quinta-feira, maio 12, 2005

12/05/05

vi meu girassol hoje de tarde
meio de banda
meio de lado
e já não era o meu
já era outro
já era...

como as pessoas podem mudar tanto e continuar sendo as mesmas?
como um rosto que já foi só seu pode ser só mais um na multidão da ala norte?
como alguém que vinha sorrindo em sua direção agora passa batido sem nem olhar pra o lado
sem nem ver o céu
sem nem notar quanta coisa passou e quanta ainda continua
talvez seja melhor andar assim sem perceber tais coisas
mas como o girassol sobreviveria sem virar-se na direção do calor do sol?

e como dois e dois são quatro,
e tão certo quanto a noite dobra-se por sobre o dia
viver é inútil e é bom
dói, mas nem sempre e nem tanto como nos dias bons de céu claro e gentes passeando por cima das minhas misérias e pequenezas

e eu vi um girassol que não era meu
eu vi um rosto no meio da multidão
não vi olhos e nem sorriso
vi um homem que já não mais conheço
não sei ao certo o que vi
só sei que doeu
meu corpo quebrou-se no estalo do passado
13 chibatadas bem dadas
açoite no coração do dia, em praça pública
o girassol que não conheço
o girassol que correu e sumiu no mundo
eu sozinha ali na ala norte
eu sem eira nem beira

09/05/05

lembrei de você, Murilo Ciano, exatamente às 21h13. bem, talvez fosse um pouco mais cedo, meu relógio às vezes atrasa. não dá pra se confiar em relógios.
conheci o Mombojó dia desses e aí, agorinha mesmo, entendi porquê desse gostinho de coisa lembrada, flashback de bala de menta, sei lá. a mistureba gostosa -- dessas de ficar cantarolando sozinha ou rodpiando em passinhos de bailarina -- me lembra você. bateu uma saudade da porra de você.
te vejo em Recife.

finalmente um ônibus com apenas um assento! êeee! quero ver sentar alguém do meu lado agora. como nada é perfeito, fica bem na frente do ônibus, na cara do cobrador. mas, enfim, agora somos só eu , o Mombojó e o Murilo na minha cabeça.
ando tão saudosa ultimamente, credo. será que é da idade? serão os hormônios? agora tenho até espinha na bochecha... ou será só a vida mesmo?
não tá dando pra ver a lua, uma pena. é sempre reconfortante olhar pra cima e ver a lua.
o asfalto deslizando em arabescos iluminados de amarelo. paramos. não sei porquê. apenas paramos. cruzo as pernas. olho pra o tempo. as luzes passam. a cidade fica no canto do meu olho e continua ali. o tempo inteiro passando, passando. eu queria permanecer.
pra que existem as pessoas?
pra que serve uma pessoa ou um milhão delas?

08/05/05 (de noite)

08/05/05 (de noite) sinto falta do meu girassol. Ele nunca foi meu, mas eu assim o considerava. Ele foi relâmpago... rápido... quando eu vi, já era... ele iluminou minha vida de forma tão intensa e tão confusa e passou tão rapidamente, tão rapidamente que... ele ainda faz minha respiração ficar suspensa. Ele trouxe consigo a tempestade. Tudo está encharcado aqui. O céu não está mais iluminado. O céu parece desabar sobre mim. E eu estou sozinha e não tenho pra onde ir porque onde quer que eu vá, carrego a lembrança dele comigo. Meu girassol... meu girassol... revolveu meus dias e meu mundo de tal forma que ainda estou sem norte, sem rumo, sem prumo, sem chão. Não sobrou nada. Nada. Acho que não sobrou mais amor aqui pra ninguém. Estou árida, desértica. A chuva me inunda, mas aqui dentro, nada. Ele deveria ter durado mais do que as palavras, mais do que o tempo, mais do que os ossos, mais do que a língua a carne as estrelas e a areia. Mas acabou. Acabou comigo. Literalmente. Deu um tiro na minha nuca. Meu girassol deve andar por aí com pétalas sujas do meu sangue, mas ele nunca se dará conta. Ele acha que é puro e limpo como a água da chuva caindo do céu. Eu sei que meu sangue está ali, escarlate como a mentira de que ficaríamos juntos até o fim do fim. E eu quem mentiu, não foi?! No fim, sou só eu. Só eu sozinha. No fim, só eu menti?! Como as pessoas podem levar suas vidas adiante assim, dessa forma? Sujas de sangue, maculadas pelas mentiras que contaram na maior desfaçatez? Ah, meu girassol, eu teria sido sua até o fim do fim, mas você nunca me deu a oportunidade de mostrar isso. E agora o que eu faço com isso tudo que me explode a cabeça e queima a língua e os dedos e me revolve o coração? Não há nome pra isso. Não há nada. Acho que nunca te conheci. Mas sinto sua falta. Sinto falta de me sentir assim tão feliz e iluminada, como uma pétala, como um jardim. Você era meu girassol e eu corria ao seu redor, você era meu. Eu quis que você fosse meu, mas você nunca me conheceu e nunca se mostrou pra mim. E agora você anda por aí exibindo o meu sangue como um colar de pérolas negras. E eu fico aqui submersa pelas lembranças em sépia. Eu realmente te amei. Agora é o vazio me incomodando e a falta de nomes pra dar ao que sinto que é tão concreto quanto a náusea, só que mais forte. Estou tão terrivelmente anestesiada. E é como se eu caísse num abismo, um precipício que nunca finda. E não há ninguém pra me estender a mão. A queda A náusea A chuva O tempo que não pára A chuva que não pára A queda que não pára Será que morro logo? Será que ainda espero um pouco? É como estar com um pára-quedas sem cordão que eu pus já sabendo disso. Não há culpados. Eu sou culpada. Eu sou culpada pela minha vida. Eu quis nascer. Eu quis me apaixonar. Eu quis ter um girassol. Mea culpa, mea maxima culpa. I’m so fucked up... É bem estranho olhar pra frente e saber que não haverá ninguém lá. E por que haveria? Sinto frio e são só 21 h num domingo de maio...
Essa é uma daquelas noites em que eu realmente gostaria de me cortar. Queria cortar os pulsos não, só fazer uns cortes nos braços e nas pernas, sei lá.

