trinta e um de agosto
Eu jogo - para além de qualquer metáfora ou trocadilho - paciência. É, paciência, o joguinho de cartas. É o único que tenho instalado no meu computador. De vez em quando eu jogo na mega sena também, sempre que me lembro de jogar eu jogo.
Já joguei baralho, dominó e outros joguinhos como "imagem & ação", mas hoje em dia só jogo paciência mesmo.
Pensando em metáforas, sei que jogo tempo fora, conversa fora, dinheiro fora... Mas, enfim, cada um dá o que tem. Eu só tenho mesmo o tempo que me resta. Tenho assuntos dos mais variados. Quanto ao dinheiro, bem, vivo no limite do cheque especial mesmo... foda-se.
Saindo da sombra das metáforas, eu posso esperar por coisas/eventos/pessoas por uns 15 minutos, meia hora talvez. Os ônibus continuam me fazendo amargar esperas incontáveis e homéricas... que se há de fazer quando se tem preguiça em doses cavalares e nenhum dinheiro pra comprar um meio de transporte próprio? Só posso mesmo é esperar pelos malditos ônibus.
Se alguém me faz esperar por qualquer coisa que seja, já me deixa desmotivada a continuar querendo. Quem me deixa esperando são instituições burocráticas, bancos, a empresa que vende passes estudantis, as copiadoras da UnB. Quem me quer bem não pode e nem deve me deixar esperando. Se bem que * tem me feito esperar por ela durante um tempão toda vez pra gente jantar juntas, mas aí é diferente, pelo tempo que somos amigas, mais de uma década, isso é coisa a toa, e eu espero. Afinal, ela é minha melhor amiga e depende dos malditos ônibus tanto quanto eu, não fosse assim, não me deixaria esperando.
Quanto aos outros, bem, os outros são os outros e só, já dizia o kid abelha. Enquanto meus hormônios flutuam ao sabor do paradoxo, enquanto minha cabeçona se equilibra sobre minhas pernas finas, enquanto a vida ainda tem um suquinho pra me dar de beber, eu fico por aqui, não esperando nada de ninguém porque esperar cansa e eu já ando cansada por demais. Capaz d'eu já ter nascido cansada assim, sem nem querer nascer depois de me zangar por terem me feito esperar tanto tempo pra nascer esse nascimento banal que todo mundo faz. Coisa mais sem propósito, entrar na vida dessa maneira descuidada. Aposto que eu já queria mesmo era fazer o caminho inverso e voltar a ser óvulo e espermatozóide, porque quando me canso, me canso mesmo e acabou-se.
Quem entende as mulheres, afinal?!
Mas, meus senhores, vejam que é coisa muito simples: quem espera, sempre cansa...
Bem, já são 23h e meu corpo todo está dormecendo enquanto meus dedos teimam em dar conta de uma coisa sem forma, sem jeito, monocromática e monossilábica... Acabrunhada feito só eu mesma, vou deitar assim, assim mesmo porque Morfeu por mim espera...
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