sem medos, sem culpas...
“...sem medos, sem culpas...”
Sem medos, sem culpas? Você tá de sacanagem comigo?! Tudo em mim é medo e/ou culpa!
Eu não vou escrever. Não há nada a dizer que já não tenha sido exaustivamente de um ou de outro lado.
Eu não quero mais prolongar nada, não quero me envolver. Nem com ele, nem com ninguém.
Quero mais é que todas as memórias de todas as sensações provocadas por um homem – qualquer homem – sumam de mim, da minha mente, do meu corpo. Só essa azia já é sensação mais do que bastante. Chega de sentimentos inúteis, esperança... Quer coisa mais inútil do que esperança? Cansei de esperar. Agora eu faço. Eu ajo, e no domínio dos sentimentos nunca há muito o que se fazer, quer dizer, nunca há o suficiente. E pra mim tudo sempre é pouco. Sempre. Pois bem, eu abdico desses sentimentos que só me trazem malefícios. Abdico de todos eles, de todas as paixões e vaidades. De todos os caprichos. De todo Desejo. Pra mim, chega. Não quero desejar nenhum homem nunca mais. Tampouco quero ser desejada, embora isso seja extremamente fácil de se cumprir por parte deles, na verdade é só continuar a seguirem a tendência em voga.
Passei os últimos cinco dias na casa da minha irmã. Estou lá desde o natal, mas felizmente fiquei sozinha em casa. Quer dizer, sozinha não, Lost. Passei esses dias vendo a segunda temporada de Lost, achando ótimo o aparecimento do Mr. Eko, aquele monumento de ébano. Confesso que ele agora ocupa o lugar que era do Sayid: o número um, meu mais predileto entre os prediletos. Ai ai...
Mas eu vi outras coisas também: vi Ghost World, e revi Donnie Darko e Akira com meu sobrinho, e comecei a ver E sua mãe também, mas esse não deu pra terminar de ver. Eu fui convidada a passar o bendito natal na casa de um grande amigo, mas não estava no menor pique de enfrentar família de ninguém, nem a minha e nem a de ninguém. Eu deveria ter saído com minhas amigas nos outros dias, mas uma preguiça mortal me venceu e fez preferir ficar lá na casa da minha irmã. Eu não ando realmente empolgada pra sair pra canto nenhum. Não tenho sentido vontade de me vestir pra sair, de ver pessoas, de cumprimenta-las... E, claaaaaaro, minha auto-estima está em níveis críticos, abaixo do aceitável... Eu estou pesando menos de 50 kg, odeio meu cabelo, tenho certeza de que nem meu rosto é proporcional e nem muito menos meu corpo... Mas não ando chorando e nem nada não, só fico um pouco tristinha, mas depois volto ao normal.
Fui a um forró hoje, pra ser a atração principal, a freak da parada. Até aí tudo bem porque isso SEMPRE acontece. Pior mesmo foi dançar com um menino que ficou dançando comigo infinitas músicas. Eu via que ele fazia as coisas, toda a movimentação pra me beijar, mas eu estava totalmente desestimulada. O menino era bonitinho, e veio de Santa Catarina passar férias com a família. Bonitinho mesmo, educadinho, paciente com meus inúmeros erros forrozísticos, e todo cheio de amor pra dar, mas não teve jeito, eu simplesmente não consegui me ver fazendo aquilo. Senti-me como se eu tivesse 14 anos de novo e fugisse dos (poucos) caras que me apareciam pela frente. É como se eu tivesse perdido a coragem de beijar alguém, como se eu tivesse esquecido totalmente como é e agora fico com vergonha de recomeçar. Mas é melhor assim, meus senhores. Eu não tenho mesmo que beijar ninguém, não importa quão gatinho seja. Não vai rolar. Por quê? Eu é que pergunto, meus senhores, pra quê??? Se eu já sei onde vai dar e não gosto nem do percurso e nem do lugar de chegada, pra que começar? Enfim, vocês já estão cansados de saber como me sinto em relação a essas tentativas frustradas e desde sempre já sabidamente inúteis...
Whatever...
Acho que não vou sair de casa durante um bom tempo, não pra festas, só mesmo pra o cinema. E acho que o fato de estar totalmente sem nada pra fazer no Reveillon não me ajuda nem um pouco. Não pretendo ir a uma dessas festas caríssimas pra ver aquela multidão de desconhecidos e ainda ouvir música xarope a noite inteira. Jota Quest?, trance? Prefiro mesmo ficar em casa e jogar paciência spider que é mesmo o que devo fazer... Que início de ano mais pitoresco, hein? Se o Reveillon vai ser assim, que dirá o resto do ano...? Mas, por outro lado, é bom que eu vá me acostumando com essa vida de não ir à festas, de não ver essas pessoas que eu não conheço mesmo. Não é possível que iniciarei mais um ano e o levarei à cabo do mesmo jeito, sem nenhuma melhora no meu comportamento, sem acrescentar nada de novo – e de Bom – na minha vidinha medíocre e descompensada. Preciso lidar de forma adulta, responsável, com meu dinheiro e com as minhas emoções.
São quase sete da manhã. Dormirei agora antes que fique ainda mais claro. Não se preocupem comigo: talvez seja o meu grande período de lucidez, isto o que às minhas amigas parece pessimismo. Bem, talvez seja pessimismo também, mas isso não quer dizer que não seja um pessimismo bastante bem pensado e fundamentado. Boa noite, meus senhores.
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