quinta-feira, junho 23, 2005

15/06/05

não vou comer nada
nem beber nada
vou dormir assim mesmo
estômago vazio
cabeça cheia

ando sentindo essas coisas no meio da rua: uma angústia enorme entalando minha garganta, vontade de chorar por nada, fraqueza nas pernas, coceiras pelo corpo, enjôos por conta de constatações óbvias e ululantes... acho que tô pirando... e tudo isso por que, afinal?!
boa pergunta...

quinta-feira, junho 16, 2005

14/06/05

Eu vim me segurando pra não chorar da UnB até aqui.
Eu vinha no ônibus pensando na minha vida, na minha resistência a aceitar que realmente essa coisa de relacionamento amoroso não é pra mim. Não é. ponto final. Pois é, mais uma vez ganhei na loteria da vida. Primeiro foi a genética, agora isso...
Talvez eu tenha achado o motivo pra minha falta de sucesso com os homens, todos os homens: de um lado eu sou invisível, de outro, eles desenvolveram uma espécie de cegueira seletiva que filtra da realidade seres como eu. Acho q não é nada pessoal, é matemática pura: se a mulher não tem, no mínimo, 90x60x90, tá fora. Matemática pura. Eu tô aquém, beeeem aquém dessas medidas q levam em consideração a “sorte” na loteria da genética pq nem nunca tive e nem jamais terei bundão e peitão. Acho q já é uma grande coisa eu não ser corcunda...
É, eu tô puta com essa coisa do dito universo masculino que me exclui de tal forma que nenhum esforço q eu possa vir a fazer remediará minha situação. Se pelo menos eu fosse espírita e acreditasse em reencarnação, pelo menos aí teria algum conforto em saber q, quem sabe, numa próxima vida eu fique do lado dos sortudos, ou das sortudas, sei lá. mas eu não acredito nisso e me dói muito saber q estou condenada a ser sempre a quarta ou quinta escolha – nos dias mais felizes – dos caras q me interessam. Muito foda isso pq eu sei q ninguém é perfeito. Eu não tô esperando a porra dum príncipe encantado montado na porra dum cavalo branco! Eu só quero um homem q haja como um homem! Putaqueopariu!!!
Eu tô muito indignada! É sério, tô mesmo.

E como é q eu vou fazer pra preencher essa falta q um homem faz na minha vida?! Sim, eu sinto falta de um homem pra me abraçar, me beijar, etc, etc, etc, até mesmo pq não me aventurei pelos lados do lesbianismo ou da zoofilia, então só me restam os homens. Mas quais? Qual, pq eu nem quero mais de um, é só unzinho mesmo...
Como é q eu posso me conformar em saber q posso viver, sei lá, mais uns 40 anos (de acordo com as estatísticas oficiais) sem nunca mais ser amada, ser querida, ser mimada, etc, etc, etc.???
Será q eu terei realmente q ganhar na megasena pra comprar amor verdadeiro?! Talvez seja isso... talvez o dinheiro seja a única alternativa à magreza congênita, à falta de curvas imposta a mim de forma vitalícia e hereditária.
Depois as pessoas estranham quando eu digo q odeio os homens. Pois eu odeio sim. Odeio todos aqueles q merecem ser odiados, todos os covardes, todos os superficiais q escolhem a menina de acordo com o desempenho no teste da praia e/ou teste do shopping. Eu sou esquálida, tenho perna fina e estria!!! E eu não uso sapato de bico fino, nem faço luzes no cabelo e tô pouco me fudendo se as pessoas acham estranho os meus piercings: odeio shoppings!
Eu nunca mais vou ter um namorado... Que grande merda.
Gostaria imensamente de poder dizer q isso pra mim é o de menos, q tô cagando e andando pra essa merda. Mas não é assim q rola... eu realmente queria ter um namorado e fazer todas as coisinhas fofinhas q os casais fazem, quem sabe até sexo, se não for pedir demais. Eu quero andar de mãos dadas sempre, quero ver muito filme com a cabeça encostada no ombro dele, quero ser apresentada pra mãe apesar do alto risco de desmaio da véia, quero ganhar chocolate sem data especial nenhuma, quero mandar mensagens fofas e imbecis dessas q só quem está apaixonado entende e perdoa a tolice. Eu quero tudo o q eu tenho direito pq está lá escrito na merda da constituição q todos somos iguais nessa merda de país. Iguais porra nenhuma!!! Só sou igual na hora de descontarem a merda do imposto de renda e de pagar a porra da previdência social.
Sabe, se foi foda chegar aos 27 suportando um monte de merdas, mas tendo esperança de q um dia as coisas iriam melhorar pra o meu lado, como é q vai ser agüentar mais outros 40 sem esperança??? Alguém aí já parou pra pensar nisso? Hein? Hein? Parece uma eternidade quando eu olho o meu passado, esses 27 anos doloridos pra caralho. Parece uma eternidade... e agora o q? e agora como???
Mas eu já não penso mais em me matar. A idéia está fechada pra balanço. Mas alguma providência tem q ser tomada pq se eu penso q posso viver até mais 40 anos, alguma coisa tem q ser feita a esse respeito.
Tudo bem, tudo bem, eu reconheço q fico desesperada facilmente, mas é q eu cansei de dar com a cara no muro. Eu tenho q me preparar psicologicamente pra aceitar isso. Tenho q trabalhar isso em mim, ir lidando com isso aos poucos.
Se eu já estou até jantando sozinha no bandejão, posso muito bem ir me acostumando com a idéia d q essa estória de namoro não é pra mim. Ainda bem q eu recoloquei mesmo minha argola no lábio inferior. Ela serve de lembrete pra mim. Eu não posso me dar ao luxo de ter esperanças. Preciso me afastar o tanto quanto possível dessas idéias imbecis q eu mesma coloco na minha cabeça lerda de tempos em tempos de q com esse cara vai ser diferente. Vai porra nenhuma. Vai ser igual. Vai ser a mesma merda. E eu não tô podendo mais cair... não tô dando conta mais de me reerguer e nem sei se vou querer mais me reerguer. Quero q as quedas parem, pelo menos as q têm esse motivo como motor.
Tô ficando enjoada, sabia? É, é sério, tá me dando ânsia de vômito pensar nisso, pensar nessa “condenação” q me foi imposta. Nenhum cara q eu gosto me enxerga. Impressionante. Acho q vou vomitar.

