08/05/05 (de tarde) A * acabou de ir embora. Ela dormiu aqui. Ela tem dormido aqui muitas vezes por conta do carro na oficina. Às vezes é legal ter companhia, especialmente quando é assim, em doses homeopáticas. Pra morar junto o tempo inteiro, nem pensar. É bom chegar em casa e não ter ninguém, as coisas estarem todas no mesmo lugar. Uma individualista abarrotada de manias como eu não poderia ter outro tipo de vida e ter sossego... já me bastaram os anos de vida familiar pra me ensinar isso.
A festa ontem foi bem legal e eu dancei horrores. Bebi uma quantidade considerável de álcool, considerando-se que fico embriagada até com fanta uva... mas não dei vexame, não fiz nada idiota e – graças à Baco!!! – nem tampouco vomitei e não me sinto mal, apenas sonolenta, como de costume. Fui de carona com o * que passou aqui em casa já vindo do aniversário de uma amiga. Gosto dele pra caramba. Ele é um cara decidido nesses assuntos afetivos. Quem me dera eu tivesse um desse modelo... ah, sei lá. antes da festa, eu, * e * estávamos aqui em casa tomando piña collada e batida de maracujá e falando sobre a vida, sobre relacionamentos e a ausência deles. Engraçado é que eu e a * queríamos alguém que nos tratasse exatamente da maneira que o * detesta ser tratado. Bem, eu digo logo que sou carente e que preciso de um cara que esteja perto e faça questão de demonstrar que realmente está perto. Isso deve soar extremamente idiota, meus senhores, mas a verdade é que tudo o que eu queria agora era um namoradinho que mandasse mensagens no meu celular, andasse o tempo inteiro de mãos dadas comigo, me apresentasse pra família e pra os amigos logo de cara e que me ligasse uma vez por dia só pra dizer “boa noite” ou “eu queria só ouvir sua voz”. Por outro lado, eu detestaria um cara que concordasse com tudo o que eu digo e que quisesse só me agradar, fazendo coisas que ele nem sequer gostaria. Sei lá se esse tipo de cara existe, mas eu quero acreditar que sim porque eu estou decidida a sentar e ficar esperando. Esse é o tipo da coisa que não dá pra sair procurando, tem que simplesmente acontecer. Não tenho tido vontade alguma de ficar com ninguém. Ninguém mesmo, exceto o Felipe S, vocalista do Mombojó, pra quem eu abriria uma exceção porque o cara é exatamente do meu número: nerd, fofo e dança desengonçado e fofo, fofo :> Brincadeirinhas à parte, é grave mesmo essa coisa da inibição da libido... putz, os caras simplesmente não parecem apetitosos, quer dizer, eu olho pra eles e só vejo decepções em potencial. Tem uns que são interessantes, mas não consigo ver nenhum relacionamento com eles, até mesmo porque a maioria já deixa bem claro a que veio. Não tenho mais as manhas de ficar com um cara só por ficar. Já fazia tempo que eu não tava mais afim disso, mas o lado físico acabava pesando. Agora é diferente, nem sequer o álcool, fator absoluto de motivação pra coisas estúpidas, me fez ter atitudes diferentes ontem, por exemplo. Minhas expectativas agora são nulas no que diz respeito a ter um envolvimento afetivo com alguém. Foda-se, não vou ficar só pra me sentir podendo. Eu não tô podendo porra nenhuma! Não tem ninguém interessante na minha cola, aliás, não tem ninguém nem desinteressante na minha cola, então por que me dar ao trabalho??? Melhor evitar a fadiga... É, eu sei, talvez demore muitos anos – na melhor das hipóteses – até que eu namore de novo. Talvez não aconteça nunca mais. Quem poderá saber? É, se eu acreditasse em Deus, poderia até pensar em ir pra um convento de tão remotas parecem estar as possibilidades de eu ter um namorado no futuro. Felizmente eu não tinha mesmo como projeto único de vida me dedicar a um namoro; eu quero me dedicar a várias coisas, entre elas o namoro. Nossa, nessas horas eu só consigo pensar que, se eu sonhasse em casar e ter filhinhos, estaria em desespero agora porque se tá foda ter um namorado, que dirá um marido?! afff...
