quinta-feira, junho 22, 2006

do que é feita a paixão?

Pois beml meus senhores, devido aos últimos acontecimentos da semana, venho me perguntando do que é feita uma paixão, como a construímos, o que desperta em nós outra pessoa pra que, de repente, estajamos apaixonados por ela. Porque gostamos de quem gostamos? Por que algumas pessoas passam totalmente desapercebidas pelo nosso radar dos desejos? E por que, às vezes, nos repetimos, acabamos nos expondo às mesmas coisas, ao mesmo tipo de pessoa? Por que as pessoas gostam de nós e, quando mais queremos, não gostam?
Será que podemos gostar das pessoas que escolhemos? Será que conseguimos deixar de gostar de quem não mais nos interessa?
Meus senhores, estou às voltas com todas estas perguntas e, francamente, começo a achar que sim, que podemos ter uma participação na escolha das paixões muito grande. Acho que basta mudar a lente com que olhamos pra determinadas pessoas e, voilà, nos apaixonamos, basta a pessoa quere também. Reciprocidade é fundamental, meu senhores! E eu cansei de dar murro em ponta de faca, de esperar que alguém caia na real e comece a me ver, comece a perceber que estou aqui, que sou legal e blá, blá, blá. Agora eu só vou gostar de quem gosta de mim. Eu sei, eu sei, é 100% Roberto Carlos, mas é a verdade. Se eu não começar a agarrar as rédeas da minha vida, como é que vou ser feliz? Quem vai colocar a felicidade de mão beijada numa bandeija dourada nas minhas mãos? Ninguém, meus senhores! Ninguém! Eu tenho que me responsabilizar pela minha felicidade, buscá-la e agarrá-la nem que seja na marra.
Eu preciso parar de ter medo das responsabilidades que as grandes realizações trazem. Eu sou uma covardona, uma medrosa. Mas não quero mais ser.
Pois eu vou assumir as responsabilidades pra poder colher os frutos também. No pain, no gain, né não?

quarta-feira, junho 14, 2006

café com tristeza

sonhei com ele, meu herói de capa e espada
vi-o vestindo meus beijos apenas
e cega de desejo,
sonhei que e ele viu à mim, à mim somente...
durou nem um segundo: acabou-se a ilusão
caí do sonho, beijei a lona
triste triste triste
triste de mim
nem realidade
nem sonho
nem esperança
nem nada

seus lábios
seus olhos
nenhum pensamento dele em mim

nunca sussurros
nunca segredos
nunca nós
só eu sozinha
e ele e deus...

de sonhos, de beijos, de nunca mais nenhuma lágrima, de tardes frescas, de céu azul, de sombra, de Graça... cobri-o de tudo que eu podia ter e dar de Belo
mas foi sonho
sonho e só sonho mesmo
que moça estranha feito eu, anda só, anda sempre só nas beiradas desses caminhos de pó e pranto
moça que sonha acordada com homem de coração feito Mar, nada em troca pode esperar,
nada que dure pode querer
nada que sorria
nada

ele, O Mar
eu, eu era muita coisa, muita esperança se guardando pra o herói trágico, pra o homem que é menino, pra ele que foge de mim até em sonho que era pra ser ele juntinho assim de mim
O Menino abraçando O Mar
e eu me afogando e não ter esperanças numa hora como essas

_ Acorda, Verônica! Acorda que tem noite de lua cheia pra ser vista e sofrida. Acorda que esse homem nem nunca será seu. Acorda que nem fosse grande esse abismo entre você e o Mar.

eu nunca quis entrar no Mar, meus senhores. mas agora que sou obrigada a olhar pra ele e somente somente somente olhar pra ele e fingir que meus olhos não estão transbordando de água e sal, agora que preciso conter meus olhos, que represo minha alma que tenta loucamente escancarar suas portas e janelas e gritar..., agora eu queria mergulhar de cabeça nesse Mar e me deixar levar pelas ondas e rir enquanto a areia fica pra trás, fica longe.
agora eu olho de soslaio pra ele, finjo que nem dou por sua presença. digo palavras como quem despeja água num copo...
é preciso manter o sorriso e o assunto nos lábios já que os lábios dele não preencherão os meus. é preciso olhar pra o lado oposto, conversar com outros, e nunca nunca jamais olhar ao redor procurando por ele.
é preciso conter o choro.
é preciso sufocá-lo.
engoli-lo à seco.

