quinta-feira, julho 28, 2005

28/07/05

ó! lá vem ela! lá vem ela!
vem sorrateira, se esgueirando por entre as frestas
lá vem! posso sentir seus dedinhos abrindo caminho
é como se ela, em cada passinho curto, ao pisar tocasse uma tecla de piano, eu posso sentir sua aproximação como a evolução de uma escala
sinto seu cheiro adocicado, seu hálito fresco de orvalho, de maresia
os grandes olhos de via láctea
os cabelos de lírios
linda
perfídia
traiçoeira como só ela
Esperança
agorinha eu senti seu perfume
e agora já não há mais como lhe fechar a porta
só resta deixar que ela brinque comigo de novo
me cubra de louros neste momento e
me dilacere o coração no seguinte
não há como voltar atrás
nunca houve
já os sargaços me cobrem as faces
jazirei no profundo azul que não tem fim e nem volta
nunca teve