08/05/05 (de tarde)

08/05/05 (de tarde) A * acabou de ir embora. Ela dormiu aqui. Ela tem dormido aqui muitas vezes por conta do carro na oficina. Às vezes é legal ter companhia, especialmente quando é assim, em doses homeopáticas. Pra morar junto o tempo inteiro, nem pensar. É bom chegar em casa e não ter ninguém, as coisas estarem todas no mesmo lugar. Uma individualista abarrotada de manias como eu não poderia ter outro tipo de vida e ter sossego... já me bastaram os anos de vida familiar pra me ensinar isso.
A festa ontem foi bem legal e eu dancei horrores. Bebi uma quantidade considerável de álcool, considerando-se que fico embriagada até com fanta uva... mas não dei vexame, não fiz nada idiota e – graças à Baco!!! – nem tampouco vomitei e não me sinto mal, apenas sonolenta, como de costume. Fui de carona com o * que passou aqui em casa já vindo do aniversário de uma amiga. Gosto dele pra caramba. Ele é um cara decidido nesses assuntos afetivos. Quem me dera eu tivesse um desse modelo... ah, sei lá. antes da festa, eu, * e * estávamos aqui em casa tomando piña collada e batida de maracujá e falando sobre a vida, sobre relacionamentos e a ausência deles. Engraçado é que eu e a * queríamos alguém que nos tratasse exatamente da maneira que o * detesta ser tratado. Bem, eu digo logo que sou carente e que preciso de um cara que esteja perto e faça questão de demonstrar que realmente está perto. Isso deve soar extremamente idiota, meus senhores, mas a verdade é que tudo o que eu queria agora era um namoradinho que mandasse mensagens no meu celular, andasse o tempo inteiro de mãos dadas comigo, me apresentasse pra família e pra os amigos logo de cara e que me ligasse uma vez por dia só pra dizer “boa noite” ou “eu queria só ouvir sua voz”. Por outro lado, eu detestaria um cara que concordasse com tudo o que eu digo e que quisesse só me agradar, fazendo coisas que ele nem sequer gostaria. Sei lá se esse tipo de cara existe, mas eu quero acreditar que sim porque eu estou decidida a sentar e ficar esperando. Esse é o tipo da coisa que não dá pra sair procurando, tem que simplesmente acontecer. Não tenho tido vontade alguma de ficar com ninguém. Ninguém mesmo, exceto o Felipe S, vocalista do Mombojó, pra quem eu abriria uma exceção porque o cara é exatamente do meu número: nerd, fofo e dança desengonçado e fofo, fofo :> Brincadeirinhas à parte, é grave mesmo essa coisa da inibição da libido... putz, os caras simplesmente não parecem apetitosos, quer dizer, eu olho pra eles e só vejo decepções em potencial. Tem uns que são interessantes, mas não consigo ver nenhum relacionamento com eles, até mesmo porque a maioria já deixa bem claro a que veio. Não tenho mais as manhas de ficar com um cara só por ficar. Já fazia tempo que eu não tava mais afim disso, mas o lado físico acabava pesando. Agora é diferente, nem sequer o álcool, fator absoluto de motivação pra coisas estúpidas, me fez ter atitudes diferentes ontem, por exemplo. Minhas expectativas agora são nulas no que diz respeito a ter um envolvimento afetivo com alguém. Foda-se, não vou ficar só pra me sentir podendo. Eu não tô podendo porra nenhuma! Não tem ninguém interessante na minha cola, aliás, não tem ninguém nem desinteressante na minha cola, então por que me dar ao trabalho??? Melhor evitar a fadiga... É, eu sei, talvez demore muitos anos – na melhor das hipóteses – até que eu namore de novo. Talvez não aconteça nunca mais. Quem poderá saber? É, se eu acreditasse em Deus, poderia até pensar em ir pra um convento de tão remotas parecem estar as possibilidades de eu ter um namorado no futuro. Felizmente eu não tinha mesmo como projeto único de vida me dedicar a um namoro; eu quero me dedicar a várias coisas, entre elas o namoro. Nossa, nessas horas eu só consigo pensar que, se eu sonhasse em casar e ter filhinhos, estaria em desespero agora porque se tá foda ter um namorado, que dirá um marido?! afff...
Por pouco não falei ontem com o fator M. É que essa estória dele ficar mandando recadinhos pelas pessoas ainda não desceu goela a baixo. Eu ia dizer pra ele ter mais hombridade e dizer na minha cara o que ele fica dizendo de mim por aí, me pintando com as cores da perfídia. Mas desisti. Isso só serviria de mais material pra ficção dele. Aí sim é que ele diria pra todo mundo que eu sou terrível, que provoco, que sou uma dissimulada, blá, blá, blá. Whatever, não falarei com ele mais nem por decreto.
“se você estiver na água e não souber nadar eu vou te jogar uma pedra pra você segurar pra você ficar ciente de onde é seu lugar”
Lá pelo quarto final da festa encontrei o * que veio de novo com aquele papo de que se não fosse o fator M, ia cair matando em cima de mim. Na hora eu ri, disse que tava cagando e andando pra o fator e que achei q essa estória tinha sido só uma brincadeirinha do * mesmo, q a gente é amigos, aí ele disse “mas q rola vontade, rola”. Pensando nisso hoje, acho que preciso conversar com o * porque ele tem que parar com essa estória por 2 motivos: 1o: já estou de saco cheio de ser alvo disso que parece ser um contrato de exclusividade que eu nunca assinei com o fator M, muito pelo contrário, mesmo na época em que a gente ficava, eu disse a ele que ficaria com outros caras já que ele não se posicionava a respeito; (parece que foi só eu decidir que esse esquema não era pra mim, pra cair a fichinha do fator de que eu valho a pena... típico! típico!) 2o: se o * é amigo do cara, não tem nada a ver ficar me provocando; Bem, quanto a mim, não vejo como poderia ficar de novo com o *. Eu olho pra ele e vejo um amigo. Pra mim, o lance da gente ter ficado foi só uma brincadeira, um lance de curiosidade e a gente nem deu uns pegas de verdade, só uns beijinhos. Normal. Nunca imaginei que ele pudesse querer repetir a dose. É, seres humanos são complexos. Mas eu tô tentando me simplificar: quero conhecer um cara novo (chega dos que eu já conheço e seus problemas já tão batidos) e namorar com ele até... é, isso mesmo, reticências. Sem data de validade. Relacionamentos são sempre complicados, então eu não quero complica-los ainda mais, quero só viver numa boa, só isso. Chega dessa estória de ficar um dia, ficar de novo e aí nunca mais. Quero muitíssimo mais do que isso e se não der, ok, nem sempre a gente tem o que quer... Whatever, vou tomar banho e lavar esse cabelo que tá puro cigarro... argh, como eu detesto fumantes!!! E, só pra variar, ainda levei uma bela duma queimadura de cigarro no braço ontem. Adivinha de quem? Da *... que palha... fiquei tão puta! Ah, whatever. Ah, a última da noite de ontem foi levar uma cantada muito da cara de pau de um ex-ficante da *... eu mereço... tá, beleza, o cara é gatinho e tals, mas falar que as amigas deveriam dividir tudo, foi um pouco demais... mas ele teve sua importância porque, seja lá como for, foi uma cócegazinha no meu ego. O cara é interessante e, na boa, não fosse o fato de ser ex-ficante da *, eu até ficaria com ele em outra situação, quando estivesse me sentindo inspirada a ficar só por ficar. Ontem, ainda que ele nunca tivesse ficado com a *, eu não teria tido as manhas. Melhor evitar a fadiga... melhor ficar quietinha e ver o que a maré traz de volta. Mas quando eu penso em começar algo que vai terminar logo e ainda por cima com dorrrr pra mim, dá uma preguiça, um desânimo... eu sempre me apego muito facilmente aos caras legais, porque, obviamente, andei tropeçando em uns que, nem se me pagar eu não pego.