tomo um café, como um biscoito.
faço comentários.
tento me interessar por tudo aquilo que não me interessa em absoluto.
a mim me interessaria ouvi-lo, mas eu não posso
não devo
devo esquecê-lo
preciso esquecê-lo
e não chorar
não sofrer
ausentar-me dele,
esquecê-lo.
E ponto final.

segunda-feira, junho 12, 2006

odeio o dia de hoje

Porque odeio este dia, além do fato óbvio de não ter namorado pra poder comemorar mais esta data nitidamente comercial como outras tantas (natal, páscoa, dia das mães, etc.) mas que, devido às circunstâncias, me perturba como nenhuma outra data:
- vi milhões de corações em todas as lojas e outdoors e ninguém me deu sequer um coraçãozinho desenhado num guardanapo que fosse;
- não precisei gastar horas e horas tentando comprar algo que realmente agradasse Alguém porque, enfim, esse Alguém não existe...;
- não precisei comprar nenhuma peça de roupa especial pra usar hoje e somente pra Alguém;
- não gastei nem um minuto planejando uma surpresa pra Alguém;
- não fui surpreendida por nada original e nem mesmo por um clichê desses que eu adoro, como flores no trabalho ou mensagens fofíssimas no celular;
- não abracei ninguém pra dizer coisas meigas sussurradas;
- vou dormir sem ouvir nenhum sussurro bom;
- não andei de mãos dadas;
- não dei beijos e beijos e beijos na boca e nem no pescoço e nem em lugar nenhum no corpo de Alguém;
- ninguém me beijou hoje em lugar nenhum além da bochecha num gesto de amizade;
- parece que o mundo inteiro é formado por casais mas eu estou sozinha!!!;
- não pude matar aula por uma boa causa;
- não pude sequer dar um abraço em quem eu realmente queria;
- estive perto demais e longe demais de quem me fez sentir triste por não estar junto dele de verdade nem hoje e nem nos outros dias;
- por ter me amargurado a sensação de que, com Alguém, qualquer dia, qualquer segunda-feira, poderia ser deliciosa se ele segurasse minha mão numa caminhada, ou se me acariciasse os cabelos, ou se eu pudesse encostar minha cabeça no seu ombro, ou se pudéssemos conversar olhando pra essa lua cheia destruidora de corações, ou se ele me beijasse como se não houvesse nada mais no mundo além dos nossos lábios, ou se me abraçasse como se fosse a última oportunidade, se eu pudesse lhe contar o sonho estranho que tive na noite anterior, se eu pudesse sentir seu cheiro muito de perto e dizer como eu gosto dele, se eu pudesse ligar só pra dizer bom dia ou boa noite... Como nada disso é possível, ODEIO O DIA DOS NAMORADOS!!!

Meus senhores, longe dele, qualquer dia é triste...
Só espero que isso passe logo.

domingo, junho 11, 2006

"tire o seu piercing do caminho que eu quero passar com a minha dor"

