ficar caro demais, não posso bancar isso porque, mesmo que eu divida em dez vezes, as prestações ainda ficarão altíssimas. E eu preciso ajeitar minha vida. Preciso pôr os pés no chão. Chamem de síndrome de final de ano se quiserem, meus senhores, mas o fato é que eu tenho que assumir imediatamente a responsabilidade sobre minha vida, sobre a falta de bens duráveis na minha vida. Já deu pra perceber, a esta altura do campeonato, que não posso continuar vivendo como se eu fosse morrer amanhã. Porque estou nisso há anos e – surpresa! – continuo vivinha da Silva... Não que eu ache ruim, não é isso. Até que estou gostando de estar viva ultimamente, apesar dos pesares, mas é que eu realmente não imaginava durar tanto. Enfim, preciso tomar jeito e começar a viver como se eu fosse continuar viva amanhã porque essa é uma possibilidade das mais concretas. Estranho, mas é verdade.
Quanto às saídas, melhor me poupar dos aborrecimentos que um dj xarope pode trazer ficando mesmo é em casa. Além do mais, vou dar um jeitinho de deixar minha casa mais atraente pra mim mesma. Ah, se vou! Também tenho que em acostumar a estar cada vez mais só porque a vida é assim mesmo, especialmente pra alguém que não terá nem filhos pra ocupar os espaços e o tempo. Enfim, as amigas e os amigos vão tomando cada qual seu rumo e eu tenho que tomar o meu também, decidir coisas que serão boas pra mim a longo prazo e não imediatamente e somente imediatamente... Putz, essa é a tarefa mais árdua que conheço pra mim mesma... Ai meus deuses! Ai meus deuses!

Preciso ocupar minha vida com algo além da UnB. Trabalho não conta porque é pura obrigação. Pura obrigação. Preciso fazer algo pra me manter ocupada, de repente voltar pra academia, ou fazer um curso de corte e costura, pintura em porcelana ou qualquer coisa! Qualquer coisa! Deve ser mesmo a crise de final de ano... que merda...
Sim, meus senhores, hoje eu chorei sozinha. Estava conversando comigo mesma e não pude evitar. Eu não deveria ter saído de casa...

Definitivamente preciso de uma tv e um dvd... o que eu vou ficar fazendo no reveillon? Meus senhores, não há época no ano mais deprimente do que essa! E não estou dizendo isso na tentativa de receber um convite pra o reveillon não até mesmo porque se alguém me convidasse pra fazer qualquer coisa a essa altura do campeonato eu saberia que é por pura pena, não porque realmente queria que eu estivesse presente. Já passei da fase de achar que sou imprescindível num lugar, quer dizer, tirando no meu aniversário, sou prescindível em qualquer outro lugar e tudo bem, acho que se pode dizer isso de quase todo mundo mesmo.
Eu tenho evitado isso, meus senhores, mas acho que chegou o momento d’eu me isolar. É, é sério. Não ando sendo muito útil pra ninguém mesmo. E tive a certeza absoluta disso hoje por conta de uma conversa que tive com uma amiga pelo messenger. É que ela passou por uma fase muito difícil meses atrás e eu não liguei pra ela. Ela estava me contando que as pessoas simplesmente pararam de ligar pra ela. Meu consolo foi que eu nunca ligava mesmo antes disso, mas me senti triste assim mesmo. Eu quis dizer a ela que eu não liguei porque tive medo de, numa dessas conversas, deixa-la mais triste já que tenho uma vocação medonha pra deprimir os outros, pra dizer justamente aquilo que eles não querem ouvir de ninguém, muito menos de mim. Basta perguntar praquelas pessoas que costumavam ser minhas amigas e agora não são mais que elas confirmarão isso. Em momentos ruins o melhor é eu não falar com ninguém pra não piorar as coisas.