Por pouco não falei ontem com o fator M. É que essa estória dele ficar mandando recadinhos pelas pessoas ainda não desceu goela a baixo. Eu ia dizer pra ele ter mais hombridade e dizer na minha cara o que ele fica dizendo de mim por aí, me pintando com as cores da perfídia. Mas desisti. Isso só serviria de mais material pra ficção dele. Aí sim é que ele diria pra todo mundo que eu sou terrível, que provoco, que sou uma dissimulada, blá, blá, blá. Whatever, não falarei com ele mais nem por decreto.
“se você estiver na água e não souber nadar eu vou te jogar uma pedra pra você segurar pra você ficar ciente de onde é seu lugar”
Lá pelo quarto final da festa encontrei o * que veio de novo com aquele papo de que se não fosse o fator M, ia cair matando em cima de mim. Na hora eu ri, disse que tava cagando e andando pra o fator e que achei q essa estória tinha sido só uma brincadeirinha do * mesmo, q a gente é amigos, aí ele disse “mas q rola vontade, rola”. Pensando nisso hoje, acho que preciso conversar com o * porque ele tem que parar com essa estória por 2 motivos: 1o: já estou de saco cheio de ser alvo disso que parece ser um contrato de exclusividade que eu nunca assinei com o fator M, muito pelo contrário, mesmo na época em que a gente ficava, eu disse a ele que ficaria com outros caras já que ele não se posicionava a respeito; (parece que foi só eu decidir que esse esquema não era pra mim, pra cair a fichinha do fator de que eu valho a pena... típico! típico!) 2o: se o * é amigo do cara, não tem nada a ver ficar me provocando; Bem, quanto a mim, não vejo como poderia ficar de novo com o *. Eu olho pra ele e vejo um amigo. Pra mim, o lance da gente ter ficado foi só uma brincadeira, um lance de curiosidade e a gente nem deu uns pegas de verdade, só uns beijinhos. Normal. Nunca imaginei que ele pudesse querer repetir a dose. É, seres humanos são complexos. Mas eu tô tentando me simplificar: quero conhecer um cara novo (chega dos que eu já conheço e seus problemas já tão batidos) e namorar com ele até... é, isso mesmo, reticências. Sem data de validade. Relacionamentos são sempre complicados, então eu não quero complica-los ainda mais, quero só viver numa boa, só isso. Chega dessa estória de ficar um dia, ficar de novo e aí nunca mais. Quero muitíssimo mais do que isso e se não der, ok, nem sempre a gente tem o que quer... Whatever, vou tomar banho e lavar esse cabelo que tá puro cigarro... argh, como eu detesto fumantes!!! E, só pra variar, ainda levei uma bela duma queimadura de cigarro no braço ontem. Adivinha de quem? Da *... que palha... fiquei tão puta! Ah, whatever. Ah, a última da noite de ontem foi levar uma cantada muito da cara de pau de um ex-ficante da *... eu mereço... tá, beleza, o cara é gatinho e tals, mas falar que as amigas deveriam dividir tudo, foi um pouco demais... mas ele teve sua importância porque, seja lá como for, foi uma cócegazinha no meu ego. O cara é interessante e, na boa, não fosse o fato de ser ex-ficante da *, eu até ficaria com ele em outra situação, quando estivesse me sentindo inspirada a ficar só por ficar. Ontem, ainda que ele nunca tivesse ficado com a *, eu não teria tido as manhas. Melhor evitar a fadiga... melhor ficar quietinha e ver o que a maré traz de volta. Mas quando eu penso em começar algo que vai terminar logo e ainda por cima com dorrrr pra mim, dá uma preguiça, um desânimo... eu sempre me apego muito facilmente aos caras legais, porque, obviamente, andei tropeçando em uns que, nem se me pagar eu não pego.