06/05/05

06/05/05 já tem bem uma hora que estou aqui esperando o vento frio nas minhas juntas a noite fria noite a dentro não acaba de passar gente tem sempre alguém indo ou vindo mas eu não gosto de gente eu gosto do frio no meu rosto vou sair um pouco vou andar a pé um pouco sozinha na noite é bom andar sozinha de noite tenho paradeiro certo mas não sei se é pra lá que quero ir quero pôr as mãos nos bolsos e sentir o vento frio no rosto de manhã cedinho o céu é ciano puro o orvalho se espreguiçando no verde o príncipe xá-gê-rãn? A princesa niu-má-ral? Quê? Quê? Quê? Tê-tê-tê-têre-tê! O esplendor, a maravilha. Ahhh...
Bem que esse metrô poderia ser menos vagaroso.

03/05/05

não é simplesmente ótimo poder me sentar aqui sob a luz deste poste, neste banco? Aqui, exatamente aqui... começou a esfriar mais cedo. Ainda é maio e está frio. São nem sete horas da noite e está frio. talvez seja eu morrendo. Todas as respostas anteriores. Não tenho mais vontade de cortar os pulsos, eu agora sei rir. Eu sorrio pras pessoas e morro um pouco todo dia. Mas um dia eu chego lá, nem que seja de avião. Voltei a beber. Hoje não. ontem também não. eu só bebo socialmente. Todos os alcoólatras pensam isso, a minha (falta) de sorte é que minha vida social está em coma. Coma alcoólico (?). Que tipo de pessoa usa parênteses pra guardar a pontuação?! É realmente sou muito controladora, também pudera, eu não sei cantar... Esfriou mais cedo a noite Ainda não me calei Ainda respiro Ainda sinto que o frio... Nunca vi ninguém tão magra suar tanto Mas é que esfriou mais cedo Me atrasei de novo pra aula.

