sábado, agosto 26, 2006

e a vida continua...

Na madrugada de quinta-feira morreu num acidente o filho de uma colega de trabalho. O cara era mais novo que eu, era noivo, o filho mais velho... o primogênito... Mas a morte é a única que todos nós vamos partilhar nesta vida...
Fiquei muito triste pela colega. Ela era divertida. Sim, meus senhores, era. Duvido muito que ela volte a trabalhar e seja como antes. Ninguém perde um filho e volta sorrindo ao trabalho, pelo menos ninguém normal, e ela é uma mãe preocupada, atenciosa. Ela falava do filho sempre com tanto carinho... Tadinha...
Dizem que a pior dor que se pode sentir é a perda de um filho porque é mais anti-natural, a que contraria as "leis da natureza" porque o certo seria os velhos morrerem antes dos jovens, os pais, dos filhos...
Há umas semanas atrás morreu também o pai da minha cunhada. Eu não ando simpatizando muito com ela, mas ela merce minha antipatia porque implica comiga e não deixa meus sobrinhos andarem comigo, mas o que eu queria dizer é que fiquei com pena dela porque ela amava muito o pai, mas ele estava velhinho e doente, estava na hora de deixar esse mundo de sofrimento. Era esperado que ele morresse. Era uma questão de tempo. Mas um jovem, um garoto de, sei lá, 25 anos, isso é triste mais ainda!
Sabe, toda vez que alguém morre, alguém que eu conheço, procuro pensar nos bons momentos, procuro me elmbrar de cosias boas a respeito da pessoa, e não ficar lamentando que nunca mais a verei. É claro que rola uma saudade, uma puta tristeza, mas é bom poder pensar que eu vivi coisas boas com a pessoa, que ela me acrescentou algo positivo à vida, e que ela fez diferença na minha vida porque eu estou viva agora e eu tenho que carregar as lembranças dos que já se foram antes de mim...
A certeza da morte que eu carrego em todas as fibras deste meu caco de ser é o que me impulsiona a fazer coisas estúpidas porém necessárias como, por exemplo, dizer pra um cara que não me vê que eu gosto dele. A certeza da morte não quer que eu guarde esses arrependimentos das coisas que eu queria fazer e não fiz, de tudo o que em mim eu fiz calar por medo...

Agora estou me sentindo vazia... como uma casca de ovo sem nada dentro... inútil... estragada... Será que algum dia na minha vida eu já fui necessária na vida de alguém? será que quando eu morrer alguém vai poder dizer isso, dizer que eu fiz diferença em sua vida? Bem, isso não vai fazer diferença nenhuma pra mim depois que eu estiver morta porque, enfim, retornarei para o Nada... mas enquanto estou viva eu penso nesse tipo de coisa...

Ouvi aquela bendita música dos Los Hermanos não sei quantas vezes... Ela é tão a minha cara! Tudo bem, eu sei que deve ter milhares de pessoas que pensam a mesma coisa, mas, foda-se!, é como se tivesse sido escrita por mim, pra mim, falando a meu respeito tanto como vítima quanto como algoz... Acho que sou um tipo muito estranho de narcisista... sempre acho que tudo o que é triste é feito pra mim... acho que não é narcisismo, é mania de perseguição mesmo...

Eu me sinto culpada e irremediavelmente condenada a não ter paz comigo mesma. Eu sempre acho que tenho certeza sobre o que quero, meus snehores, mas essas certezas duram tão pouco! Tão pouco! Culpa é a única coisa que permanece, só muda de assunto, mas está sempre presente aqui...

Sabe, o filho da minha colega morreu e eu pensei, meus deuses, não quero deixar arrependimentos quando chegar a minha vez. A minha vontade era agarrar Meu Certo Alguém e lhe dar um beijo ali mesmo, na frente de todo mundo. Mesmo que ele me empurrasse, me chamasse de louca, pelo menos esse arrependimento eu não levaria pra o tumúlo. E talvez as lágrimas que eu derramo agora fossem de felicidade...

Não tem como não me snetir triste diariamente, meus snehores! Eu olho pra ele todo santo dia e é como se eu não existisse porque eu vivo uma mentira. Eu não estou ali de verdade. Meu corpo está. Mas eu não posso dizer nada do que realmente quero, não posso fazer nada do que realmente quero. Eu tenho que respeitar o espaço dele, os limites dele. Ainda que isso me faça muito mal, eu preciso me conter pra que ele não passe por momentos constrangedores porque eu gosto dele, não posso fazer nada pra prejudicá-lo, magoá-lo... Embora meu orgulho ferido às vezes queira um pouco de vingança, mas não dá, não dá! Não é culpa dele ele não gostar de mim... Malditas assincronias! Malditas!
Talvez se eu não o visse mais... mas a escola é boa lá, eu não queria ter que mudar por causa dele... espero tê-lo esquecido até o final do ano. Espero conhecer outro cara que roube a minha atençãoe com o qual eu não conviva com tanta proximidade. Até parece... desde quando em acontece aquilo que eu quero???

1 Comments:

At sábado, agosto 26, 2006 7:51:00 AM, Anonymous Anônimo said...

Hey menina, não se sinta culpada pelos seus atos e tampouco se culpe pelos mesmos não surtirem os efeitos que esperamos. Viver nos permite estas atitudes, mesmo quando não causam a reação esperada, mas ainda podemos tentar mais vezes, ainda que seja exaustivo. ;] segue uma letrinha que não ajuda tanto, mas entende essas perspectivas. Ah sim essa letra é daquele filme que vc ainda precisa ver. Farôu!

http://www.stlyrics.com/lyrics/magnolia/wiseup.htm

 

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