É, hoje eu tô me sentindo um beco sem saída.
Será possível pra um ser humano ser mais patético?
Odeio final de ano! Ainda não consegui nem mastigar a porra desse ano de agora e já vem outro aparecendo me gritando pra eu engolir logo que não dá mais pra adiar o novo, mais um ano novo, novinho em folha e já totalmente perdido...
Eu não gosto de comemorar “ano novo” porque, no final das contas, eles são sempre iguais. As coisas trash que acontecem, e tudo o que eu quero e nunca acontece, permanece numa constante ao longo dos anos e isso com certeza é culpa minha porque eu é que não consigo guiar direito minha vida, não é mesmo? Eu tinha tudo pra ter uma vida menos imbecil. Tinha potencial. Mas desperdicei tudo. Me concentrei demais na minha infância infeliz e na minha adolescência insuportável. Nem sequer amei as pessoas como elas mereciam e, porra!, isso era o mínimo que eu poderia ter feito. Não se preocupem, meus senhores, isso não é um bilhete suicida não, é só mais um triste retrospecto... Mais um. Não acrescentará absolutamente nada de novo aos meus lamentos anteriores... Que merda, né? Sou repetitiva, monótona até onde a vista alcança. Mas eu não tenho forças pra me matar. Pelo menos não ainda. Então vou continuar vivendo, mas em 2007 vou viver um pouco diferente porque me ocuparei com qualquer outra coisa além da UnB. Não faz bem pra uma mulher solteira à beira dos 30 se ocupar só com trabalho e faculdade. Hum hum, meus senhores. Não faz nenhum bem não, de jeito nenhum. Então eu arranjarei outras ocupações pra essa minha cabeçona de mamão, nem que seja um curso de culinária vegan!

Pois é, meus senhores, cá estou eu tomando suco de banana com morango (ele já vem assim na caixinha e eu adoro!) e fazendo cara de choro em frente ao computador pensando em como eu arruíno direitinho a minha própria vida e faço isso sem ajuda de ninguém. Nunca sou tão independente quanto nesses momentos de auto-sabotagem. Que merda, né?
E meu pulso continua doendo. O esquerdo. Tem um lugar específico nele que não pára de doer. Putz, estou de final demais!, é dor nas costas, no maxilar – e conseqüentemente no ouvido e na cabeça –, e agora, até no pulso! Continuo tendo o coração acelerado como se tivesse acabado de correr uma maratona. Não sei o que é isso, que porra de ansiedade é essa, mas tenho medo, meus senhores, de ir a um médico e de ouvir a resposta... Tenho medo mesmo. Porque se já faço coisas idiotas só com a vaga possibilidade de que morrerei amanhã, imagina se isso se transformar num laudo médico?! Aí é que fudeu tudo mesmo. Fudeu mesmo!

Who cares?!

sábado, dezembro 23, 2006

Ciano volta e Ciano vai...

Estranho como as coisas podem ser diametralmente opostas de um dia pra o outro. Incríveis essas mudanças, eu diria. Na noite de quarta, por exemplo, eu passei mal, muito mal mesmo, tive uma intoxicação alimentar do mal graças a um sanduíche do giraffa’s... Nossa, como eu passei mal naquela noite, nem dormi direito. Mas na noite de quinta eu passei muito bem e muito bem acompanhada! O Ciano voltou. Ele desdobrou uma passagem e passou o dia aqui. Foi bom o nosso dia, conversamos muito, andamos pela cidade, encontramos um amigo e conversamos mais, depois voltamos pra casa, demos uma cochilada e fomos pra o gate’s numa festa bem medíocre – graças ao dj peba que tava lá – com duas amigas minhas, depois fomos deixá-lo no aeroporto e cá estou eu.
Hoje de dia eu passei mal ainda, mas de manhã, assim que acordei. Mas depois tomei um bom banho, deitei e fiquei cochilando e esperando ele ligar dizendo que havia chegado. O vôo dele atrasou três horas, então consegui descansar bastante. Quando ele chegou, ficamos deitados conversando (eu no meu colchão e ele no chão porque não quis desenrolar o colchonete dele) um tempão até surgir a fome que nos impeliu pra fora.
Nossa, conversamos muito o que me deu até mais forças pra vencer o dia à base de suco, já que comida foi coisa que quase não vi de tanto medo de passar mal de novo hoje. Tomei uns sucos deliciosos no marieta em compensação.
Eu me cansei mais facilmente hoje, depois do passa-mal, do que normalmente. Tanto que tivemos que voltar pra casa pra eu cochilar, e ele também porque não tinha dormido na noite anterior.

