segunda-feira, janeiro 31, 2005

31/01/05

"I'm an evil gal
don't you mess around with me..."
Putz, Aretha, como eu senti sua falta!!! Mas não dava pra pôr esse disco antes ou eu acabaria tentando cortar os pulsos com uma faca de mesa...
Bem, eu bebi um pouco, mas não estou com vontade de vomitar, não dei em cima de ninguém, não fiz nenhuma merda. Bebi uísque com guaraná, suco de maracujá com vodca (não sei quantas taças), saquê com suco de morango (acho que umas duas taças), e o que menos gostei, vodca com suco de limão e manjericão...
Eu trouxe, com a ajuda do Diogo, duas vasilhinhas de tomar caldinho. Um mimo. Não faço a menor idéia do que farei com as bichinhas, mas se eu tivesse esse poder de antecipação, só teria jogado uma vez na megasena...
"each place I goonly the lonely go...
the songs I knowonly the lonely knowseach melody recall a love that used to be
the dreams I dream
only the lonely dreams..."
affff
essa mulher sabe como machucar um coração
Bem, preciso confessar que eu adoro uma música BEM dor-de-cotovelo... talvez eu seja mais masoquista do que possa imaginar. Nunca fui muito adepta de dor física, mas vivo me fazendo sofrer por dentro. Como será o nome dessa patologia? Só pode ser patológico isso, não é coisa de gente normal se torturar assim.
Será que é normal odiar homens que eu sequer conheço justamente porque não os conheço? é que eu realmente odeio os homens que ainda não passaram pela minha vida, aqueles pelos quais ainda não me apaixonei, aqueles cujos olhos eu ainda não quis beber, aqueles cujos braços não me trançaram... Talvez a linha entre a lucidez e a loucura esteja ainda mais estreita do que eu imaginava...
"never knew the softness of his tender kiss
don't know if he is weak or strong"
Acho q tenho mais medo de enlouquecer do que de morrer. A loucura é estar morta em vida. Cruzes!
Eu sempre tive certeza de que seria mais feliz se soubesse cantar, se tivesse uma voz linda como a da Aretha ou da Bethânia, ou da Billie... mas não, sou obrigada a conviver com essa coisa estridente e irritante que parece a vozinha de alguma personagem de desenho animado... q palha...
Depois q eu vi "Ray", fico ouvindo na minha cabeça o tempo inteiro
"I can't stop loving you
I've made up my mind"
e também fico ouvindo
"hit the road, Jack,
and don't you come back
no more, no more, no more"
Pelo menos são músicas bonitas. O foda mesmo é ficar com aquelas coisas trash na cabeça depoois de passar perto de algum lugar onde um corno está ouvindo a todo volume qualquer dessas merdas que só os piões (é, é com i mesmo!) ouvem. Putz. Porque todo mundo que tem péssimo gosto pra música faz questão de compartilhar sua desgraça com toda a vizinhança num raio de quilômetros? A minha teoria é: o mau gosto musical é diretamente proporcional ao volume do som no carro (ou em casa). Alguém já ouviu Tom Jobim, Beethoven, Smiths, Aretha ou mesmo Mutantes super alto em algum carro passando? Então... Quanto pior a música, mais alto o volume. Que merda.
Melhor dormir agora enquanto o álcool ainda está fazendo efeito e eu, apesar de você, minha amada Aretha Franklin, não quero chorar. E eu não vou dormir chorando. Não vou. É sério. Não tenho por que chorar, o choro não me adianta mais de nada, nem sequer como forma de desabafar.
"I'm drinking again
thinking when you, when you loved me...
and I'm whishing you were here...
I'm just being fool hoping that you, you would hear...
but who's gonna laugh at my broken heart?"
Só vc me entende, Aretha...

domingo, janeiro 30, 2005

30/01/05

Quando a noite obscura e perfumada vier
Me encontrará ao redor de mim
Estarei bela e serena como um penhasco
Eu sou um penhasco
Um abismo reverso
Uma gruta iluminada
Estalactites maciças
Um facho de luz na janela da casa de meu pai

Meu pai tem muitas moradas
Eu sou o filho bastardo
Eu não tenho nada pra chamar de meu
Eu sou o filho bastardo
Desconhecida de todos
Vivo onde não se vive
Sonho o que não se sonha
Fugi do altar de imolação
Pra errar no mundo
Tanto melhor errar por aí que sangrar até morrer
E pra quê?
Meu pai, que não me conhece, é senhor de muitos escravos
E os escravos são mansos, são ovelhinhas
Porque alguém precisa de tanta devoção?
Eu caí, mas triunfei.

