segunda-feira, julho 25, 2005

25/07/05

eu caminho assim, a esmo
não tenho pressa de chegar
ninguém me espera lá
não tenho pra onde ir
um fogo me arde
caminho
caminho
é um oco sem fim dentro aqui
dentro em mim, noite de mata fechada
flecha, arco, gaiolas
sou presa
– de quem?
– sei não, vida, sei não.
gaiola dourada não consola passarinho
eu canto baixinho
ninguém escutaria se eu gritasse
que diferença faz?
quando a solidão está aqui, concreta feito pedra
que diferença faz a gaiola dourada?
não quero mel nem quero palavra
quero o céu
quero a imensidão
caminho
andando em círculos
– pra que a pressa, passarinho?
– vou fugir pra dentro de mim.