Acordei há pouco e tirei meus piercings. Tirei todos os do rosto e a trave da orelha, e consegui até tirar o do umbigo que há semanas eu venho tentando desenroscar sem sucesso. O da língua não faz muita diferença porque sempre o tiro e passo dias sem ele e o furo não fecha. Bem, mas eu nunca passei mais de uma semana sem ele, então vamos ver no que dá.
Ah, meus senhores, eu acordei, me olhei no espelho e me senti tão profundamente cansada de ser julgada por conta de uns pedacinhos de aço cirúrgico... Estou muito cansada. Estou farta dessa luta diária contra um preconceito que não vai mudar. Estou cansada de ser olhada na rua como um alienígena. O problema está nos outros e isso é algo totalmente fora dos meus domínios, do meu controle. Eles que fiquem com seu preconceito estúpido.
Talvez seja o lugar, talvez isso daqui seja prosaico demais pra mim, mas eu não quero me mudar, além do mais, pra onde eu iria? Pra Europa? Hahahahahah. Piada sem graça. Não posso bancar uma viagem nem pra Goiânia.
Agora os outros terão que achar um outro tipo de desculpa pra me condenar antes de trocar meia dúzia de palavras comigo. Vamos dar tempo ao tempo porque a idiotice das pessoas, como dizia o Nelson Rodrigues, é realmente infinita e a imaginação delas pra o mal não fica pra trás. Não são os piercings, serão outra coisa.
Fico triste, meus senhores, por ser derrotada por tamanha vilania, pelo cansaço da repreensão no olhar dos outros. Mas eu quero poder sair sem que as pessoas me olhem. Quero ser mais uma pessoa de cinza na multidão. Fico triste por ter feito isso motivada não por uma mudança interior profunda nos meus pontos de vista ou até por ter enjoado dos meus piercings, e sim por puro cansaço.
Pra os outros eu agora serei uma pessoalmente diferente, mas isso é porque os outros não me conhecem, não sabem porra nenhuma. Os outros que se fodam! Que se fodam! Até parece que tirar os piercings, assim como o fato de tê-los colocado, mudaria o que eu sou.
Bem, isso era algo que eu já sabia que aconteceria, algo que seria o final do meu plano de adaptação ao meio, mas era pra ter sido feito aos poucos, como as outras mudanças que eu venho fazendo há algum tempo, mas eu sou assim, destemperada, impulsiva...
Seguindo o meu plano de adaptação ao meio, há meses eu comecei a comprar camisetinhas nas lojas renner, tirei os piercings do mamilo e, há duas semanas, pintei o cabelo de chocolate. Agora ele está bem castanho-claro, bem na média, bastante aceitável. É isso aí, meus senhores, um dia eu chego lá, um dia serei bem aceitável.
Mas estou triste. Cansada e triste. Me sentindo derrotada. Pra os outros são só piercings, mas significava muito pra mim. Isso, aliás, é um paradoxo! Enquanto se trata de tirar os piercings e da minha tristeza a respeito disso, os outros dizem "que é isso?, são só piercings....", mas quando se trata de deixá-los estampados no meu corpo, aí eles se transfiguram em símbolos de porralouquice, de perversões sexuais, indício fortíssimo de ligação com a marginália, algo horroroso e que eu não deveria de forma alguma usar.
Acho que, agora, eu vou fazer quase o contrário do que fiz antes: se eu dava a impressão de que era uma doidona, mas no fundo sou bem normalzinha, agora vou dar a impressão de que sou normal o bastante e serei do mesmo jeitinho que sempre fui por dentro. As pessoas continuarão chocadas ao me ouvir dizer que sou feminista e que apoio a causa homossexual e que acho os negros os homens mais bonitos e que não pretendo casar e nem muito menos procriar e que detesto animais e etc. Bem, talvez agora as pessoas não se sintam tão surpresas ao saber que eu faço crochê ou que choro até vendo propaganda...
Estou com vontade de chorar de raiva por ter sido vencida pelo cansaço. E estou me sentindo enjoada... Estou com aquilo de sentir no corpo algo que só deveria existir dentro da minha cabeça. Que merda.
Mas, se eu mudar de idéia, meus senhores, na semana que vem coloco todos os piercings de novo e até mais alguns.
'De novo' essa expressão está ficando meio repetitiva no que diz respeito a fazer coisas doidas com minha aparência. Talvez a coisa mais radical que eu tenha feito nos últimos anos foi justamente tirar os piercings e pintar o cabelo de castanho... Que merda.

terça-feira, junho 06, 2006

sem noção!!!