Sou o reverso do abismo
Sou a luz pálida furando o casco das nuvens grávidas de água bem limpinha
Sou só mais uma
Sou uma mulher qualquer como todas as outras
Meu sangue ferve no sangue de todas as outras
Meu ódio cresce no ventre de todas as outras
Meu ventre, meu ventre será sempre o meu ventre, não será morada, não será casa, não será teto, não será abrigo, não será coisa alguma senão meu ventre: eis que tornei-me livre:
A maior rebeldia eu guardo para o desfecho final
Pois sou mulher e aguardo
Sou fêmea e caço
Sou menina e minto
Sou demônio e sonho
Não sou homem, não sou deus
Minha natureza é a de errar, errar por aí
Com tudo o quanto é lindo nos olhos
Correndo descalça por nem sei onde
Trançando os cabelos negros, bebendo o que me é dado, roubando o que me é negado, sorrindo às custas das misérias dos outros, cuspindo na compaixão dos homens de bem
Quero mais é que todos vão pra o inferno, vocês malditos homens de bem! pena que não existe inferno...
Eu estaria lá ciceroniando um por um.

Pode me chamar de mulher

30/01/05

Continuo comprando cd’s compulsivamente. Ontem comprei mais quatro. Quer dizer, ontem não, hoje beeem cedinho: depois que saímos da escola de música, fomos ao extra do final da asa norte. Saímos de lá precisamente às 6h. Detesto o horário de verão nessas horas... se estivesse no horário normal, teríamos visto o alvorecer. Gosto tanto de ver o sol nascendo, colorindo as nuvens de laranjas e dourados... mas não gosto de acordar pra ver isso, tem que acontecer quando já estive a noite inteira acordada senão não tem graça nenhuma. Seria tão bobo quanto acordar pra ver o sol se pôr.
Ontem encontrei um cara que conheci há nos atrás e que fazia uns dois anos que eu não via. Quando eu o conheci, ele era um garotão, um menino. Mas eu gostava de passar tempo com ele e sua meninice, porque eu já era velha como hoje. Nós costumávamos ir a uma lanchonete, pedir alguma coisa e conversar sobre coisas bobas ou simplesmente ficar em silêncio ou rindo sei lá do que. Era isso. Era só isso e era bom. Eu gosto de poder ficar em silêncio perto das pessoas. Muita gente se sente desconfortável com isso, eu não. O .. não consegue ficar um minuto em silêncio ao meu lado e eu gosto menos dele por isso.
Bem, não sei quantos cd’s comprei essa semana. Estou no auge da ansiosidade. O limite do meu cartão já era... não sou uma adulta tão responsável quanto deveria e isso é tão patético! Ah, malditos moldes!!! Malditos padrões!!! Só porque pessoas antes de mim envelheceram sendo responsáveis, tendo bom senso, fazendo poupança, decidiram que isso era o que eu deveria fazer também. Isso me angustia. Eu queria ser respeitada. Quem não quer, porra?! Não acredito em quem não está nem aí pra ninguém, só eu.
Mas é claro que eu ligo pra o que os outros pensam ao meu respeito! Se não ligasse, passaria a me comportar como a massa, as mesmas roupas, o mesmo corte de cabelo, as mesmas mentiras saídas de uma linha de produção, as mesmas aspirações por um marido rico, filhos bonitos, casa espaçosa, cartão de crédito ilimitado, valium, vodka, terapia ocupacional, amantes casuais, missa aos domingos, natal com a família.
Bem, cada vez q eu passo e alguém ri ou me diz algo ofensivo, eu rio. Eu gosto do escárnio. Eu desprezo as pessoas na rua que falam com desconhecidos mas só querem desabafar suas próprias frustrações. Eu rio sempre porque é bom vencer. Bem, essas pessoas não sabem, mas só servem pra reforçar minha idéia de ser diferente delas. Bem, seria um completo desastre se eu tentasse ser igual... Eu sei, eu sei, não há nada de original a meu respeito, mas, enfim, também não preciso ser como a massa, posso ser igual a outras poucas pessoas, com um pouco de coisas em comum de cada uma. É demais pedir a alguém pra ser uma pessoa original, um ser humano original! O que eu poderia fazer ou pensar ou sentir que já não foi vivido por outra pessoa? Ah, deixa pra lá essa conversa.
Tenho ido bastante ao cinema. Mais uma compulsão. Estou aproveitando agora pra tomar uma overdose de coisas que eu gosto porque depois passarei um tempo na abstinência... odeio trabalhar...Só mais uns diaszinhos de liberdade e aí, cativeiro de novo... lerê, lerê, lerê-lerê-lerê... humpf...