terça-feira, junho 14, 2005

14/06/05

eu tava bem, se é q isso é realmente possível, até há dois minutos atrás. deveria ter fechado a porra do iorgut enquanto ainda dava tempo de não ser decepcionada de novo e por tão pouco...
mas eu nunca sei quando parar e queria tanto ter uma resposta favorável... porra nenhuma.
é como eu escrevi num i-meigo pra um amiga, hoje: como se houvesse outra opção em jogo pra mim q não a óbvia: a cara na lama, sempre.
é, fiquei tristinha pq eu havia decidido brincar um pouco comigo mesma, sonhar um pouquinho acordada... mas nem por algumas horas a mentira colou. eu nem queria muita coisa não, só dormir mais leve, pensando em lamber estrelas e beijar a lua (depois eu posto as merdas q escrevi a esse respeito)...
q merda...
é, fiquei triste sim. eu só queria rir um pouco sozinha da minha própria bobice, sei lá.
é q apesar de saber q uma certa estorinha não tinha nada a ver comigo, eu queria q tivesse. eu disse FODA-SE O SABER, VIVA O QUERER!!!
mas aí a vida prontamente me reconduziu ao meu lugar...
putz, tô carente, tô triste pra caralho mesmo. é sério. tô sim.
melhor deixar essa praga do iorgut de lado por um tempo. chega de ficar dando com a cara no muro até nas coisas mais tolas... tolas pra mim q sou tola.
o menino, claro q tem um menino, sempre tem um cara na estória!, o menino não é tolo, é só sofre de miopia seletiva: não me encherga... isso é comum entre os caras pelos quais eu me interesso. mas é q, sei lá pq, eu nunca me acostumo.
mas, quer saber, eu vou superar a fase de aceitação pura e simples, eu vou forçar uma cegueira completa aos caras, assim não vai fazer a mínima diferença se eles tem hipermetropia, miopia, estrabismo ou seja lá q merda q os impede de me ver como eu sou.
fodam-se vcs, estão ouvindo, malditos homens!
fodam-se vcs.

se eu já estou até jantando sozinha no bandeijão, o resto é viável, vcs vão ver. ou não, né?!
ah, fodam-se de qualquer jeito.
tô puta agora.
ainda bem q eu tive a brilhante idéia de recolocar minha argola no lábio inferior. ainda bem.
agora é o retorno à fase agrédi, mas isso já estava decidido desde o final de semana, não tem ligação com o triste desfecho da minha estória q nem era minha apesar de eu querer q ela fosse minha...
eu já havia decidido q ia mandar todos os malditos covardes se foderem.

estou me tornando mais repetitiva q o normal. é hora de ir embora.
uma merda não ter internet mais em casa... uma grande merda... quer dizer, mais uma...

quarta-feira, junho 01, 2005

31/05/05

o que eu queria é que ele sentisse a minha ausência finamente bordada em cada um dos gestos dela, translúcida como a luz que o iluminava enquanto caminhávamos em sentidos opostos, paralelamente
foi como se não nos conhecéssemos
só havíamos os dois ali, caminhando na mesma direção, sentidos opostos, mas nunca nos encontramos, sequer olhamos um para o outro no momento exato em que passamos um pelo outro
foi como se não nos conhecéssemos
foi como rodar rápida demais e ser lançada na tontura dessa tarde
foi como perder o jogo
e é tão difícil admitir que perdi o jogo
a hora
a vez
o chão
a vergonha...
eu perdi
eu segurei o quanto pude, sabe? me agarrei a ele o quanto pude, mas ele partiu
e, no entanto, onde mais ele poderia estar além de aqui, bem aqui, dentro das minhas idéias homicidas?
ele nunca esteve senão nas minhas idéias...
um girassol tão dourado no coração do cerrado seco que sou eu

eu sou árvore retorcida, casca grossa e seca, quase sem folhas, empunhando galhos reais e imaginários contra o azul indolente de maio no Planalto
mas eu vivo, podes crer
ali, embaixo da cinza escura casca deformada, há vida pulsando louca e metodicamente em cada célula
eu sou aquela árvore ali
sozinha lutando contra o mundo
e pelo mundo

queria desdobrar-me de mim mesma em muitas outras, cada uma com apenas um fragmento de Dor
cada uma das minhas partes se dividiria em muitas outras com fragmentos ainda menores de Dor e assim sucessivamente até que a Dor desaparecesse
então minhas partes se reagrupariam até que eu estivesse completa novamente
sem Dor sem Dor

30/05/06

os véus
as faces
a máscara
eu não estou ali
quem caminha comigo onde os caminhos se cruzam e se perdem?
o sono
o sono
pesado
eu caio e não levanto
eu vejo
eu passo
eu, Medo
agora tardo
amanhã
tudo agora cintila
meus ouvidos ribombam
eu calo
nem tanto, nem tanto