Dia Bom
Meu dia hoje foi – preciso realmente admitir – bastante bom, apesar de ter trabalhado... Humpf, “o trabalho dignifica o homem”... ok, ok, mas eu, como sou mulher, me sinto mesmo é explorada pelo sistema, não dignificada!
Enfim, voltando ao meu dia bom: eu acordei relutantemente às 9h e fui pôr um zíper na bolsa que estou fazendo pra uma amiga do antigo trabalho. Ainda falta o acabamento interno pra cobrir as costuras das emendas das partes, mas tá tão bonitinha e eu fiquei olhando pra ela e pensei: caramba, eu fiz isso! Eu sou capaz de fazer coisas!
Depois me debrucei sobre o livrinho que uma outra amiga (do emprego novo, mas que eu já conheço há mais de 10 anos) me emprestou e fala sobre Artes Cênicas. Montei uma lista de exercícios/jogos pra fazer com as criancinhas-devoradoras-de-professoras-inexperientes respeitando a seqüência relaxamento, integração, blá, blá.
Fui pra o trabalho e nem cheguei atrasada! Dei as aulinhas pras criancinhas-devoradoras-de-professoras-inexperientes de 1a e 2a série e, voilà!, sobrevivi! Fiquei tão feliz por ter sobrevivido mais este dia, sã e salva, apesar da fatiga inevitável, que resolvi me dar uma entrada a um filme de presente+lanchinho+tranqueiras das americanas.
Foi o que fiz depois do trabalho: vi “A Pantera Cor deRosa”, comi risole de camarão e bolinho de bacalhau e tomei suco de manga, comprei o cd do The Commitments que eu tanto queria (meus senhores, sois capazes de adivinhar o que escuto neste preciso momento?), um caderno com capa-dura de anjinho pra escrever minhas aulas e ver se consigo ter alguma inspiração/ajuda divina nelas pra lidar com as criancinhas-devoradoras-de-professoras-inexperientes, e comprei também um estojinho das meninas super poderosas pra guardar os cacarecos de costura que tenho espalhados aqui e ali. E agora estou aqui, sentadinha, esperando a máscara pra limpeza de pele (aquela beeem clássica mesmo, estilo verde-pesadelo-de-marido) secar pra tomar aquele puta banho demorado e enrolar pela net até de madrugada.
...
Pele limpinha, pijaminha vestido, estou prontinha pra ir pra o bercinho e dormir o sono dos justos.
Agora lembrei que, enquanto eu caminhava de volta do shopping, conversando com meus botões imaginários e passei perto da casa da amiga dele, pensei que sinto falta dele ainda às vezes. Não posso e nem quero negar que ele me fez muito bem e que me tratou muito bem também. Infelizmente a incompatibilidade de gênios não é coisa que se possa pôr sob o tapete e fazer de conta que ela não existe... uma pena...
As violetas que ele me deu ainda estão florescendo na minha janela. Claro que toda vez que olho pra elas eu lembro dele.
Estranho mesmo não é lembrar dele, estranho é lembrar dele e sentir este carinho enorme e... gratidão. Eu havia me habituado a pensar nos caras que passaram na minha vida com uma certa amargura, ou, pior, com aquela sensação de “onde eu estava com a cabeça quando começou?!” e “graças aos deuses que acabou!”
Não, com ele não é assim. Com ele eu olho pras violetas e penso: foi muito bom pra mim que ele tenha passado na minha vida. Eu tive bastantes momentos de felicidade e fico grata por isso. Só isso.
Mas não quero conversar com ele ainda. Não é necessário. Quero o bem dele, de verdade, mas não quero nenhuma amizade forçada por enquanto. A distância tem sido boa, eu acho. Mas daqui a um tempo acho que poderemos ser amigos. Ele é legal. Eu sou maluca, mas sou inofensiva aos meus amigos, aliás, sou bacana com meus amigos. Quero ser legal com ele também. Ele merece pessoas boas em sua vida. Eu também mereço.
E, assim como quem deixa tudo por dizer depois de muitos dedos de prosa, atenderei aos apelos de Morfeus...
Boa noite, meus senhores. Boa noite a todos vós.
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