HANG THE DJ! HANG THE DJ! HANG THE DJ!
Acabei de chegar de uma festa, adeus 2006. Adeus 2006 era o nome da festa, eu ainda não me despedi desse ano. Aliás, pelo volume de frustrações que ele me trouxe, ou pior, que eu me deixei impregnar neste ano, acho difícil me despedir dele de verdade, deixá-lo ir e seguir adiante. Preciso ficar mais em casa. É melhor ficar em casa do que sair e ficar com essa sensação de que deveria ter ficado em casa... Dj’s, esse é o maior problema dessas últimas festas. O pior defeito que um dj pode ter – e estou convencida de que é defeito de fábrica de 99% deles – é tocar pra se mesmo. Eles simplesmente ignoram a pista esvaziando, as pessoas parando de dançar... O que interessa, na opinião desses xaropes, é a sua própria opinião. Ninguém vai pra uma festa onde toca uma banda como a Salve Jorge que toca só hits do Jorge Bem Jor pra ficar ouvindo as divagações lado B do dj! O som do dj tem que ser compatível com o som da banda. Será que só eu acho isso óbvio e ululante? Putz, aquilo ali tava parecendo um lounge, só faltavam os pufs! Que coisa mais brochante! É isso aí, os dj’s dessas últimas festas são simplesmente brochantes! São como aqueles caras que gozam, tiram o pau e viram de lado, numa comparação que, pra mim, é mais do que justa. São uns egoístas que deveriam ficar tocando uma em casa, e não em público. Foda-se a inovação! Quer dizer, se fosse uma inovação bem dançante, ok ok ok, mas não, tem que ser aquela coisa mais sem graça mas que o cara acha fabulosa fantástica alucinante e, enquanto isso, a pista fica entregue às moscas e a um ou outro bêbado eventual.
Agora eu só saio de casa pra ir a uma festa na qual eu tenha certeza de que o dj é um cara que põe as pessoas pra dançar e não pra dormir.
Mas eu já sabia que deveria ter ficado em casa... É que um incidente aconteceu aqui em casa entre as minhas amigas e eu: elas criticaram duramente a minha roupa, minha regata cinza e minha calça de chita. Começaram falando, quase em coro, que eu tava de final com tal regata e que tinha que trocar. Tanto elas me encheram, que eu troquei a bendita regata cinza. Primeiro erro da minha parte. Aí disseram que agora a outra regata, azul ciano, não estava combinando com a calça, que eu deveria pôr um jeans. Resultado: saí totalmente diferente do que estava. Foi a primeira e última vez que isso aconteceu, que eu dei ouvidos a opinião alheia sobre meu vestuário. Na próxima, digo que mudei de idéia e ficarei em casa. Não que elas tenham dito que eu só iria se trocasse de roupa, de jeito nenhum, mas eu pensei na hora “que mal pode fazer atender a elas que nunca me dizem nada sobre isso?”. Não há mal nenhum, mas simplesmente não sou eu. Eu sempre saio do jeito que eu bem entendo! E, ademais, tivesse ido eu no meu modelito hippie-sujo-de-pijamas, teria combinando 100% com as músicas do dj xarope... afff....
Um dos caras da banda da festa, o trombonista, era simplesmente a cara do israelita da Ilha Grande! Claro que só eu achei. Mas achei mesmo. Exceto pelo fato de que o trombonista usa óculos e tem o cabelinho um pouco maior, os dois são irmãos gêmeos idênticos, na minha opinião. Pior é que devo ter passado o show inteiro olhando pra o rapaz e conjecturando se era ou não igualzinho. Por mim, tudo bem porque ele é bem bonitinho e tem aquele arzinho nerd que eu adoro, mas, coitado, se ele reparou em mim – o que acho dificílimo – deve ter se sentido um franguinho de padaria sendo contemplado pelos vira-latas da vizinhança... Coitado. Juro que não falo por mal...
Decidi, mas ainda não comuniquei a elas (minhas amigas), que não viajarei no carnaval. Sim, tudo o que eu queria era viajar no carnaval, mas vai ficar caro demais, não posso bancar isso porque, mesmo que eu divida em dez vezes, as prestações ainda ficarão altíssimas. E eu preciso ajeitar minha vida. Preciso pôr os pés no chão. Chamem de síndrome de final de ano se quiserem, meus senhores, mas o fato é que eu tenho que assumir imediatamente a responsabilidade sobre minha vida, sobre a falta de bens duráveis na minha vida. Já deu pra perceber, a esta altura do campeonato, que não posso continuar vivendo como se eu fosse morrer amanhã. Porque estou nisso há anos e – surpresa! – continuo vivinha da Silva... Não que eu ache ruim, não é isso. Até que estou gostando de estar viva ultimamente, apesar dos pesares, mas é que eu realmente não imaginava durar tanto. Enfim, preciso tomar jeito e começar a viver como se eu fosse continuar viva amanhã porque essa é uma possibilidade das mais concretas. Estranho, mas é verdade.
