quinta-feira, abril 20, 2006

Dezoito de Abril

(escrevi isso enquanto jantava sozinha no shopping aqui perto)

Eu o vi ontem. O último. O último homem a me tocar. Ele e seu sorriso lindo, seus lindos olhos claros de cristais incertos e fora de alcance pra mim. Ele nunca mais. O último.
Eu, sempre a mesma, não reconheci quase nada nele do que antes havia. O nós acabou.
Ah, a incompatibilidade de gênios...
Agora é Um Outro me rondando as noites, os sonhos. Sua pele preta fechando meus olhos pra o fim certo. Certeiro como ele só. Por que será que O Homem Errado Pra Mim tem sempre olhos e sorriso certeiros? Perfeitos, eu diria. Odeio isso. Não, não, não odeio. Amo os olhos e o sorriso de todos Os Homens Errados Pra Mim: são os piores!

Preciso aceitar a possibilidade de nunca mais ser tocada novamente, ser beijada novamente. Estou farta de olhos perfeitos e efêmeros e o que eu quero, aquilo porque anseio, é grande demais pra me ser dado sem prejuízos igualmente grandes. E, por que querer tanto, talvez os deuses me concedam esta graça pra me punir por Tudo.

Por que as pessoas me afligem tanto?
Não, meu senhores, não estou triste, estou preocupada com as pessoas. Preocupa-me o fato de ter que conviver com elas...

...

(pensado durante o banho e escrito depois, claaaro!)

Tão bom esse cheirinho de canela do sabonete! A água quente... tenho vontade de ficar tomando banho por horas e horas... mas preciso sair. Preciso dormir. E minhas mãos já estão com dedos-passas. Imagino-me com a aparência de uma banana-passa. Rio sozinha.
Durmo sozinha. Acordo sozinha. O que me cruza os pensamentos como se fora estrela cadente: por que os caras gostam de mim, mas sempre preferem me transformar em algo que não sou? Por que eles gostam mais daquilo que me é alheio?
Nevermind...
Este tipo de pensamento só serve pra me deixar triste.
Nevermindo...
O dia será cheio e a noite é curta, tão curta...