sexta-feira, janeiro 28, 2005

ainda somos os mesmos

Bolo de chocolate com cobertura de chocolate e recheio de chocolate e pêssego em calda e Altemar Dutra de trilha sonora. Bem, é sexta-feira a noite e eu estou em casa sozinha. Bem, quando se mora sozinha é uma coisa natural. Não estou deprê hoje. Estou pensativa.
Antes do Altemar Dutra eu estava ouvindo Chuck Berry. Comprei lá na siciano os dois. Eles estavam até baratinhos, tipo R$ 10,00 cada, mais desconto pq tenho o bendito cartão da siciliano, saiu por menos de dezenove contos. Barato. O foda vai ser quando a fatura chegar... Bem, fevereiro será um mês BEM delicado nas minhas finanças arruinadas do pós-viagens... mas, enfim, foda-se: só se vive uma vez e eu detesto perder oportunidades, ainda q sejam de cd's de ponta de estoque.
Foda-se, sabe?
Foda-se mesmo.
Minha vida já é tão escrotamente cheia de limites e contenções e todo tipo de complexos, ausências, amarguras, frustrações, enfim, como a vida de qualquer pessoa q pensa um pouco a respeito de toda essa merda cotidiana... ah, sei lá, eu só quero poder me agradar um pouco. Eu preciso de atenção, de carinho, de mimos... quem melhor do q eu pra fazer isso por mim?! Pra q porra eu trabalho, afinal de contas?! Pra ficar economizando, economizando, economizando pra comprar uma merda de carro q um idiota bêbado ou sóbrio vai fuder numa batida? pra dar entrada num ap q eu não vou quitar nunca o saldo devedor e serei despejada e perder a grana q já investi? pra comprar qualquer desses "bens duráveis" depois de anos de economia e morrer no dia seguinte à assinatura dos papéis e a grana ir pra escrota da minha mãe? NO FUCKING WAY!!! Pode deixar q eu mesma gasto toda a merda do meu pagamento subremunerado da maneira mais imbecil q eu encontrar. Eu ralo muito pra ganhar essa merda e se eu quiser comprar tudo de balinha de canela (aquela q parece uma biloca, claro!), como diria a minha diva Billie Holiday, não é da conta de ninguém o q eu faço...
Sei lá se eu vou estar viva daqui a pouco, q dira ficar fazendo planos pra uma aposentadoria q, de acordo com as estatísticas sobre violência urbana, está cada vez mais e mais e mais e mais longe, mais e mais improvável de acontecer...
Pq será q em janeiro eu tô sempre dizendo q não quero mais saber de nenhum homem?! Essa coisa cíclica é tão palha!!! Mas dessa vez é mais forte do q nunca! Homens são legais mas eu gostaria q todos ficassem impotentes por, no minimos, seis meses. Quem sabe assim eles aprenderiam algo sobre a vida, respeito, filoginia, blá, blá, blá.
Bem, estou tombando de sono... Morfeus me espera e a ninguém mais.
acabou o cd, deixa eu trocar.
Sei lá o q estou sentindo... não é tristeza nem melancolia, nem caso médico. apenas estou aqui digitando apesar do sono pesadíssimo!!!
Argh...
Filhosdaputa...