Essa hora ele ainda deve estar lá no aeroporto, talvez cochilando porque seu vôo só sai mais tarde, mas ele precisava aproveitar a carona da minha amiga pra lá. Foda é que a festa tava tão peba que acabou cedo demais. Nossa, nunca vi o gate’s tão trash! Tinha só cara mala e feio. E a música teve baixos demais quando deveria ter tido só altos. Também tava bem vazio aquilo ali. Nossa, normalmente o gate’s é um inferno cheio de gente! O importante é que nós conseguimos nos divertir. Eu queria ter bebido mas fiquei com medo de passar mal, então tomei só água... afff...

Bem, amanhã preciso fazer várias e várias coisas, mas só depois que eu dormir até tarde, até estar tostando de calor aqui. Não tenho pressa pra nada mais agora.

Putz, já tem vários dias que meu pulso esquerdo está doendo quando faço determinados movimentos como abrir e fechar a mão.

Ah, fiquei super feliz porque consegui achar e comprar a agenda 2007 pequena, igual a que usei neste ano.
Fiquei feliz pela visita do Ciano e espero que ele chegue direitinho e sem muitos atrasos lá na casa dele.

Engraçado é que realmente a gente não tem nada a ver como casal, não poderíamos ter dado certo mesmo, mas como é bom sermos amigos assim! Putz, é muito bom tê-lo como amigo. Espero que continuemos assim por muitos e muitos anos....

terça-feira, dezembro 19, 2006

de férias!!!

Meus deuses como é bom estar de férias!
Ontem, por exemplo, eu saí! Plena segunda-feira e eu na rua de madrugada! A última vez que eu fui ao Criolina foi nas férias do início do ano.
Fomos eu e uma amiga e foi bem legal, exceto por três coisas: a fila pra entrar que me fez perder um montão de músicas bacanas; de novo os rappers naquela coisa de improviso que se estendeu por tempo demais; um rastafari inglês que tava cantando como numa espécie de karaokê e que durou uma eternidade e isso foi o pior dos três de loooooooonge.
No mais, foi bem bacana. Dancei pra caramba, tomei xiboquinha, não peguei fila no banheiro das mulheres e ainda tive um início de conversa em línguas estrangeiras ao sair, o que, pra mim, foi o mais divertido da noite. Bem, é que, na saída, eu e minha amiga estávamos do lado de fora esperando o táxi pra ir eembora, quando chegou um cara e perguntou se estávamos esperando um táxi. Ele pareceu bebum e inofensivo, mas não inconveniente, então eu respondi que sim e ele perguntou pra onde íamos, eu respondi asa norte, ele perguntou se queríamos dividir o táxi, porque ele estava indo pra o final da asa norte, então a gente pagaria a nossa parte e ele pagaria o restante, até a casa dele. Eu disse que tudo bem. Ele era simpático, sabe? Deu boa noite pra gente, se apresentou, disse que era legal e eu respondi “tomara!”. Aí ele encontrou com um amigo e eles começaram a conversar em italiano, depois em francês e ele falou de mim, aí eu vasculhei o fundo do meu cérebro em busca de palavras em francês pra responder porque eu consigo entender o que é dito, mas não consigo mais falar direito. E ele me respondeu em francês. Foi divertido. É difícil encontrar um cara que fale francês. E eu acho o idioma mais lindo do mundo, depois do português :>
Mas aí o táxi chegou e como ele e resolveu ir com o amigo e inclusive queria que o amigo nos desse carona, o que recusamos, entramos logo no táxi e ele ainda pediu pra gente não ir não, em inglês, e eu respondi que não dava, em inglês. Foi minha conversa mais idiomística em séculos. Gostei. Pena que realmente tínhamos que ir. Eu gosto de poder falar em outras línguas porque aí pratico alguma coisa, aprendo, porque como não faço curso de idiomas, meu conhecimento está indo embora... Depois, já na W3, descobrimos que aquele não era o nosso táxi... foi engraçado.
Quando chegamos em casa, eu estava abrindo a porta quando finalmente tive resposta aquela pergunta que me fiz sobre o amigo do bebum-simpático: de onde eu conheço esse menino? Resposta: eu estive na casa do menino, ele doou as camisas que um certo leitor me deu e que eu distribui pra quem quis. Putz, isso é o que dá tomar xiboquinhas num curto espaço de tempo... Ô memóriazinha de bosta. Puxa vida, se o menino me reconheceu, deve ter me achado uma mal educada por não tê-lo cumprimentado direito. Enfim, agora é tarde.
Nossa, eu quero sair todas as segundas-feiras que eu puder! É muito bom sair e não ter hora pra voltar e nem muito menos hora pra acordar!

