24/04/05
24/04/05
caralho, meu dia ontem foi muito bom! Primeiro porque a Thaíse e o * vieram aqui me ajudar a corrigir parte do montão de cadernos dos meus alunos que eu trouxe. A gente conversou, riu, comeu a torta e os bolos que fiz, e corrigiu coisas. Foi uma tarde produtiva. Depois o * me levou pra concha acústica onde eu ia trabalhar no stand de camisetas oficiais do Placebo. Bem, trabalhar lá foi o melhor emprego que eu tive, apesar dos momentos de ócio e das bandinhas que tocaram antes do Placebo (eram péssimas, se bem que eu até que gosto do 10zero4 porque é bem Rage Against the Machine). Pois é, eu tava tremendo nas bases porque jurava que o tal do produtor gringo ia comer minhas entranhas, sei lá, eu tava com um puta medão de não conseguir falar direito com o cara, de esquecer toda a merda do inglês, mas nada disso aconteceu: o Morgan é um amor de pessoa – além de lindo – e eu consegui me comunicar bem com ele, a não ser quando o som tava muito alto, mas foi super tranqüilo; ainda vi o show do Placebo, coisa que não teria rolado porque eu não tenho grana pra gastar; fui paga em dinheiro no final do evento e ainda fui conhecer os caras no camarim! Putz, eles são bem legais, bem simpáticos, nenhum estrelismo aparente. E o vocalista ainda mandou o Morgan me preparar uma bebida. Bem, nesse momento eu esqueci toda a porra do inglês, e depois de umas goladas de vodka com coca-cola, eu só ficava rindo, mas isso eu faço sempre que bebo. Eles devem ter me achado uma idiota but that’s ok porque eu fico idiota mesmo quando bebo, ou quando fico nervosa. Os caras são engraçados, mas o altão, acho que é o guitarrista, é bem sarcástico. Gostei dele. Deu vontade de colocar o vocalista no colo de tão fofinho que ele é, parece um menininho. Depois eles tinham que voltar pra o hotel e eu liguei pra Vivi pra descolar uma carona. O melhor emprego que eu já tive sem sombra de dúvidas. E o Morgan ainda me deu o cartãozinho dele com o telefone celular e tals, mas eu não vou ligar porque nem tô podendo bancar ligações locais, que dirá internacionais... Mas vou escrever um e-mail com certeza porque o cara é muito gente fina e vale a pena trocar umas idéias com ele. Putz, tô muito aliviada também porque vou pagar o condomínio com a grana que recebi ontem e o que sobrar vou pagar mais uma parcela da renner e o que sobrar vai ajudar com o cartão de crédito. Eita pindaíba da porra!!! No mais, tudo continua a mesma merda, só que pior porque é final de bimestre e eu tenho muita coisa pra corrigir. Uma bosta. Mas sobreviverei. Ah, mais tarde vou à Sobradinho, à casa da mãe da * pegar o convite do casamento dela. Vai ser em maio. Ela já tá casada no civil, mas tinha resolvido esperar mais um pouco antes de casar na igreja. As meninas estarão lá e acho que o * também vai. Faz séculos que não a vejo... a gente se distanciou bastante, mas acho que isso é natural... acho que acaba acontecendo com quase todos os amigos de escola quando os caminhos começam a se bifurcar e depois acabam num esquema axial. Mesmo na época da escola nós não éramos parecidas, não gostávamos de quase nada em comum, mas a gente sempre gostou bastante uma da outra. Gosto dela demais, mas acho que chegamos a tal ponto que precisaríamos nos conhecer de novo, e digo isso de boa. Dessa época da escola, do segundo grau, só continuamos próximos mesmo eu, * e *. Tem gente que eu não vejo há séculos e nem queria mesmo rever, tem outros que eu gostaria de rever, mas nunca mais vi e tem as meninas que eu vejo, sei lá, uma vez por ano no aniversário de alguém. Falando assim parece que foi há tanto tempo atrás... mas parece que foi ontem a formatura, que foi ontem o primeiro dia de aula no Projeto, que cheguei agora mesmo do ginásio e já vou ter que voltar correndo pra aula de laboratório... estranho como as coisas ficam marcadas na nossa memória, como o nosso corpo todo se lembra, como algumas coisas ainda doem quando vêm à tona, e como outras não despertam mais o mínimo interesse a despeito do furor que causaram, dos dramas, dos tormentos e dilemas morais que suscitaram. O passado é um negócio estranho porque na verdade ainda está aqui, está bem aqui no meu rosto, nos meus olhos, nas palmas das minhas mãos, nos meus joelhos. Sinto falta da minha ingenuidade em acreditar que as coisas melhorariam e que a felicidade era um lugar ao qual eu chegaria com certeza depois de suportar e sobreviver a todos os martírios da adolescência e da vida em família, na minha família.... sinto falta desse sentimento. Ele passou por mim como uma lesma: só deixou o rastro brilhante e gosmento, demorou pra caralho, mas passou, passou mesmo. Agora eu já sei – empiricamente – que não existe tal coisa, só existem fragmentos, pistas, indicações do que seja essa bendita felicidade. Mas tudo bem por mim desde que, no final das contas, o saldo seja positivo porque durante muito tempo eu operei em déficit... queria ter um pouco de lucro, só pra variar, e sei que, nos últimos anos, embora a vida tenha sido difícil, eu tive vários momentos de alegria, de contentamento, posso dizer até mesmo de felicidade. Sem exageros dramáticos e com alguns ressentimentos, eu fui feliz quando pude. No regrets...
Uma das coisas do Placebo que eu mais gosto é “protects me from what I want”. Bem, a frase é a minha cara porque eu tô sempre querendo coisas que só me deixam sempre na pior... bem, mais especificamente falando, eu sempre quero caras que acabam me deixando na pior... mas agora eu vou trabalhar isso em mim porque chega, né?, já tô cansada dessa brincadeira, já cansei de começar rindo e terminar chorando. Bem, eu sei que é impossível evitar o sofrimento e continuar vivendo, então eu decidi que pelo menos vou checar se existe um pouco de água na piscina antes de me jogar de cabeça... agora o próximo cara vai ter que chegar em mim e me mostrar que tem a intenção de namorar, de ter um compromisso e blá, blá, blá. É isso aí mesmo, chega de me arriscar com esses filhos da puta indecisos e medrosos: agora eu estou fechada pra balanço e só reabrirei mediante proposta inovadora, empreendedora. É óbvio que isso pode me deixar cheia de poeira e teias de aranha, mas vai me economizar muito em desgaste emocional. Sinto falta de sexo, mas nem tanto a ponto de me expor de novo a um envolvimento que não vai dar em lugar nenhum porque o cara é um medroso. Bem, caras podem ser medrosos, eu entendo perfeitamente que todo mundo deve viver sua vida como bem entender e preferir, mas isso também me dá o direito de dizer que só quero começar alguma coisa com um cara que se disponha a levar um relacionamento monogâmico comigo à diante e sem data de validade definida. Ah, cansei dessa vida, cansei de tanta embromação e tantas merdinhas machistinhas e blá, blá, blás que não levam ninguém a nada. E tenho dito.
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