02/05/05

02/05/05 eu gosto de olhar pela janela e ver a cidade quando o sol acabou de se pôr. É como se a noite fosse abocanhando o dia devagarinho e, ao mesmo tempo, rapidamente. Pela minha janela, vejo um restinho de azul no céu, uns lilases e laranjas ao fundo. Pela outra janela já vejo a escuridão da noite. Gosto de ambas as visões: a noite e a tarde juntas e separadas pelo teto do metrô. Gosto das coisas perdendo a nitidez e se transformando simplesmente em silhuetas escuras, contrastando com o ciano escurecendo no céu. daqui a pouco tudo será noite. Dentro de mim, arde uma chama que me consome aos pouquinhos como uma vela quase acabando, mergulhada nas lágrimas de cera. Não sei se é bom ou ruim. O metrô ali parado, cheio de pessoas. Eu suspiro. Pessoas podem ser tão interessantes e absurdamente entediantes e desnecessárias. Todas as luzes ali fora estão acesas. Não, alguns apartamentos estão desligados. Eu gosto de morar em apartamento. O meu também está apagado. Minhas plantas estão no escuro. Acho que todo mundo tem televisão, menos eu. Preciso tanto de uma televisão quanto de um namorado. Acho que vou pôr um piercing na boca de novo. Seria bom ir pra o casamento da Eliane com um, mas eu vou deixar pra furar semana que vem porque eu terei tempo. Vou tirar um abono, melhor, vou fazer uns exames na segunda-feira que vem. Não tem mais ciano no céu, nem de longe. Azul era belle de jour, era bela da tarde. Seus olhos azuis como a tarde, na tarde de um domingo azul. La belle de jour. O Fabiano gravou essa música pra mim. O cd ficou super bom. Talvez ele sinta falta de ter alguém pra quem fazer coisas fofas. Eu sei que eu sinto. Argh, minha franja está simplesmente medonha! Preciso cortar esse cabelo urgentemente!

30/04/05

30/04/05 ontem fui ver o Mombojó no gate’s. eu tinha visto na quinta no Teatro Nacional e gostei pra caralho, só que teatro é teatro, fiquei sentadinha e tals... palha. Já o show de ontem foi super empolgante porque o gate’s é um ovo de codorna e a banda mal cabia no tabladinho que serve de palco. A música deles é boa pra caralho e os caras formam um conjunto totalmente fofo!!! Fofo de dar vontade de morder!!! Noussa... o vocalista tem uma carinha de nerd que é simplesmente a coisa mais deliciosa do mundo!!! O baixista tem um jeitinho muito fofo e tem carinha de danado, assim como o guitarrista e um cara que toca cavaquinho e outras coisitas mais que eu nem sei o nome. Eles são mais baixinhos do que eu imaginava. Ah, meus senhores, que lindos eles são tocando. As músicas têm um quê de Stereolab, mas são mais ricas porque eles misturam uns sambinhas e uns tecladinhos cafajestes que funcionam como o pistom no Cake. Fofos fofos fofos fofos fofos e o Tosh vai ter que gravar um cd deles pra mim já que eu não tive dinheiro pra comprar o cd, já que eles não aceitavam cartão de crédito. Whatever...

terça-feira, maio 03, 2005

29/04/05

meus cabelos pretos molhados
minha camiseta branca molhada
e o negrume e a foligem do ônibus se dissipando no lilás do céu
é fim de tarde
é fim do azul
minhas meias enxarcadas
meu coração macerado
minhas lágrimas encobertas pela chuva que molha mas não lava
meus olhos pesam na minha cara desbotada
um sorriso amarelo pra quem na rua me cumprimenta banhado de sol
mas a chuva desaba sobre mim
eu e meus 27 anos
eu e meus 27 anos
eu e meus 27 anos

o ônibus pára, eu não desço
sim, eu desço, mas não quero
queria uma pausa
a Dor anestesiou meu peito
a Dor calou meu coração
emudeceu minha língua e minha pena
a Dor matou-me há séculos atrás

quem são essas pessoas nesses carros?
tantos carros...
eu não tenho carro.
eu não ando à pe
eu não sei voar.

29/04/05

acabei de voltar do show do Mombojó no TNCS. foi ducaralho! a banda é muito boa. gosto desses hibridismos e acho que essas bandas têm mais chance de sobreviver ao mercado fonográfico.
quando os caras entraram no palco, levei um susto poque eu esperava muita percussão: tambores de tudo quanto é jeito, mas só tinha a bateria tradicional, guitarra, baixo, teclado e coisas normais do naipe cavaquinho e flauta transversal. o som deles é muito legal e eu só não comprei o cd porque ainda estou muito sem grana.

26/04/05

bem, resolvi trancar intropsico. agora tô aqui na lanchonete da BCE vendo Ghost. só vendo mesmo porque eles deixam a tv sem som. mas eu tô ouvindo um cd de música brasileira no discman. gosto desse cd, o #2: tem Pífanos de Caruaru, Bezerra da Silva, etc.
pausa pra o mixto quente+suco de laranja

agora tô aqui nos reservados da Referência, perto da janela como eu gosto. sempre gostei daqui, é calmo.

bombom toffe. eu sempre quis saber o que diabos é toffe. será coffe + alguma coisa?

pois é, que farei eu das 16h às 19h, já que vou trancar intropsico? bem, meus senhores, claro que estudar úma opção, mas quais são as outras? deve haver outras. tem que haver outras. bem que podia ser o contrário, né?, intropsico às 14h e introadminist às 16h porque aí eu poderia almoçar todas as terças e quintas também. seria legal não correr tanto. semestre que vem tentarei não pegar nada às 14h e nem às 20h50. quero ter uma vidinha mais light.
nossa, minhas aspirações estão cada vez mais simples... acho que tô ficando velha mesmo...

