03/07/05
três de julho
ah... nome que estala entre meus dentes, reverbera no meu corpo, entontece minha memória...
queria que você me procurasse,
não enquanto estou durmo porque é aí que sempre te acho,
mas enquanto estou bem acordada, braços envolvendo as pernas, queixo apoiado nos meus joelhos
queria ouvir sua voz maliciosa
“quero você”
qualquer dia desses, qualquer dia seria um bom dia pra rever seu sorriso
amanhã seria um dia perfeito se sua voz quisesse ser por mim ouvida
me encolho neste colchão estreito
toco meus lábios
peço silêncio aos meus pensamentos
cale-se tudo
escuto minha respiração sonolenta
escuto meu sangue pulsar
fecho os olhos pra dormir agora, Preto
penso em te encontrar
penso na sua mão na minha
na minha saliva perdida na sua boca
na sua boca...
penso na sua boca, nos seus lábios, no seu sorriso, na sua voz, no seu jeito de falar tão briguento, tão apaixonado
há um fogo em você, menino, que brilha mais que... seu lá, Preto... a chama, as labaredas que dançam nos seus olhos, crepitam na sua língua de fala forte... você irradia essa luz, esse calor e nem se dá conta dos incêndios que provoca, das geleiras que derrete assim, assim meio brincando, meio brigando
Eu era calota polar
Hoje sou oceano
mas sei que, com o tempo, isso passa
é uma pena... eu bem que gostaria de guardar esse sentimento bom comigo, mas sentimentos assim, dessa natureza tão aguda, tão penetrante, fazem mal a pessoas como eu que sonham acordadas
talvez seja por isso que eu durma tanto
lá, noutro mundo, noutro tempo, um homem, sorrindo, me espera
lá, há para mim o Preto que aqui se me faz impossível ter
sim, como não?, Preto... como eu não o quereria possuir, guardar só pra mim? Sou uma mulher possessiva e quero somente para mim aquilo que desejo.
Eu desejo muitas coisas, Preto, mas somente um homem: você.
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