terça-feira, maio 03, 2005

10/04/05

10/04/05
é domingo. Não tenho muitas opções, e não quero nenhuma das que tenho... calma, meus senhores, nada de mais, é que tenho que estudar um monte de coisas ou fazer faxina, mas eu prefiro deixar tudo como está e escrever. acabei de chegar do Brasília shopping. Fui almoçar lá com a *. Ela dormiu aqui em casa. São quase 18h. o dia lá fora está lindo. Impressionante como até Brasília consegue ficar bonita nesse horário... o céu muito azul, muito mesmo, a luz do sol já empalidecendo, o reflexo do céu e das nuvens nos vidros dos prédios... eu gosto muito disso. Gosto de ver os prédios com o aspecto decadente que a arquitetura moderna tem. Acho bom pensar que todos esses prédios que foram construídos recentemente pra serem espetacularmente inovadores, em algum tempo, talvez algumas décadas, vão ser decadentes como o conic, por exemplo, com aquele aspecto de abandono e marginalidade de os lugares velhos nos centros das cidades têm. Eu gosto disso. Gosto dos prédios históricos também, antigos e sólidos e feitos pra parecerem respeitáveis. Gosto deles serem velhos. Pena que não tem disso aqui em Brasília, onde tudo ainda não é velho o bastante, só as pessoas. Eu vim caminhando do shopping até aqui pensando em Brasília e no céu daqui e em como isso é bonito e eu me senti feliz por estar onde estou agora. Só isso. Deixei pra pensar aqui em casa em como minha vida está bagunçada. Lá fora eu só sentia o calor e o sol de vez em quando me cegando enquanto eu caminhava. Às vezes é bom poder não pensar em muitas das coisas que nos aborrecem. Não é indicado fingir o tempo inteiro que nada de errado está acontecendo, mas é bom poder abstrair um pouco, só um pouco. Eu tive meus efêmeros minutos de abstração, de imersão no dia quente e no céu azul. Putaqueopariu, sou praticamente uma hippie suja... Agora eu estou em casa ouvindo o cd que o Fabiano me deu. Ele não gravou especialmente pra mim, ele só abriu o case e me deu, sei lá porque. Acho que é porque ele queria me dar alguma coisa, talvez só as palavras dele de agradecimento não lhe parecessem o bastante. Bem, eu não costumo ganhar ou dar presentes, por isso adoro quando acontece. Adoro poder dar um presente pra alguém que eu gosto. Queria poder realmente dar mais coisas pras pessoas, é uma tentativa de cristalizar minha afeição, sei lá. mas não tenho mais grana. Eu fali. A única coisa que realmente posso oferecer é atenção... e eu também adoro receber atenção. Gosto de presentes, gosto mesmo, especialmente esses informais, cd’s que a pessoa gravou pra mim, cartas, bilhetes, um bombom, qualquer coisa dessas fofas que dizem que a pessoa gastou um pouco do seu tempo pensando em mim. É, eu sou MUITO carente sim e me sinto MUITO FELIZ em saber que alguém de quem gosto gosta de mim e perde tempo pensando em mim. Isso me deixa feliz e aliviada também. Talvez, eu penso nesses momentos, minha passagem neste planetinha não seja tão inútil assim porque tem gente que gosta de mim e pensa em mim e deseja minha felicidade, não importa quantas pessoas me detestem e desejem que eu morra com dorrr. Nesse cd que o Fabiano gravou pra mim tem umas musiquinhas da trilha sonora de “closer” que eu achei muito boa por sinal e gostei do filme também. As pessoas não valem nada e estão dispostas a mentir e ferir as pessoas de quem mais deveriam cuidar, mas mesmo depois de ter visto isso muitas vezes na vida real – acho que vi até demais –, e de ter visto isso na porra do filme, sei que a vida vai seguir assim nesse ritmo estranho, em espirais e arabescos, num garrancho, porque as pessoas vão seguir mentindo, enganando, sendo dissimuladas e escrotas umas com as outras. Eu gosto de muita gente. Eu desprezo a maior parte da humanidade. Eu amo algumas pessoas, ainda que elas não me amem. Espero poder conviver mais um tempo com as pessoas de quem gosto. Tenho pensado muito na morte. Sempre pensei, mas agora é como se estivesse ficando cada vez mais próxima e mais real. Eu não queria morrer agora, mas acho que isso é mais uma das coisas que a gente não escolhe na vida... e, afinal, milhares de pessoas morrem a todos os dias e acho que pra morte eu também sou só mais um número; nada pessoal, é o trabalho dela. Ontem eu fui pra uma festa. Nossa, foi bom demais apesar da qualidade do som estar horrível. As músicas estavam bem legais, mas