Meus senhores, hoje foi um dia estranho, um dia em que sorri pra não chorar, e ri sem saber do que ria...
Tentei falar normalmente com Alguém. Bem, não foi lá um contato natural, mas foi melhor que nos dias anteriores. O almoço com amigos me fez bem. Eu ri das minhas misérias. eu preciso rir também, porque o riso é mais aceito publicamente que o choro. Foi um almoço bom e eu estava realmente precisando da companhia de amigas e amigos. É como saber que a cama elástica está ali pra aparar a queda sem nos deixar quebrar todos os ossos no chão. Sim, meus senhores, meus amigos existem e eles são a minha cama elástica que não impede a queda, mas que diminui - e muito! - o impacto e me põe pra cima, me deixa de pé de novo.

Pensei muito sobre a conversa de ontem e fiquei tristíssima ao entender que Alguém não me leva a sério, que menospreza meus sentimentos, como se eles pudessem passar como um soluço ou uma dorzinha de cabeça. Não há dipirona nem chá de boldo, nem ungüento que cure a dor de cotovelo, meus senhores, mas ele não sabe disso. Ele nunca sofreu tal desgosto. Sorte dele. Será? Um cara com 30 e tantos que nunca sofreu uma desilusão na vida... que diabos de vida foi essa, imaculada?!
Sei lá, não posso dizer nada sobre a vida dele na verdade. Eu não o conheço. E, assim, como posso gostar tanto dele? Como posso respeitar e admirar Alguém que sequer acredita na existência real dos meus sentimentos? Não dá, meus senhores! Eu me recuso a gostar de Alguém! Me recuso! Eu não quero mais gostar dele. Não quero!!!
E isso é uma coisa horrível pra se dizer, meus senhores, especialmente vinda de mim, essa criatura chorona e dramática, que gosta de gostar, que tenta ver a Beleza nas mínimas coisas, e que me apaixono por sorrisos, por olhares, por idéias... Mas não quero mais gostar dele não, ele definitivamente não merece minha dor e nem meu desejo, meu bem-querer... Ele é só mais um na multidão, não pode ocupar um lugar tão privilegiado neste meu alquebrado coração! Ele menosprezou meus sentimentos por ele! Talvez porque ele não ache que eu seja capaz de gostar de Alguém com tanta intensidade, talvez porque ele não se creia digno de tamanho afeto. Mas o que me interessa agora é deixá-lo de lado na minha vida, ultrapassá-lo, deixar essa triste estória dissolver-se na boca do passado como uma pitada de sal.
Chega de me submeter a tanta humilhação. Sim, meus senhroes, creio que gostar de Alguém que me põe em tamanha desconsideração seja me humilhar, me rebaixar, ficar rastejando. E eu não quero fazer isso sem um excelente motivo. Se for pra rastejar, que seja por algo concreto e que valha o sacrifício. Ele, infelizmente, não vale.
É claro que ainda não o esqueci, ainda não o superei. Coisas assim não se processam da noite pra o dia, mas o orgulho ferido pode ser um remédio e tanto, um ótimo catalisador.
Relaxa... Relaxa! Meus senhores, vocês entendem o que é isso?! Levar um fora e o carrasco dizer relaxa enquanto dá um tapinha nas suas costas?! Relaxa! Relaxa é o caralho!!!
Eu não quero mais flar sobre Alguém, meus senhores. Ele que fique com sua falta de noção. Sem noção!
Que vontade de gritar pra ele que ele é um completo sem noção!

Sem mais, encerro por hoje, meus senhores. Tenham todos uma boa noite.

cinco de junho e a tristeza que transborda...