segunda-feira, janeiro 24, 2005

ho hope, no harm

Nó na garganta.
Ansiosidade. Angústia, pra ser mais precisa. É como se algo estivesse sempre na iminência de acontecer, e no entanto, nada nunca acontece. Sentimento estranho.
Gostaria de nunca mais ouvir falar dele agora. Gostaria de esquecê-lo nem que fosse só por não lembrá-lo.
Mas eu penso nele o tempo inteiro. Penso mais nele hoje em dia do que quando estávamos juntos. Eu pensava muito nele quando estávamos juntos, mas agora penso mais. Penso nele porque nunca mais o vi. Penso nele porque gostaria de revê-lo. Penso nele porque... ah, deixa pra lá.
Eu nunca disse isso pra ele, aquela palavrinha traiçoeira que eu sabia que significaria muito pra nós dois, mas que eu nunca ouviria de volta. Eu não disse o que realmente sentia porque sabia que não era correspondida na mesma medida. Também acho que, quando isso acontece, não é bom vomitar sentimentos na cara das pessoas que simplesmente não saberiam o que fazer a respeito. Talvez algum dia ele diga a alguém o que eu não tive coragem de dizer a ele. Na verdade, seria muito bom que ele dissesse. Ele precisa viver mais, se arriscar mais, e talvez aí entenda... talvez aí ele me entenda. Eu apenas vivi a minha vida da maneira mais coerente no momento em que as coisas aconteciam. Não foi nada planejado. Bem, talvez ele não me entenda nunca. Talvez ele sequer queira me entender.
Faz tempo, quase um ano agora, mas mesmo assim não posso deixar de me sentir triste e deixar de pensar em como isso tudo é uma pena... uma pena...
Parece que agora eu sou alguém que terminou de provar da melhor champagne e que recebe a notícia que nunca mais beberá novamente, que, no máximo, vai ter que se contentar em tomar sidra cereser se roubar de algum despacho...
Eu disse pra Lu que ia chorar se ela pusesse a bendita musiquinha do Kid Abelha... “depois de você, os outros são os outros e só”. Coisa mais verdadeira essa oxigenada não poderia ter dito...
Estou passando pela fase tirando-os-meus-amigos-quero-que-os-homens-morrarm-com-dor, mas isso não significa que eu queira conhecer mulheres no sentido bíblico da coisa. Aliás, por que tem que ser uma coisa ou outra e não nenhuma coisa? Muito melhor é voltar a ser assexuada. Muito melhor é eu ficar bem quietinha no meu canto e deixar esses felasdaputa passarem batidos por mim. Cansei, sabe? Cansei mesmo. Ter esperanças demanda uma energia da porra... custa MUITO caro. Cansei. Penduro minhas chuteiras. Eu quero sair dessa organização sem fins lucrativos pra mim.
Ok. Estou dando a pala agora. Mas chorar é a única coisa q eu realmente posso fazer por mim. Não há nada mais que eu possa fazer por mim nesse momento, além de chorar, que não envolva a palavra suicídio. Não, não é exagero, é uma constatação: minha vida vai continuar assim até o dia em que eu morrer: uma sucessão de frustrações, decepções, desilusões e mágoas... E sabe qual a pior parte? Ter qur parecer normal. Ter que agir como se esse maldito dia fosse um dia normal. Mas nenhum dia parece normal pra mim desde q eu me lembro do meu primeiro dia. O que me falta de verdade? Coragem pra tomar as medidas necessárias pra pôr um fim a tanta mediocridade, a tanta falta de propósito, a tanta tristeza.
Sim, eu tive bons momentos, tive alguns excelentes, inesquecíveis, mas essa não é a questão. A questão é: em 27 anos de existência, eu tive alguns, alguns, alguns, não muitos, apenas alguns momentos q parecem escassear a medida em q minha idade aumenta. Nesse ritmo, eu vou ter q viver uns 7 anos pra q um momento inesquecível aconteça e assim por diante em progressão geométrica... Será q eu vou agüentar isso? Será q eu vou viver tempo o bastante pra ter mais um momento inesquecível ou vou morrer com a boca amarga pelas tristezas da vida?
Hoje eu admiti pela primeira vez que o amo pra alguém que não fosse eu mesma. Doeu. Doeu dizer a outra pessoa que eu nunca mais serei feliz, que eu realmente não tenho muito o que fazer porque não tenho esperanças. Seja lá o que havia de lindo e especial entre nós acabou, mas o amor que eu sinto não. Isso é tão patético. Isso é tão horrivelmente patético.
Eu estou morta e ninguém se deu conta disso ainda.
Eu morri há anos.
Talvez eu já tenha nascido morta, mas como minha mãe não é lá nada boa da cabeça, resolveu me criar como se eu estivesse viva. Mas eu não estava viva. Nunca estive. Eu só

domingo, janeiro 23, 2005

23/01/05

os girassóis foram devorados pelos corvos
não há mais flores nos campos
os girassóis foram arrancados da terra boa por mãos alheias
os girassóis foram despetalados, destroçados e jogados no duro chão
o sol se pôs
não despertará jamais
há noite eterna mesmo quando amanhece
não há mais girassóis

