quarta-feira, março 15, 2006

pedir carona, nem pensar!

Bem, meus braços ainda estão doendo... eu trouxe minha máquina de costura nova sozinha pra casa. Foi um pecurso foda, mas valeu muito a pena! Ela é linda linda linda linda! Comprei nas casas Bahia mesmo e pagarei em suaves prestações a perder de vista (por favor, meus senhores, não toquem na palavra juros...).
Pelo menos esta nova amiga não vai me acusar de interesseira duas-caras que dá em cima dos caras que ela gosta. Dinheiro muitíssimo bem empregado.

Mas meus braços doem. E meu estômago revira de raiva. Raiva em estado bruto. Uma pena porque, só pra variar, eu é que saio perdendo, eu e as paredes do meu estômago, mas é inevitável... Enfim... Agora com certeza me manterei ocupada por muuuuuuito tempo.

Pois é, eu a levei da loja no subsolo do Conjunto Nacional até à rodoviária, passei pela roleta do bendito ônibus, desci sozinha do ônibus e vim andando do ponto até em casa. Nada mal pra uma magricela fracote como eu. Eu poderia ter pedido ajuda pra alguma amiga ou amigo, mas agora prefiro não. Nunca gostei muito de pedir favores e, quer saber, eu deveria ter me mantido longe deles.
Agora vai ser assim mesmo: vou até onde os ônibus me levarem e nos horários em que eles estiverem disponíveis. Festas no lago norte, no park way, ou mesmo aqui no Plano fora do horário de circulação dos ônibus, tô fora! Churrascos no lago sul?, só se tiver ônibus ou se alguém me oferecer carona. Chega de ficar importunando os outros e correr o risco de ser levada a contra-gosto como parece ter acontecido várias vezes, não é, meus senhores? Mas é claro que quem sai perdendo sou eu! É óbvio! Contudo, meus senhores, perco a festa mas minha dignidade estará salvaguardada porque esta, se eu vacilo, acaba. Festas tem tudo quanto é dia em tudo quanto é lugar. Não vou morrer se parar de dançar em público, danço sozinha em casa.
Vai ser meio triste a princípio, mas, enfim, os seres humanos se adaptam à todo tipo de situação: me adaptarei também. E, talvez, se eu realmente tiver as amigas e amigos que acho que tenho, eles vêm me visitar quando sentirem alguma saudade ou então a gente marca de se encontrar num lugar acessível (Academia e Pier, nem pensar!) pois me recuso a pedir carona de novo. Me recuso a passar por isso de novo. Porque, meus senhores, dói. Dói pra caralho. Como se não bastasse o fato de eu ter que pedir carona, de pedir um favor, ainda receber isto jogado na cara, é demais até pra mim. E, se pedir carona faz de mim uma interesseira, saibam que eu não quero mais errar, quero me recuperar e me tornar apta ao convívio com meus iguais, quero ser uma boa pessoa.
Pedir carona agora é coisa do passado pra mim.

Bem, como eu sou uma “pobre professorinha”, meio de transporte próprio é o que não terei nem tão cedo e, sinceramente, prefiro ficar em casa do que me apressar em fazer mais uma dívida monstruosa só pra poder frequentar festas. Não tenho mesmo como comprar um carro agora, nem mesmo uma moto, e é por minha própria culpa, já que resolvi que seria independente e pagaria aluguel e me bancaria e não dependeria de ajuda de custo de familiares (até mesmo porque se esperasse por iso, estaria mais fodida ainda). Mas eu sou descontrolada mesmo quando o assunto é grana e nunca escondi isso de ninguém. Pois bem, agora que ficarei mais tempo ainda em casa, talvez assim eu consiga saldar as dívidas no banco e, quem sabe, num futuro longínquo, comprar um carro. Não, não, meus senhores, eu farei questão de dar carona pra quem eu puder. Não sou do tipo que desconta o que fizeram comigo em outras pessoas. Assim como sempre ofereço minha casa pra quem eu sei que precisa porque muitas vezes eu precisei de um lugar e não tinha pra onde ir, eu oferecerei caronas pra quem precisar. Nada de falsas promessas, meus senhores, a sinceridade ainda me é inalienável... aliás, bendita sinceridade!, por ser como sou e falar o que me parece certo é que estou na situação de agora; por isso já fui taxada de negativa, baixo-astral, etc., por falar a verdade e não fazer o que muita gente faz: dizer belas mentiras pra ser aceita e amada.

Não pedirei desculpas nem a vós, meus senhores, e sei que este assunto é irritante, mas é algo que me incomoda demais demais demais mesmo ser injustiçada. Mas, como disse um sábio “vivendo e aprendendo”.


Gostaria até de deixar aqui registradas as minhas desculpas a todas aquelas e aqueles a quem ofendi gravemente pedindo carona. Mil perdões!!!
Não gosto de dever nada a ninguém. (O BRB não conta porque não é pessoa física!)
Enfim, realmente me desculpem pelos transtornos e prejuízos financeiros e emocionais que me dar carona podem ter ocasionado às senhoras e aos senhores. Sem mais delongas no momento, até mais ver, se o meio de transporte público e coletivo permitir.