30/04/05

30/04/05
ontem fui ver o Mombojo no gate’s. eu tinha visto na quinta no Teatro Nacional e gostei pra caralho, só que teatro é teatro, fiquei sentadinha e tals... palha. Já o show de ontem foi super empolgante porque o gate’s é um ovo de codorna e a banda mal cabia no tabladinho que serve de palco. A música deles é boa pra caralho e os caras formam um conjunto totalmente fofo!!! Fofo de dar vontade de morder!!! Noussa... o vocalista tem uma carinha de nerd que é simplesmente a coisa mais deliciosa do mundo!!! O baixista tem um jeitinho muito fofo e tem carinha de danado, assim como o guitarrista e um cara que toca cavaquinho e outras coisitas mais que eu nem sei o nome. Eles são mais baixinhos do que eu imaginava. Ah, meus senhores, que lindos eles são tocando. As músicas têm um quê de Stereolab, mas são mais ricas porque eles misturam uns sambinhas e uns tecladinhos cafajestes que funcionam como o pistom no Cake. Fofos fofos fofos fofos fofos e o Tosh vai ter que gravar um cd deles pra mim já que eu não tive dinheiro pra comprar o cd, já que eles não aceitavam cartão de crédito. Whatever...

24/04/05

24/04/05
caralho, meu dia ontem foi muito bom! Primeiro porque a Thaíse e o * vieram aqui me ajudar a corrigir parte do montão de cadernos dos meus alunos que eu trouxe. A gente conversou, riu, comeu a torta e os bolos que fiz, e corrigiu coisas. Foi uma tarde produtiva. Depois o * me levou pra concha acústica onde eu ia trabalhar no stand de camisetas oficiais do Placebo. Bem, trabalhar lá foi o melhor emprego que eu tive, apesar dos momentos de ócio e das bandinhas que tocaram antes do Placebo (eram péssimas, se bem que eu até que gosto do 10zero4 porque é bem Rage Against the Machine). Pois é, eu tava tremendo nas bases porque jurava que o tal do produtor gringo ia comer minhas entranhas, sei lá, eu tava com um puta medão de não conseguir falar direito com o cara, de esquecer toda a merda do inglês, mas nada disso aconteceu: o Morgan é um amor de pessoa – além de lindo – e eu consegui me comunicar bem com ele, a não ser quando o som tava muito alto, mas foi super tranqüilo; ainda vi o show do Placebo, coisa que não teria rolado porque eu não tenho grana pra gastar; fui paga em dinheiro no final do evento e ainda fui conhecer os caras no camarim! Putz, eles são bem legais, bem simpáticos, nenhum estrelismo aparente. E o vocalista ainda mandou o Morgan me preparar uma bebida. Bem, nesse momento eu esqueci toda a porra do inglês, e depois de umas goladas de vodka com coca-cola, eu só ficava rindo, mas isso eu faço sempre que bebo. Eles devem ter me achado uma idiota but that’s ok porque eu fico idiota mesmo quando bebo, ou quando fico nervosa. Os caras são engraçados, mas o altão, acho que é o guitarrista, é bem sarcástico. Gostei dele. Deu vontade de colocar o vocalista no colo de tão fofinho que ele é, parece um menininho. Depois eles tinham que voltar pra o hotel e eu liguei pra Vivi pra descolar uma carona. O melhor emprego que eu já tive sem sombra de dúvidas. E o Morgan ainda me deu o cartãozinho dele com o telefone celular e tals, mas eu não vou ligar porque nem tô podendo bancar ligações locais, que dirá internacionais... Mas vou escrever um e-mail com certeza porque o cara é muito gente fina e vale a pena trocar umas idéias com ele. Putz, tô muito aliviada também porque vou pagar o condomínio com a grana que recebi ontem e o que sobrar vou pagar mais uma parcela da renner e o que sobrar vai ajudar com o cartão de crédito. Eita pindaíba da porra!!! No mais, tudo continua a mesma merda, só que pior porque é final de bimestre e eu tenho muita coisa pra corrigir. Uma bosta. Mas sobreviverei. Ah, mais tarde vou à Sobradinho, à casa da mãe da * pegar o convite do casamento dela. Vai ser em maio. Ela já tá casada no civil, mas tinha resolvido esperar mais um pouco antes de casar na igreja. As meninas estarão lá e acho que o * também vai. Faz séculos que não a vejo... a gente se distanciou bastante, mas acho que isso é natural... acho que acaba acontecendo com quase todos os amigos de escola quando os caminhos começam a se bifurcar e depois acabam num esquema axial. Mesmo na época da escola nós não éramos parecidas, não gostávamos de quase nada em comum, mas a gente sempre gostou bastante uma da outra. Gosto dela demais, mas acho que chegamos a tal ponto que precisaríamos nos conhecer de novo, e digo isso de boa. Dessa época da escola, do segundo grau, só continuamos próximos mesmo eu, * e *. Tem gente que eu não vejo há séculos e nem queria mesmo rever, tem outros que eu gostaria de rever, mas nunca mais vi e tem as meninas que eu vejo, sei lá, uma vez por ano no aniversário de alguém. Falando assim parece que foi há tanto tempo atrás... mas parece que foi ontem a formatura, que foi ontem o primeiro dia de aula no Projeto, que cheguei agora mesmo do ginásio e já vou ter que voltar correndo pra aula de laboratório... estranho como as coisas ficam marcadas na nossa memória, como o nosso corpo todo se lembra, como algumas coisas ainda doem quando vêm à tona, e como outras não despertam mais o mínimo interesse a despeito do furor que causaram, dos dramas, dos tormentos e dilemas morais que suscitaram. O passado é um negócio estranho porque na verdade ainda está aqui, está bem aqui no meu rosto, nos meus olhos, nas palmas das minhas mãos, nos meus joelhos. Sinto falta da minha ingenuidade em acreditar que as coisas melhorariam e que a felicidade era um lugar ao qual eu chegaria com certeza depois de suportar e sobreviver a todos os martírios da adolescência e da vida em família, na minha família.... sinto falta desse sentimento. Ele passou por mim como uma lesma: só deixou o rastro brilhante e gosmento, demorou pra caralho, mas passou, passou mesmo. Agora eu já sei – empiricamente – que não existe tal coisa, só existem fragmentos, pistas, indicações do que seja essa bendita felicidade. Mas tudo bem por mim desde que, no final das contas, o saldo seja positivo porque durante muito tempo eu operei em déficit... queria ter um pouco de lucro, só pra variar, e sei que, nos últimos anos, embora a vida tenha sido difícil, eu tive vários momentos de alegria, de contentamento, posso dizer até mesmo de felicidade. Sem exageros dramáticos e com alguns ressentimentos, eu fui feliz quando pude. No regrets...
Uma das coisas do Placebo que eu mais gosto é “protects me from what I want”. Bem, a frase é a minha cara porque eu tô sempre querendo coisas que só me deixam sempre na pior... bem, mais especificamente falando, eu sempre quero caras que acabam me deixando na pior... mas agora eu vou trabalhar isso em mim porque chega, né?, já tô cansada dessa brincadeira, já cansei de começar rindo e terminar chorando. Bem, eu sei que é impossível evitar o sofrimento e continuar vivendo, então eu decidi que pelo menos vou checar se existe um pouco de água na piscina antes de me jogar de cabeça... agora o próximo cara vai ter que chegar em mim e me mostrar que tem a intenção de namorar, de ter um compromisso e blá, blá, blá. É isso aí mesmo, chega de me arriscar com esses filhos da puta indecisos e medrosos: agora eu estou fechada pra balanço e só reabrirei mediante proposta inovadora, empreendedora. É óbvio que isso pode me deixar cheia de poeira e teias de aranha, mas vai me economizar muito em desgaste emocional. Sinto falta de sexo, mas nem tanto a ponto de me expor de novo a um envolvimento que não vai dar em lugar nenhum porque o cara é um medroso. Bem, caras podem ser medrosos, eu entendo perfeitamente que todo mundo deve viver sua vida como bem entender e preferir, mas isso também me dá o direito de dizer que só quero começar alguma coisa com um cara que se disponha a levar um relacionamento monogâmico comigo à diante e sem data de validade definida. Ah, cansei dessa vida, cansei de tanta embromação e tantas merdinhas machistinhas e blá, blá, blás que não levam ninguém a nada. E tenho dito.