Ah, meus senhores, e agora eu tenho uma arma secreta contra esse povinho barulhento que me circunda nessa vizinhança farofeira: protetores de ouvido pra isolar o som. Por exemplo, hoje de manhã, bem antes do que eu pretendia acordar, ouvi um puta barulhão vindo da Kombi embaixo da minha janela, daí eu levantei, pus os protetores, deitei e só acordei quando minha amiga já estava saindo, porque ela precisava que eu abrisse a porta. Nossa, foi bom demais! Não ouvi porra nenhuma do barulho!

Bem, eu estou de férias, meus senhores, mas como nem tudo é perfeito, ainda preciso voltar à escola pra terminar de preencher quatro diários... mas só pelo fato de poder chegar lá quase às três da tarde e não ter alunos, já é bom demais da conta! Nossa, bom demais!!! :>

domingo, dezembro 17, 2006

terreiro

Fui ao terreiro contem, à casa do Dr. Fritz, mas ontem, sábado, não era dia dele atender, era o dia da umbanda. Mas lá não é batuque não, não tem nem atabaque, pra minha tristeza. É light mesmo, só na base das rezas e banhos e cosias do modelo. Mas o bicho tá pegando pra minha família, o que é bem triste, mas, sabendo-se o que nos ataca, já há uma forma de contra-atacar. Eu espero.
Mais tarde, ao chegar do terreiro, fui ao cinema com duas amigas e vimos “o amor não tira férias” que é bem água-com-açúcar e achei tãaao fofinho... ai ai... mas não chorei não. Sei lá porquê, mas não chorei e o filme tem altos momentos com os quais eu muito em identifiquei, os deprês, claaro, porque coisas boas como essas de comédia romântica nunca acontecem na minha vida.
Depois fomos ao Conic, pra uma festinha que ia acontecer. Mas a festa demorou demais a começar, isso porque já começaria tarde, meia-noite, mas ainda começou depois disso o que me deixou bem cansada já antes da festa, ter que ficar lá fora em pé parada esperando... Eu não gostei dessa festa não e foi por dois motivos:
- estava fazendo uns 70o C porque não havia UMA ÚNICA janela aberta, e aquele monte de gente respirando, dançando, suando junto só fazia a temperatura subir e ainda SEMPRE tem os fumantes totalmente sem noção do que seja respeito e adicionam a esse quadro já medonho toneladas de fumaça fedorenta de cigarro que só serve pra empestear nossos cabelos cheirosos e nossas roupas cheirosas;
- eu não sabia, mas alguns dos nomes anunciados não eram de DJ’s, eram MC’s que ficavam entrando e cantando e improvisando ao invés de deixar a música rolar e me deixar dançar em paz. Putz, não há nada mais chato do que ir a uma festa pra dançar e ter q parar pra ficar ouvindo caras rimando. Tudo bem que é bacana, eu dou o maior apoio e valor à arte dos caras, MAS NÃO NUMA FESTA! Nada que interrompa a música dançante numa festa é bem-vinda pra mim. NADA.
Eu e minha amiga acabamos indo embora antes das 4h, o que é bem cedo considerando a hora em que a festa começou... Bem, fazer o que, né?, nem todas as festas podem ser fantásticas e fabulosas...

