quatorze de novembro
Ela saiu de casa. Pegou um ônibus. Andou por corredores num shopping. Encontrou uma amiga. Comeu um lanche. Viu um filme. Voltou para casa.
Não, ela não está morta.
Enquanto voltava no ônibus, viu a lua. Cheia. Plena.
Não, ela não está morta.
Isso requereria muita energia e ela não tinha nenhuma.
Gastara toda a sua energia mentindo para si mesma que tudo estava bem, não havia sido nada, ela estava bem. Perfeitamente bem.
A vida seguiria seu curso. Ela também seguiria seu curso.
Continuaria indo e vindo. Continuaria trabalhando. Continuaria vendo amigos. Continuaria.
Que importa seu corpo vazio? Que importa o olhar vazio? Através das grossas lentes dos óculos nem dá pra notar...
Mas um dia isso passa. Sempre passa, não é?
Ou, ao contrário, as decepções vão se acumulando uma sobre a outra e nada na verdade é jamais esquecido?
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