22/04/05

22/04/05
bem, hoje é sexta-feira, mas pra mim tá parecendo sábado ou domingo. Não fui trabalhar hoje, mas já assei bolos e lavei roupa. Preciso ir à Taguatinga buscar os benditos cadernos dos alunos que eu pedi que a * trouxesse de Samambaia. Ela mora bem pertinho da * e a minha intenção era que a * pudesse trazer pra mim, mas ela tá trabalhando o dia inteiro no CCBB... agora não sei como faço pra pegar os troços porque é coisa pra caralho. Até mesmo porque se fossem poucas coisas, eu mesma teria trazido na quarta. Que palha... preciso corrigir essas merdas nesse final de semana. Tô ouvindo a antena 1. simply red. Eu gostava dessa merda. Quer dizer, ainda gosto. Não sei porque agora tô com essa coisa de ficar chamando tudo de merda. Acho que cansei de chamar de coisa, ou dizer isso, aquilo... sei lá. Freud deve explicar. Na real eu não queria trabalhar não, queria poder ir ao cinema, ver um filminho light, nada de dramas, um filminho de terror, uma comédia estúpida, sei lá, algo bem hollywoodiano porque preciso relaxar. Não tenho mais pique pra ver filmes de teor, com conteúdos que precisam ser pensados, e blá, blá, blá. Ler então, nem pensar. Só se fosse o livro de piadas do casseta e planeta... vou acabar emburrecendo de tanto dar aulas... paradoxal isso, não? mas também não vou pensar a respeito disso. E já que eu não tenho tv em casa pra ver a sessão da tarde, vou jogar um pouco de paciência e vou dar aquela cochilada e depois vou fazer cobertura pra os meus bolos: uma de limão e pra o bolo de chocolate eu farei uma dupla cobertura: a primeira de leite condensado com coco, tipo beijinho de coco, e a outra de chocolate. Na real, essa de coco deveria ser recheio, mas eu sempre estrago os bolos tentando parti-los ao meio pra rechear. Nossa, que dilema, hein? Recheio ou cobertura? Minha vida já foi mais interessante, se bem que era beem mais problemática, então acho que eu fico com o dilema de cortar o bolo ao invés do antigo que era cortar ou não os pulsos... Aff... vou ter que ir lá na casa da minha prima eu mesma, de baú, pegar os malditos cadernos. Bem, quem mandou eu inventar essa merda, né?, agora tenho que agüentar. Vou ver se o * pode me dar uma ajuda indo lá pegar isso comigo, nem que seja só uma parte. Ou então eu não pego porra nenhuma e fico a toa a merda do final de semana inteiro. Os maiores sucessos da antena 1 agora em versão gregoriana... putz, depois dessa eu fui obrigada a voltar pra rádio nacional... Acho que essa é minha deixa pra jogar paciência.