Hoje de tarde eu fui ao burger king comemorar o aniversário de uma amiga e, só pra variar, quando cheguei lá só tinha um pinguinho de gente, mas achei isso ótimo porque eles foram embora logo e eu fiquei comendo e conversando com minha amiga e o namorado dela que eu gosto bem mais do que o anterior, embora eu simpatizasse com o outro, mas esse agora é mais solto, mais engraçadinho. Depois fomos à uma livraria e eu comprei meus presentinhos de natal! Nossa, fico tão feliz quando ganho presentinhos de natal de mim mesma! É que já se foi ao longe a época em que eu ganhava umas lembrancinhas das minhas irmãs; agora sou adulta, né? Então eu mesma me presenteio. O bacana é que eu sempre me dou aquilo que eu queria, não tem erro! :>
Comprei pra mim dois livrinhos de bolso (meus senhores, eu já lhes disse como sou louca louca louca por livrinhos de bolso? É que é tão bom poder levar na bolsa livros pra onde eu for!) e uma coletânea da Rita Ribeiro que eu acho o máximo! Na verdade eu queria um zilhão de cd’s que tinha lá, mas...
* Interrompendo porque, neste momento, a Rita começou a cantar “você vai comigo aonde eu for, você vai bem, se vem comigo, serei teu amigo e teu bem, fica bem...” *
Então, retomando, eu queria um zilhão de cd’s que tinha lá, mas putz, como estavam caros! Eu queria muito um da Virgínia Rodrigues, mas não tinha. No final, achei até bom não ter porque se estivesse na mesma faixa dos outros... putz, cd nacional a R$33,00 ou mais é um absurdo! Absurdo! Cd nacional tinha que custar, no máximo, R$15,00. Aí todo mundo compraria cd’s originais, eu aposto.
Tinha uns cd’s de música erudita na promoção, a R$6,90, aí eu comprei uns de uns compositores que eu não conheço as músicas: Liszt, Saint-Saëns, e Granados. Depois que eu ouvir o da Rita eu começo a ouvi-los. É tão bom conhecer coisas novas em música!