Hoje o dia foi tão pior do que eu jamais poderia supor quando acordei... Sei que a culpa é minha, toda minha, porque eu resolvi fazer algo que só poderia mesmo ter me causado tristeza, mas era algo que eu precisava fazer, apesar de ter me estraçalhado o coração... Eu pedi pra conversar com Alguém e, diante de um céu pavorosamente azul e de um dia terrivelmente bonito e fresco, eu tremi diante dele, eu mordi o lábio pra conter o choro, mas eu disse, pra encerrar aquela sucessão de silêncios e frases paridas a fórceps: “eu gosto de você e tudo o que eu queria era que a recíproca fosse verdadeira...”
E o que mais ele poderia ter me dito além de “eu não sei nem o que te dizer...”?
Seu silêncio é eloqüente o bastante, respondi, me levantei e saí. Meu coração era uma confusão de fragmentos se chocando contra o meu peito. E eu olhando pra baixo, com medo de encontrar com qualquer pessoa no caminho até um lugar onde eu pudesse chorar em paz.
Ele ainda me perguntou se eu iria almoçar por ali e eu respondi que não iria comer. Tinha vontade de pular na jugular dele. O que eu tive que engolir ali já foi mais do que suficiente. Acabou-se meu apetite.
E eu andando rapidamente, não olhei pra trás. Por que eu olharia? Por que eu deveria olhar pra ele uma vez mais?
Eu gostaria de poder não voltar ali nunca mais. Mas amanhã estarei lá de novo. Ele também. E eu respondendo gentilmente às pessoas, elas nada têm a ver com meus infortúnios. Eu morrendo por dentro e respondendo gentilmente e até espremendo sorrisos entre os lábios pra não deixar nada transparecer. Talvez eu até seja boa nisso, em fingir que está tudo bem quando está tudo uma merda... afinal, a tarde passou e eu não chorei na frente de ninguém por mais vontade que eu sentisse, por mais que o som da voz dele me fizesse querer sair correndo e gritando... Onde é que eu vou pôr o meus olhos se ele ocupa todos os lugares pra onde olho? O que eu farei com a vontade de chorar compulsivamente até secar toda dor? Pra onde levarei meu corpo que não haja o menor vestígio do corpo dele?
Odeio chorar.
Odeio.
Ele não faz a menor idéia do que eu sinto e eu não poderia jamais dizer a ele... pra quê? Por que eu diria? Pra ele é inútil, meus sentimentos lhe são inúteis. Eu sou inútil. Não sei o que ele pensa sobre mim e não vou perguntar. A mim já me basta passar por uma situação tão destruidora uma vez com cada Alguém. E esse é o tipo de pergunta que eu teria que ser muito mais idiota e masoquista pra fazer. Se ele me vê e não me enxerga, eu não quero saber o por quê. Eu odeio esse porquê sem sabê-lo. E eu me odeio por gostar de Alguém tanto assim quando não deveria gostar de ninguém. Eu sei que não fui feita pra gostar de ninguém. Por que esse meu coração imbecil continua a ir pra onde não será nunca bem quisto é um mistério... Como é que eu poderia esperar por qualquer chance com Alguém que me olha como se eu fosse uma vidraça, uma janela? Que olha através de mim sem nem se dar pela minha presença? Alguém tem pena do meu sofrimento inútil como teria pena de um cão chutado na rua... Alguém não faz idéia... não faz a menor idéia do que é estar onde me encontro agora... ele não sabe o que é sofrer por se carregar um sentimento tão puro e tão... inútil... Alguém me disse hoje que nunca passou por isso de ser gostado sem gostar da pessoa. Como uma conversa assim tão desgraçadamente cortante poderia ter durado ou ter feito qualquer sentido ou ter sido boa? Como? Como é que Alguém que nunca sofreu poderia me compreender? Como, meus senhores? Como? Como é que ele saberia a dor que me causa ao vê-lo e não conseguir dizer um oi como toda gente o faz? Ou ele é extremamente ingênuo ou muito cruel... me disse “relaxa” e me passou a mão nas costas como se fossemos camaradas. Fiquei com a impressão de que ele nunca deve ter dado um fora em ninguém. Isso lá é coisa que se diga ou que se faça? Como se fosse uma simples questão de escolha conseguir levar tudo numa boa, continuar conversando com ele, rindo das piadinhas, enfim, como se o prosseguimento da vida fosse assim tão facilmente decidido. Antes fosse! Eu não perderia uma lágrima por Alguém que não sabe o que é sofrer por desejar. Ah, meus senhores, que merda! Que grande merda!

sexta-feira, junho 02, 2006

conclusões...

