vinte e oito de fevereiro
Fui visitar meu pai ontem. Ele está bem melhor. Está andando sozinho a maior parte do tempo, não usa mais fraldão e está comendo direitinho. Semana que vem eu volto lá.
Pouco depois de ter chegado aqui, saí com umas amigas pra uma festa que eu não estava lá muito empolgada pra ir, mas, enfim, fui. Fui mais mesmo por causa da companhia delas do que por qualquer outra coisa. Era uma festa anos 80, mas acho que o dj não sabia desse detalhe... Eu me diverti, dancei muito.
Dançar é sempre bom.
Mas, sei lá, eu estava com sono e pensei que talvez devesse ter mesmo ficado em casa.
Ando agora sempre com essa sensação de que talvez fosse melhor ter ficado em casa... Acho que estou pronta pra me aposentar. Essa coisa de costurar, bordar, crochetear, isso é algo que me agrada muito, que me faz sentir vontade de ficar em casa produzindo. É tão bom ver alguma coisa pronta e pensar que deu um puta trabalho, mas que ficou bacana. Calma, meus senhores, não quero ser dona de casa e nem muito menos ser Amélia de nenhum machinho, quero ficar em casa quando puder e quiser, fazendo coisinhas fofas, inventando, adaptando. Normalmente minha vida é tão estéril, e isso é uma forma de driblar essa sensação. Arte nunca foi meu forte pra produção de coisas, mas o artesanato parece preencher o espaço vago desse departamento. Sei lá.
Afff... acho que estou virando um ser assexuado de novo...
Na festa de ontem, só um cara me chamou a atenção, mas aí eu apertei meus lábios, senti a argola e lembrei porque ela está ali... Desanimei na hora. E acho que é beeeem melhor assim mesmo. Não vou atrás de ninguém. Não espero que ninguém venha atrás de mim. Sou péssima com essas coisas de relacionamentos e não quero só uns beijinhos pra preencher minha cartela... então, sem saber pra onde ir, fico paradinha onde estou. Além do mais, o cara é amigo de uma amiga, e isso complica as coisas. Tô fora, chega de complicações. Quero as coisas bem fáceis agora. Se não der pra ser assim, foda-se, fico sozinha mesmo porque já estou acostumada. E não vou morrer por falta de namorado, só vou ficar menos feliz, mas isso já é rotina...
Fácil como? Bem, meus senhores, explico: quero que um cara me ame loucamente e que eu o ame também. Só isso. Mas o que é foda mesmo, é achar alguém que eu possa amar e que me ame também porque eu não sou nada fácil de conviver. Putz, tem gente que tem medo de mim só de me olhar, e o olhar é a primeira barreira. Um cara tem que ter culhão pra se aproximar de mim. E, depois que me conhece, tem que ser mais foda ainda pra continuar comigo, pra me admirar, me respeitar. Eu não me curvo, eu tenho muitas idéias, meus princípios são firmes, e isso não é lá uma coisa que a maioria dos caras valoriza. Por isso que digo que quero tudo fácil agora, porque o difícil eu já tive demais. Chega de dificuldades. Então é isso: ou é fácil, ou é nada.
Onde estão os caras inteligentes, independentes e divertidos? Será que são todos casados já ou são gays?! Será que quando eu ficar mais velha ainda vou encontrar alguém assim?
Pior ainda, eu acho... Caras de meia idade parecem estar muito preocupados tendo suas crises e arranjando namoradinhas que têm idade pra ser suas filhas, pra se interessar por mulheres da mesma idade... Putz, me ferrei nessa, né? Ainda bem que tenho muitos livros pra ler, muitos filmes pra ver, família grande e algumas boas amigas e amigos pra me fazer companhia enquanto não chegar meu dia de voltar ao pó, coisa, aliás, que eu espero demorar ainda um bocado.
Depois de comer um miojo e bis de sobremesa, me pergunto se a vida poderia ser melhor agora. Estou bem assim, em casa, de pijaminha de bolinhas e meias. A vida é boa quando fica assim, tranqüila.
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