deu um pau lá no equipamento e ficou trash a parada. Mas essa é mais uma das vantagens da embriagues... eu tava na pilha de dançar ainda quando estava sóbria, depois de umas doses de licor de chocolate, malibu, hi-fi e seleta... caralho, eu tava pra lá de Bagdá. Isso é o que me deixa puta com relação ao meu organismo: tem dia que eu tomo uma caipirinha e quase morro de vomitar, mas tem outros em que eu tomo uma vasta gama de bebidas muito fortes e não rola nada, nem ânsia e nunca dá pra saber qual vai ser o dia de vomitar... deprê. Bem, mas não foi ontem, ontem foi o dia de rir e dançar e abraçar minhas amigas e me sentir feliz mesmo numa festa cercada de gente que eu nunca nem vi na vida, mas foda-se, eu não vou a festas pra ver pessoas, eu gosto é de dançar. Fomos eu e três das minhas melhores amigas. Eu tava feliz por tê-las ali comigo. Foi bem divertido e a gente se abraçava e dizia essas cosias que as bêbadas dizem do tipo “eu amo muito vocês”, “não é porque eu tô bêbada não mas eu tô muito feliz por vocês estarem aqui”... só a * não bebe. Acho bom ela não beber. Mas ontem eu tava afim de beber mesmo e dançar muito e curtir a festa. Acho que curti até demais porque acabei beijando um amigo meu em mais uma expressão de coisas que faço por impulso e por isso são boas mas podem acabar se complicando à luz da Razão. É, eu beijei o *. Foi uma coisa bacana, natural, sei lá, nada planejado. Como recuperar certos trechos do passado faz bem. a gente se conhece há quase dez anos e ele foi o primeiro cara de quem eu gostei lá na UnB. Na época eu gostava dele e do *. nunca teve nada a ver; ele porque me detestava, e acho que eu nunca fiz o tipo do *. Mas era aquele gostar bem bobinho, colegial e tal, e acabou sendo substituído pela amizade quando comecei a conhece-los melhor. Hoje eu amo os dois do fundo do coração, assim como amo todos os meus amigos de looonga data. Mas sabe o que é mais legal? Saber que a noite de ontem não vai me afastar do P, porque a gente continua conversando como sempre, como amigos. Eu amo o cara e sei que ele me ama também, mas é um amor sublimado, coisa de amigos mesmo. Os beijos foram só pra matar uma curiosidade recíproca, curiosidade antropológica :> Opa, agora só falta o * :> ... imagina, se ele lê um troço desse? vai querer passar longe de mim porque vai achar que eu vou me jogar em cima dele. Nem vou. Admiro o cara pra caralho. Nossa, se a dona patroa dele visse isso então... putz, iria querer meu escalpo. Mas, pô, na boa, eu amo o * também e quero continuar sendo amiga dele pra o resto da vida, não tenho intenção nenhuma de sair agarrando meus amigos só por curiosidade. O lance com o * é que rolou uma sincronia. Sei lá. acho que a gente nunca mais vai ficar e com isso eu consigo lidar de boa porque não estamos apaixonadinhos e nem sequer afim um do outro. somos melhores como amigos. Pior é que, sem querer, surgiu uma situação que pode ser ruim pra ele: fator M em ação... Tinha dois amigos do fator M junto com o * ontem na festa e um até falou na hora que ia dar merda quando M ficasse sabendo e ele deve ficar sabendo em breve... O outro amigo deve falar com M também. Sei lá. eu nem tava pensando no cara. Na real eu não tava pensando muito em nada porque a estoriazinha do “penso, logo desisto” é muito forte em mim. Mas isso pode ser ruim pra o P porque o M é conhecido por gostar de usar a força bruta e eu sou testemunha presencial de 2 fatos, então sei como ele fica quando parte pra agressão. E eu sei que o * gosta do cara e tal, mas, putamerda, agora eu assinei contrato de exclusividade?! Então eu nunca mais vou poder ficar com ninguém até que o cara saia da minha cola?! E tenho certeza de que os espíritos de porco de plantão vão jurar de pés juntos que eu fiz tuuudo de propósito, e que ainda levei o amigo pra o mal caminho porque nessas estórias, a mulher é sempre a perfídia, a escrota, a leviana fria e calculista e os caras são sempre sujeitos altamente passivos e influenciáveis que, nas mãos de megeras como eu, são manipuláveis como geleca. Bem, foda-se. Beijei o meu amigo mesmo porque ele quis e eu quis e só. ponto final. Eu não devo nada a ninguém além do BRB, então que ninguém venha me apontar o dedo como se eu tivesse qualquer obrigação com qualquer pessoa porque eu sou uma mulher solteira e sem filhos e não devo satisfações a ninguém. E tenho dito.