Bem, meus senhores, depois de mais uma semana de angústias e incertezas atrozes, e certezas desoladoras, hoje, uma semana depois do meu gesto infantil e precipitado, cheguei a mais uma triste conclusão: Alguém não vale a pena, "não vale uma fisgada dessa dor"... Por quê? Acompanhem meu raciocínio, senhores: se uma pessoa do seu conv´vio se declarasse pra você, você a ignoraria por completo? acho que eu faria isso se detestasse essa tal pessoa, ou ainda se a achasse horrível ou com defeitos imperdoáveis, isto é, se eu não tivesse a menor consideração, respeito e/ou o menor traço de admiração por essa criatura. No entanto, se fosse pessoa de minha estima, se eu tivesse qualquer sentimento de respeito e amizade por ele, jamais deixaria que ele ficasse largado sofrendo sozinho. Óbvio que eu não ficaria com ninguém por pena, mas pelo menos conversar, saber direito da estória, tentar um diálogo, sei lá, não deixar a pessoa no vácuo. Tudo o que o meu-ex certo Alguém fez foi isso: me ignorar, me deixar no vazio... Ele deve me achar uma pessoa horrível, indigna de sua atenção, então o que eu quero gostando de Alguém que me trata com tamanha indiferença, descaso mesmo?
Tudo bem que minha auto-estima nunca está lá muito alta, mas isso também já é raso demais! Eu sou uma pessoa legal e eu, como todo mundo, mereço respeito, e eu nunca dei motivo pra ele me tratar de outra forma que não com gentileza. Alguém que se foda!!! Que se FODA!!! E, quer saber, voltei pra fase homens, morram com dorrr! Ou, melhor, brochem até tomando viagra! Malditos! Só ligam mesmo pra peito e bunda. O, ok, tudo bem, sem problema. Tomara que se deparem sempre com peitos e bundas interessados em carros mais caros que os deles, em empregos melhores que os deles, e que te traiam com o melhor amigo deles. Estou vingativa hoje, meus senhores. Que se fodam todos!!!

Quanto à mim, estou me torturando um pouco mais, ouvindo Marvin Gaye e sentindo que realmente eu precisava mesmo era de uma "sexual healing"... Ó, vida cruel!
Vou aprar de odiar os homens quando eu tiver um pra chamar de meu...
Mas Alguém não serve mais não, esse partiu meu coraçãozinho e agora, já era. Definitivamente ele não me emrece, não mesmo. Eu não merecia ser tratada assim. E, se antes eu estava evitando seus olhos de tanta tristeza, agora devo evitar de tanto ódio. ÓDIO!!! Agora mesmo é que farei questão de não dar bom dia, nem nada e nem muito tentar falar qualquer coisa tentando ajudar ou oferecendo lanche... agora é nada mesmo. Uma mulher vingativa como eu, de orgulho ferido fica muito pior. Se ele acha que eu sou detestável, não sentirá mesmo a menor falta de qualquer contato comigo. Eu vou aprender a estar lá e e não quere nem seuqer olhar pra cara dele, vou aprender a detestar sua presença e me sentir enojada com o cheiro dele. Pois se o bem-querer que sinto não é recíproco, a indiferença que ele sente vai me contaminar e passará a ser recíproca de minha parte.
Que assim seja.

Acho que vou furar o lábio do lado esquerdo também quando o pagamento sair. Uma argola só não foi o suficiente pra me lembrar o que ela deveria lembrar: ódio aos homens e manter distância deles. PRECISO MANTER UMA DISTÂNCIA SEGURA DE TODOS OS MALDITOS HOMENS!!! E, ao olhar pra eles, lembrar do mal que sempre me causaram ou pensar neles como gays, ou seja, potencialmente amigos, nada mais que amigos. Acho melhor eu tatuar essa resolução nas costas da mão esquerda pra sempre poder olhar e me lembrar.

Meus senhores, é claro que nada do que eu digo sobre o ÓDIO vale pra os meus amigos. Esses eu amo. Talvez seja até por isso mesmo, meus senhores, eu dei tanta sorte com os amigos do sexo masculino que não poderia esperar nada nem parecido com os outros homens. Nem todo mundo nasceu pra se dar bem nos relacionamentos amorosos, não é?