17/04/05

17/04/05
noussa, tô até impressionada comigo mesma: estou digitando enquanto espero a máquina terminar de lavar roupa. Pois é, ainda não é uma da tarde e eu estou de pé, já coloquei roupa pra lavar, já passei um paninho na casa (cozinha e banheiro incluídos), e tem um bolo de mandioca no forno. é, sou uma dona de casa... afff... bem, pelo menos não tem nenhum careca e barrigudo me pedindo pra eu levar uma cerveja enquanto ele vê qualquer merda na tv do tipo corrida de carro, futebol ou calouros no Raul Gil. Caralho, e eu que sempre considerei minha vida deprê... mas eu sei que ela poderia ser MUITO pior. Felizmente eu não me casei. Assim posso ser miserável só por conta das coisas que eu mesma faço. Acordei relativamente cedo hoje, na real muito cedo pra um domingo, mas foi porque a * dormiu aqui em casa e estava indo embora. Ao invés de voltar pra o meu bercinho, resolvi ajeitar logo as coisas aqui. Ontem foi uma noite muito boa até certa hora, depois ficou muito palha, depois ficou passável... a parte ótima foi ter uns amigos aqui em casa, e um deles não vinha aqui há séculos. A gente comeu das minhas tortinhas de presunto e queijo, bebemos piña collada, conversamos bastante, rimos, xaropamos pra caralho, ouvimos músicas diferentes e eles foram embora. Depois um outro amigo veio me pegar pra ir a uma festa de ragga e eu e a * fomos. Mas antes passamos na casa de uma mina nossa conhecida porque um amigo nosso estava lá e essa foi a parte palha, brochante e totalmente desnecessária: a gente já foi lá com o intuito de sermos breves, mas acabamos nos arrependendo de termos ido pq a galera de lá causou uma situação totalmente constrangedora pra mim porque começaram a me perguntar sobre a noite de sexta, se eu estava feliz, e blá, blá, blá. O detalhe é que eu estava sentava sentada num banquinho e a galera ao meu redor fazendo perguntas e eu me senti super pressionada. Coagida a falar. Eu só conseguia rir por causa do nervosismo escroto que me bateu e ainda disse “mas isso tudo porque eu dei uns beijinhos no *?”. Mas aí o * interferiu e a gente vazou de lá. noussa, foi sinistro. Eu teria dito tudinho pra o * q é meu amigo há séculos, mas o resto da galera de lá eu conheço de mesa de bar, não são meus amigos, são conhecidos. Acho q eles nem sacaram o tanto q foi palha, mas foi. O clima ficou péssimo. Fomos pra festa mesmo assim e quem eu encontro lá? *, o motivo do interrogatório. Explico: na sexta eu fiquei com * q é um cara q eu conheço há anos e adoro, tenho o maior respeito e consideração e já cansei de dizer que ele é uma das melhores pessoas que eu conheço. Mas eu sempre tive um abismo por ele, só q o cara era casado e tals e eu nunca iria dar em cima dele. Mas aí ele se separou e eu resolvi aproveitar a oportunidade e acabei dando uns beijinhos nele. Aí pronto, a curiosidade do povo foi despertada. Eu só não imaginava que seria assim. Na hora que o vi na festa, eu desacreditei porque ele quase não sai, acho que nem falei com ele direito... quer dizer, eu falei com ele, mas não dei a atenção que eu costumava dar, nem conversei nada, só dei um beijinho e abraço típico de cumprimentos e fui falar com um amigão que estava junto com ele. Poxa, achei palha. Eu bem que queria ter falado mais com ele e tal, mas fiquei com medo dele achar que eu tava querendo ficar com ele de novo, que eu ia forçar uma amizade, sei lá. espero que ele não tenha ficado com uma impressão ruim de mim porque eu realmente gosto dele pra caralho. Poxa, é bem difícil conciliar as coisas... e agora fico aqui me perguntando se ele terá pensado que eu sou uma escrota que dá uns beijos num dia e no outro nem fala direito com ele. Acho que ele não pensaria que eu sou uma escrota porque nunca nem o vi dizer uma coisa assim de alguém, mas eu não queria mesmo que ele ficasse com uma má impressão. Talvez eu devesse ligar pra ele pra conversar um pouco sobre esse tipo de coisa, pra esclarecer tudo. Mas não dá pra ligar porque ainda estou sem telefone. Que merda, não? c’est la vie... Vou jogar um pouco de paciência pra me acalmar.