Escrevi isso quando de cheguei em casa de manhã cedinho. Estava me sentindo estranha. Acho que estou prestes a fazer uma bobagem... Não, não vou me matar, hoje não. Não é esse tipo de bobagem irreversível que eu costumo cometer. As bobagens que eu faço são mais do tipo "que merda, Verônica, no que você estava pensando quando fez isso?!", mas eu sempre sou a interlocutora... Bem, quem é não faz bobagens que atire a primeira moeda. Eu me sinto como um daqueles músicos de rua esperando as moedas caírem na caixa aberta do violão. Mas ninguém joga moedinhas pra mim, as vezes me dizem um palavrão, riem, fingem que não estão me vendo ali naquela situação... mas moedinha que é bom, ninguém joga.
Ah, que palha...
O escroto do meu cunhado disse há pouco que minha sobrinha nunca mais vai me visitar. O que ele espera com isso? Isso é tão imbecil de se dizer! NUNCA MAIS! NUNCA MAIS! NUNCA MAIS! nunca mais o caralho, gordo escroto!!! nunca mais é a puta que te pariu, filho da puta! a sobrinha é minha e ninguém pode mudar isso. a paternidade até pode ser mudada, caso haja um exame de dna, especialmente pq só se tem certeza mesmo SEMPRE de q a criança é filha da mãe. O pai é só um artifício. Cunhado nem é parente!!! Menos mal. Eu quero mais é q ele se exploda, velho babaca.
E todo esse drama pq? Pq eu nãoa cordei "cedo" pra levar a menina em casa. No dia em q acordar voluntariamente antes de meio-dia num domingo pra fazer qualquer coisa, algo estará muito errado comigo! Todo mundo sabe que eu durmo MUITO, especialmente nos finais de semana, especialmente depois de chegar "cedinho" em casa depois de uma festa. Qual o problema dessas pessoas? Elas nunca foram a festas? O que elas temem que eu faça com a minha sobrinha? Que eu a leve a orgias?! Eu nunca fui a nenhuma sozinha, agora vou querer ir acompanhada por uma menor de idade?! Mais que diabos!!! O que essas pessoas pensam da vida? da minha vida?! Nunca foram pra um lugar com jogo de luzes e música e pessoas dançando? Putz... que merda. Família é uma merda. Depois eles reclamam que eu desapareço, que eu não vou às festas de família, que não ligo.... BULSHIT!!!
Amo os meus sobrinhos. Amo os meus irmãos. Mas as vezes minhas irmãs fazem coisas que me deixam extremamente desapontada, como isso... como minha irmã pode fazer tanto escândalo por causa disso?! Que merda...
Ainda bem que eu só os vejo quando quero e devo ficar sem querer um bom tempo.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Solilóquio

