quarta-feira, agosto 10, 2005

dez de agosto

Pensei em escrever tanta coisa... Mas cadê palavra? Cadê verso? Cadê letra? E eu no meio de tudo isso, nesse emaranhado de coisas indistintas? Cadê eu?
Pensei na necessidade de rasgar todos os versos das Letras que fiz pra ele. Pensei na betialidade dessa vida que sempre me sorteia no bingo sem-graça dos que têm que se dar mal. Pensei num cara que ficou melhor de barba. Bem melhor. Pensei nas pessoas que eu gostaria de vaporizar com um raio laser alienígena. Sem falar no tanto de troços que ruminei nas minhas idas e vindas pelos ônibus, olhando as janelas, me aborrecendo com tanta fumaça escurecendo a paisagem tão urbana e tão impessoal e tão desgraçada de familiar.
E, entre tantas confusões desta minha cabeçona, a que agora pesa mais é por que diabos eu não consigo manter minhas resoluções com mais firmeza? Gastei tudo na intransigência da adolescência? Eu costumava ser tão mais firme... e nem estou de brincadeirinhas tentando fazer trocadilhos infames com a condição dessas minhas carnes parcas e tão mal pregadas a esses ossos imbecis.
DEsde ontem, quando cheguei à brilhante conclusão de que sou um absurdo, sou um absurdo sim, no masculino. Não sou uma pessoa absurda pra poder pôr no feminino. Sou um troço absurdo. O quê? Sei lá!!! Se eu soubesse tava fácil de resolver, né?
Ah, meus senhores, então, voltando ao eu-absurdo que sou eu, desde ontem as horas andam parecendo que se repetem, sabe? Como se meu dia fosse um disco arranhado que se adianta e se atrasa, mantendo-se, na verdade, no mesmo lugar, só que causando uma sensação extremamente nauseante.
Estou lendo há muitas semanas "os anos" da Virgina Woolf. Confesso que gostei mais dos livros menores, com menos personagens e mais devaneios, mas esse também é bom, só que é tanta gente que às vezes eu tenho que para de ler porque fico perdida, sem lmebrar de quem é quem. Porq eu eu me lembrei disso agora? Ah, acho que é porque eu também gostaria de poder fechar um pouco minha vida, colocá-la no meu colo e descansar os olhos um momento. Uma pena não poder deixar a vida numa pausa. Embora eu constantemente tenha a sensação de que ela está me deixando em stand by... Whatever...
Não sei sobre o que deveria escrever, mas era algo essencial. fica pra próxima então.
Beijo na bunda e até segunda, meus senhores, com todo respeito, claro.

Ah, sim, gostaria de deixar bem claro que não me oponho de forma alguma a acolher em minha casa um singelo dicionário de sinônimos que, por ventura, venha a ser abandonado em minha porta.