10/04/05

10/04/05
é domingo. Não tenho muitas opções, e não quero nenhuma das que tenho... calma, meus senhores, nada de mais, é que tenho que estudar um monte de coisas ou fazer faxina, mas eu prefiro deixar tudo como está e escrever. acabei de chegar do Brasília shopping. Fui almoçar lá com a *. Ela dormiu aqui em casa. São quase 18h. o dia lá fora está lindo. Impressionante como até Brasília consegue ficar bonita nesse horário... o céu muito azul, muito mesmo, a luz do sol já empalidecendo, o reflexo do céu e das nuvens nos vidros dos prédios... eu gosto muito disso. Gosto de ver os prédios com o aspecto decadente que a arquitetura moderna tem. Acho bom pensar que todos esses prédios que foram construídos recentemente pra serem espetacularmente inovadores, em algum tempo, talvez algumas décadas, vão ser decadentes como o conic, por exemplo, com aquele aspecto de abandono e marginalidade de os lugares velhos nos centros das cidades têm. Eu gosto disso. Gosto dos prédios históricos também, antigos e sólidos e feitos pra parecerem respeitáveis. Gosto deles serem velhos. Pena que não tem disso aqui em Brasília, onde tudo ainda não é velho o bastante, só as pessoas. Eu vim caminhando do shopping até aqui pensando em Brasília e no céu daqui e em como isso é bonito e eu me senti feliz por estar onde estou agora. Só isso. Deixei pra pensar aqui em casa em como minha vida está bagunçada. Lá fora eu só sentia o calor e o sol de vez em quando me cegando enquanto eu caminhava. Às vezes é bom poder não pensar em muitas das coisas que nos aborrecem. Não é indicado fingir o tempo inteiro que nada de errado está acontecendo, mas é bom poder abstrair um pouco, só um pouco. Eu tive meus efêmeros minutos de abstração, de imersão no dia quente e no céu azul. Putaqueopariu, sou praticamente uma hippie suja... Agora eu estou em casa ouvindo o cd que o Fabiano me deu. Ele não gravou especialmente pra mim, ele só abriu o case e me deu, sei lá porque. Acho que é porque ele queria me dar alguma coisa, talvez só as palavras dele de agradecimento não lhe parecessem o bastante. Bem, eu não costumo ganhar ou dar presentes, por isso adoro quando acontece. Adoro poder dar um presente pra alguém que eu gosto. Queria poder realmente dar mais coisas pras pessoas, é uma tentativa de cristalizar minha afeição, sei lá. mas não tenho mais grana. Eu fali. A única coisa que realmente posso oferecer é atenção... e eu também adoro receber atenção. Gosto de presentes, gosto mesmo, especialmente esses informais, cd’s que a pessoa gravou pra mim, cartas, bilhetes, um bombom, qualquer coisa dessas fofas que dizem que a pessoa gastou um pouco do seu tempo pensando em mim. É, eu sou MUITO carente sim e me sinto MUITO FELIZ em saber que alguém de quem gosto gosta de mim e perde tempo pensando em mim. Isso me deixa feliz e aliviada também. Talvez, eu penso nesses momentos, minha passagem neste planetinha não seja tão inútil assim porque tem gente que gosta de mim e pensa em mim e deseja minha felicidade, não importa quantas pessoas me detestem e desejem que eu morra com dorrr. Nesse cd que o Fabiano gravou pra mim tem umas musiquinhas da trilha sonora de “closer” que eu achei muito boa por sinal e gostei do filme também. As pessoas não valem nada e estão dispostas a mentir e ferir as pessoas de quem mais deveriam cuidar, mas mesmo depois de ter visto isso muitas vezes na vida real – acho que vi até demais –, e de ter visto isso na porra do filme, sei que a vida vai seguir assim nesse ritmo estranho, em espirais e arabescos, num garrancho, porque as pessoas vão seguir mentindo, enganando, sendo dissimuladas e escrotas umas com as outras. Eu gosto de muita gente. Eu desprezo a maior parte da humanidade. Eu amo algumas pessoas, ainda que elas não me amem. Espero poder conviver mais um tempo com as pessoas de quem gosto. Tenho pensado muito na morte. Sempre pensei, mas agora é como se estivesse ficando cada vez mais próxima e mais real. Eu não queria morrer agora, mas acho que isso é mais uma das coisas que a gente não escolhe na vida... e, afinal, milhares de pessoas morrem a todos os dias e acho que pra morte eu também sou só mais um número; nada pessoal, é o trabalho dela. Ontem eu fui pra uma festa. Nossa, foi bom demais apesar da qualidade do som estar horrível. As músicas estavam bem legais, mas deu um pau lá no equipamento e ficou trash a parada. Mas essa é mais uma das vantagens da embriagues... eu tava na pilha de dançar ainda quando estava sóbria, depois de umas doses de licor de chocolate, malibu, hi-fi e seleta... caralho, eu tava pra lá de Bagdá. Isso é o que me deixa puta com relação ao meu organismo: tem dia que eu tomo uma caipirinha e quase morro de vomitar, mas tem outros em que eu tomo uma vasta gama de bebidas muito fortes e não rola nada, nem ânsia e nunca dá pra saber qual vai ser o dia de vomitar... deprê. Bem, mas não foi ontem, ontem foi o dia de rir e dançar e abraçar minhas amigas e me sentir feliz mesmo numa festa cercada de gente que eu nunca nem vi na vida, mas foda-se, eu não vou a festas pra ver pessoas, eu gosto é de dançar. Fomos eu e três das minhas melhores amigas. Eu tava feliz por tê-las ali comigo. Foi bem divertido e a gente se abraçava e dizia essas cosias que as bêbadas dizem do tipo “eu amo muito vocês”, “não é porque eu tô bêbada não mas eu tô muito feliz por vocês estarem aqui”... só a * não bebe. Acho bom ela não beber. Mas ontem eu tava afim de beber mesmo e dançar muito e curtir a festa. Acho que curti até demais porque acabei beijando um amigo meu em mais uma expressão de coisas que faço por impulso e por isso são boas mas podem acabar se complicando à luz da Razão. É, eu beijei o *. Foi uma coisa bacana, natural, sei lá, nada planejado. Como recuperar certos trechos do passado faz bem. a gente se conhece há quase dez anos e ele foi o primeiro cara de quem eu gostei lá na UnB. Na época eu gostava dele e do *. nunca teve nada a ver; ele porque me detestava, e acho que eu nunca fiz o tipo do *. Mas era aquele gostar bem bobinho, colegial e tal, e acabou sendo substituído pela amizade quando comecei a conhece-los melhor. