quinta-feira, setembro 08, 2005

oito de setembro e a carne das violetas

a textura da língua
a complexidade da língua
a limitação da língua
nosso idioma
nossa carne
momentos em que faltam palavras
instantes em que não há como escolher entre tantas, entre todas as palavras certas
a carícia das palavras sussurradas
a vertigem do que não é dito
nossos corpos que se calam
a sua língua na minha boca
o seu nome na minha mão
meus olhos, seu sorriso
seus olhos, meu caleidoscópio

tiro os óculos pra te ver melhor
clichê?, mas é verdade

e as violetas que você me deu, as pintei na memória e, como um retrato, olho pra elas e vejo você em todos os lilases do seu sorriso de Menino

Quero te comer com pão.