Quanto às saídas, melhor me poupar dos aborrecimentos que um dj xarope pode trazer ficando mesmo é em casa. Além do mais, vou dar um jeitinho de deixar minha casa mais atraente pra mim mesma. Ah, se vou! Também tenho que em acostumar a estar cada vez mais só porque a vida é assim mesmo, especialmente pra alguém que não terá nem filhos pra ocupar os espaços e o tempo. Enfim, as amigas e os amigos vão tomando cada qual seu rumo e eu tenho que tomar o meu também, decidir coisas que serão boas pra mim a longo prazo e não imediatamente e somente imediatamente... Putz, essa é a tarefa mais árdua que conheço pra mim mesma... Ai meus deuses! Ai meus deuses!
Preciso ocupar minha vida com algo além da UnB. Trabalho não conta porque é pura obrigação. Pura obrigação. Preciso fazer algo pra me manter ocupada, de repente voltar pra academia, ou fazer um curso de corte e costura, pintura em porcelana ou qualquer coisa! Qualquer coisa! Deve ser mesmo a crise de final de ano... que merda...
Sim, meus senhores, hoje eu chorei sozinha. Estava conversando comigo mesma e não pude evitar. Eu não deveria ter saído de casa...
Definitivamente preciso de uma tv e um dvd... o que eu vou ficar fazendo no reveillon? Meus senhores, não há época no ano mais deprimente do que essa! E não estou dizendo isso na tentativa de receber um convite pra o reveillon não até mesmo porque se alguém me convidasse pra fazer qualquer coisa a essa altura do campeonato eu saberia que é por pura pena, não porque realmente queria que eu estivesse presente. Já passei da fase de achar que sou imprescindível num lugar, quer dizer, tirando no meu aniversário, sou prescindível em qualquer outro lugar e tudo bem, acho que se pode dizer isso de quase todo mundo mesmo.
Eu tenho evitado isso, meus senhores, mas acho que chegou o momento d’eu me isolar. É, é sério. Não ando sendo muito útil pra ninguém mesmo. E tive a certeza absoluta disso hoje por conta de uma conversa que tive com uma amiga pelo messenger. É que ela passou por uma fase muito difícil meses atrás e eu não liguei pra ela. Ela estava me contando que as pessoas simplesmente pararam de ligar pra ela. Meu consolo foi que eu nunca ligava mesmo antes disso, mas me senti triste assim mesmo. Eu quis dizer a ela que eu não liguei porque tive medo de, numa dessas conversas, deixa-la mais triste já que tenho uma vocação medonha pra deprimir os outros, pra dizer justamente aquilo que eles não querem ouvir de ninguém, muito menos de mim. Basta perguntar praquelas pessoas que costumavam ser minhas amigas e agora não são mais que elas confirmarão isso. Em momentos ruins o melhor é eu não falar com ninguém pra não piorar as coisas.
É, hoje eu tô me sentindo um beco sem saída.
Será possível pra um ser humano ser mais patético?
Odeio final de ano! Ainda não consegui nem mastigar a porra desse ano de agora e já vem outro aparecendo me gritando pra eu engolir logo que não dá mais pra adiar o novo, mais um ano novo, novinho em folha e já totalmente perdido...
Eu não gosto de comemorar “ano novo” porque, no final das contas, eles são sempre iguais. As coisas trash que acontecem, e tudo o que eu quero e nunca acontece, permanece numa constante ao longo dos anos e isso com certeza é culpa minha porque eu é que não consigo guiar direito minha vida, não é mesmo? Eu tinha tudo pra ter uma vida menos imbecil. Tinha potencial. Mas desperdicei tudo. Me concentrei demais na minha infância infeliz e na minha adolescência insuportável. Nem sequer amei as pessoas como elas mereciam e, porra!, isso era o mínimo que eu poderia ter feito. Não se preocupem, meus senhores, isso não é um bilhete suicida não, é só mais um triste retrospecto... Mais um. Não acrescentará absolutamente nada de novo aos meus lamentos anteriores... Que merda, né? Sou repetitiva, monótona até onde a vista alcança. Mas eu não tenho forças pra me matar. Pelo menos não ainda. Então vou continuar vivendo, mas em 2007 vou viver um pouco diferente porque me ocuparei com qualquer outra coisa além da UnB. Não faz bem pra uma mulher solteira à beira dos 30 se ocupar só com trabalho e faculdade. Hum hum, meus senhores. Não faz nenhum bem não, de jeito nenhum. Então eu arranjarei outras ocupações pra essa minha cabeçona de mamão, nem que seja um curso de culinária vegan!
Pois é, meus senhores, cá estou eu tomando suco de banana com morango (ele já vem assim na caixinha e eu adoro!) e fazendo cara de choro em frente ao computador pensando em como eu arruíno direitinho a minha própria vida e faço isso sem ajuda de ninguém. Nunca sou tão independente quanto nesses momentos de auto-sabotagem. Que merda, né?
E meu pulso continua doendo. O esquerdo. Tem um lugar específico nele que não pára de doer. Putz, estou de final demais!, é dor nas costas, no maxilar – e conseqüentemente no ouvido e na cabeça –, e agora, até no pulso! Continuo tendo o coração acelerado como se tivesse acabado de correr uma maratona. Não sei o que é isso, que porra de ansiedade é essa, mas tenho medo, meus senhores, de ir a um médico e de ouvir a resposta... Tenho medo mesmo. Porque se já faço coisas idiotas só com a vaga possibilidade de que morrerei amanhã, imagina se isso se transformar num laudo médico?! Aí é que fudeu tudo mesmo. Fudeu mesmo!
Who cares?!
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