Depois encontrei o meu mais novo amigo e fomos ver “filhos da esperança”. Bem, dessa vez a gente acabou se encontrando um tempão antes da hora do filme, aí ficamos conversando e conversando e conversando. Mas hoje ele parecia mais desconfortável e eu não sei com o quê... Até brinquei que havia o assustado ontem quando disse que não poderia ver o filme porque estava num terreiro... Ele riu e respondeu que ficou mais surpreso mesmo com a minha sinceridade porque eu respondi bem espontaneamente, naturalmente. Eu já respondi rindo que não tenho o hábito de inventar respostas menos ofensivas...
Acho que ele não gostou muito de ter saído comigo hoje, mas, enfim, ele que me ligou perguntando se eu queria ver o filme... Ele poderia ter simplesmente não ligado. Poderia. Bem, eu fico no silêncio numa boa, mas tem gente que não fica. Assim como tem gente que não curte o esquema da sinceridade...
Whatever.
O filme, “filhos da esperança” é muito bom, putz, do caralho. E, embora, seja tristíssimo, eu também não chorei. Ómeusdeuses! Acho que estou voltando ao normal! finalmente! Chega de lágrimas! Chega de sofreguidão, de lamúrias! Chega de chorar por tudo! Chega!
Bem, só sei mesmo é que o próximo filme que eu for ver terá que ser bem engraçadinho pra contrabalancear esse que foi foda. Putz, muito intenso... Um tema escroto: o fim do mundo, o fim das esperanças, a guerra, o desespero... nossa, que filme forte. Eu bem que gostaria de ter podido fazer uma coisa que eu queria: segurar a mão dele, mas achei totalmente inapropriado. O que ele poderia pensar?! Provavelmente a verdade: que eu queria segurar a mão dele e me sentir um pouquinho acolhida... Putz, ando nos limites da carência... ainda mais nessa época do ano... droga de natal. Sinceramente, esta seria a melhor época do ano pra eu começar a namorar. Sim, essa época do ano é difícil, é pior do que o maldito dia dos namorados. É natal, férias, dias inteiros sozinha, cercada por livros e por frustrações... eu sozinha nessa cidade vaga, sem vontade de ficar com minha família no bendito dia de natal, com vontade de dormir até que tudo fique bem e passar pelo reveillon como se ele nem precisasse existir... Nossa, natal e reveillon... que diazinhos mais deprimentes pra se estar só... E lá vem eles... lá vem eles na esquina... Então, poxa, sabe-se lá quando é que a sorte vai em extirpar desse mundo, então eu gostaria de ter podido segurar a mão do menino no cinema nas cenas tristes. Queria ter intimidade o bastante com ele pra ter feito isso. já que ele quer ser só meu amigo, podia me dar essa intimidade. Eu gosto de abraçar e tocar meus amigos. Mas ele eu não sei se posso. Só abraço e beijo quando a gente se vê e depois quando eu vou embora. Tadinho, ele não tem nada a ver com isso, isso é problema meu, das minhas faltas, das minhas lacunas, das minhas... ódeuses... da minha carência, da vontade de me apaixonar e ser correspondida, de ser tocada, de ser querida. É triste estar assim tão à deriva nesse Planalto Central... Será que eu realmente nunca mais terei um namorado? Será que eu só abraçarei meus amigos e irmãos e nenhum outro homem? Será que é isso, só isso?, eu dei um puta azar e acabou? Só isso? Simples assim?!
Nada de namorado pra você, mocinha!
Taí um presentinho que o Papai Noel poderia me dar... Não precisa ser o Jude Law não, especialmente não se ele vir com duas filhas pequenas... Pode ser só um cara do qual eu realmente goste e que goste de mim apaixonadamente. Reciprocidade, né, meus senhores, reciprocidade...

Acho que levarei minha afilhadinha-linda-linda-da-tia pra ver um desenho no cinema comigo. Idéia da minha irmã pra eu passear um pouquinho com ela, já que ela está de férias e eu – muito em breve – também estarei. Ómeusdeuses! Amanhã acho que é o último dia quem apareço no trabalho. Preciso preencher os benditos diários. Sou paga pra isso também, né? Então, ok, irei lá justificar meu salário nababesco passando o dia inteiro com meu rabinho ossudo grudado naquelas cadeiras da sala dos professores preenchendo meus lindos dezesseis diários escrevendo a mesma meeeeeeeerrrrrrrrda neles. Trabalho idiota. Tudo poderia estar informatizado. Poderia, mas quem quer simplificar a vida dos professores??? Pra que diminuir nosso sofrimento???

Ah, foda-se, já to ficando puta de raiva e ainda tem um pião escroto filho de uma escrota que tá ouvindo a porra do som do carro no maior volume e já são quase meia-noite. Por isso que esse mundo está como está! As pessoas simplesmente não dão a mínima se atrapalham os outros, se estão fodendo a vida dos outros. FODA-SE a humanidade! Respire fundo, Verônica. Respire fundo e pense em coisas boas.

Bem, meus senhores, agora eu vou sair disso daqui e vou ler um pouco antes de dormir, ou até dormir... :>

Boa noite a todos.