segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Orgulho & Preconceito

Ok, eu admito: sou uma Romântica incontrolável... com todas as letras e no mais literal do sentidos...

Fui ver hoje “orgulho e preconceito” e – adivinhem, meus senhores – chorei h-o-r-r-o-r-e-s!
Eu adoro esses filmes de época! Eles me fazem não querer parar de usar o ponto de exclamação! Tudo é tão comovente e, ao mesmo tempo, melancólico... desde a condição das mulheres de serem coisas sem valor em si mesmas, oprimidas, reprimidas; até às paisagens vastas, os verdes, os azuis; os figurinos maravilhosos; os cenários deslumbrantes; os amores impossíveis; as rígidas regras sociais; a maneira como eles falavam; a maneira como eles não se tocavam nunca.... ai, ai, ai... *suspiros*
Como é que a gente se perdeu nesse mundo de toques e palavras ditas da boca pra fora?
Obviamente eu não gostaria de ter nascido no século XVIII, não como mulher, não pra passar das mãos do senhor meu pai pr'as do senhor meu marido, não, não, não. Não é nada disso. Mas não posso deixar de suspirar por uma época em que se trocavam longas e comoventes cartas de amor, em que pessoas se apaixonavam ao trocar alguns olhares e meia dúzia de palavras, uma época em que não havia a necessidade de contato físico pra se descobrir o amor. Sim, isso me encanta, me comove... Isso faz com que eu esteja condenada a sonhar com amores sutis e sendo acordada pela bofetada na cara da frustração desse mondo canem em que vivemos...
Sou Romântica... quero sempre o que está muito além deste mundo, das minhas mãos, da minha carne que, logo, logo, será a morada de vermes. (Sim, eu amo o Agusto dos Anjos e sinto-me mais filha do carbono e do amoníaco que nunca...)

É por isso que sempre choro nesses filmes: choro porque eu nunca terei um amor assim, sublime, tão forte e imortal quanto um sorriso adivinhado, tão belo e puro quanto uma manga madura, tão verdadeiro quanto eu e vocês, meus senhores. Tal amor não cabe neste mundo, ele só se faz carne na fantasia da Arte... Por isso eu choro, por isso eu choro de soluçar na escuridão anônima dos cinemas: tudo está perdido pra mim que não sei viver neste mundo e nem tampouco poderia habitar outros...

Ah, meus senhores, finais felizes só existem no cinema... A mocinha inteligente, porém orgulhosa, só pode se dar bem em Hollywood... Não sei dizer que tipo de mulher se dá bem neste mundo, só sei que não é o meu...

Whatever...
Como ouvi no sábado em “a passagem”, há Beleza demais no mundo pra se desistir. É, preciso concordar com isso. Ás vezes eu me faço cega, mas ainda assim existe Beleza, ainda que meus limitados olhos e minha sensibilidade míope não A alcancem. Ela está por aí, em todos os lugares.

...
Agora estou viciada em fazer trabalhos manuais. Ótimo momento pra isso me acontecer porque preciso realmente me concentrar em coisas diferentes, preciso criar, preciso fazer coisas, ver algo surgindo de onde, antes, só havia a matéria bruta. Nada realmente surpreendente e suuuper criativo, mas é um começo, o começo de um momento diferente nesta minha vida tão sempre a mesma. Quero aprender a fazer coisas. Quero criar!