Estranho como as coisas vão acontecendo sem que a gente se dê conta de que elas realmente existem. De repente é um baque seco.
de repente é um atropelo.
de repente é a gente sem chão e não tem “perfect day” do Lou Reed tocando no fundo, não tem nada, só a gente.
só a gente.
será que alguma vez na vida a gente está acompanhada? Será que a gente simplesmente não fica perto dos outros, mas sem nenhuma proximidade concreta?
concreta, palpável, real... palavras estranhas
e eu só queria mesmo era um cara com quem eu pudesse conversar como eu converso comigo mesma, sem ter receios, sem ter que pensar no que digo. Tem gente que acha que falar sozinho é loucura, eu acho que ó maior sinal de lucidez: dar-se conta de que estamos sozinhos mas mesmo assim ainda existe a necessidade e a possibilidade de diálogo.
eu quero um cara que me escute, mas sobretudo que me diga coisas que me façam querer ouvi-lo. Tem uma grande diferença entre dizer o que eu quero ouvir e dizer coisas que me façam querer ouvi-lo. Nem sempre os caras entendem isso. “nem sempre”, haha. Eles não entendem isso nunca. Normalmente acham que falar “você tá muito gata” é o bastante, que isso é tudo o que eu quero ouvir. Bem, rapazes, isso não é nem de perto algo que me faz querer conversar, querer qualquer coisa pra ser bem sincera. Prefiro quando me dizem “você é estranha” porque isso soa mais sincero. Uma merda gostar de caras que tentam ser sinceros. Tentar é diferente de ser. Poucas pessoas conseguem segurar a barra de serem sinceras.
Putz... quanta mentira a gente vive todo dia acreditando que todo mundo acredita nisso também. Todo mundo sabe de todas as mentiras porque é impossível conviver com a verdade. A verdade fere. A verdade não liberta ninguém. Um tiro na nuca é muito mais libertador. Uma overdose de barbitúricos será a minha libertação. A verdade não liberta ninguém.
Verdade é uma palavra linda que faz todo mundo pensar em conceitos nobres que os seres humanos só conhecem mesmo é de ouvir falar. É como Liberdade, Amor... só serve mesmo é em poesia. Poetas são as pessoas mais estranhas do mundo. Será que os extra-terrestres fazem poesias? Será que os poetas vivem a poesia? Será que algum dia eu vou conseguir escrever uma poesia? Mas se eu escrever uma, não vai ter essas palavras lindas e nobres que eu não conheço. Vai ser dura, incoerente e sem sentido aparente algum, como a minha própria vida: inútil como a vida de todos os seres humanos que existem, existiram e existirão. Não, isso não é pessimismo, é aceitação. Nós somos uma raça totalmente inútil. Só o beija-flor é necessário. Se qualquer ser humano tivesse a graça de um beija-flor, então nós estaríamos salvos
reticências
reticências
reticências

terça-feira, janeiro 18, 2005

18/01/05

Bem, acabei de voltar do gate's. Estou cansada mas não muito. Noutro dia eu estava conversando com uma amiga sobre como eu queria me apaixonar de novo... Mas hoje algo me bateu, assim do nada mesmo, de que eu não preciso me apaixonar, eu preciso é me desapaixonar. Eu amo alguém que - surpresa!!! - não me ama. Preciso não amá-lo mais. Se alguém aí souber como fazer pra se desintoxicar dessa droga pesada, me diz porque estou precisando MUITO. Mas o estranho mesmo é que essa certeza de amar meu ex veio assim com uma certa leveza, sem mágoas, sem ódio. Apenas uma constatação. E talvez ele venha a ser o grande amor da minha vida pra o resto dos meus dias, sei lá! Tomara que não, mas se for pra ser assim, como é que eu posso fazer algo a respeito?

Ah, o próximo cara que vier com essas merdas de que sente que eu sou especial, que quer ficar comigo "até que um de nós morra", vai ter que me apresentar todas essas bobagens em duas vias reconhecidas em cartório e ficará obrigado q ficar comigo até, no mínimo, o tempo em que eu ficar com o cara.

domingo, janeiro 16, 2005

afff

Consegui!!! Nossa, quanta dificuldade pra se escrever...
Bem, pois é, esse é o meu primeiro blog. Acho que estou realmente muito a toa nessas férias, de outro modo não teria inventado essa estória de blog. Já tive tantas férias e nunca tive um blog!
Ontem eu vi um filme com uma amiga e achei uma coisa muito louca: O Desespero de Veronika, do Fassbinder. Eu nunca tinha visto um filme do cara. Era em preto e branco e com uma estética q me lembrava a dos filmes antigos mesmo, mas acabei de descobrir que o tal filme é de 1982!
Eu bem que achei que tinha uns elementos muito loucos no filme pra ser tão antigo, mas, enfim, não costumo ver muitos filmes antigos. 1982! Fui pega de surpresa...
Sei lá, me identifiquei com algumas personagens, com seu estranhamento, suas loucurinhas...
ainda não sou viciada em morfina....

CAralho, tô tossindo pra caramba. Será q logo agora q eu desisti de morrer de tuberculose, eu vou morrer de tuberculose?!




Putz, é a segunda vez q eu tento escrever um bendito post e acho q não vou conseguir de novo. Não sei que merda está acontecendo, mas não consigo visualizar esse blog... q coisa...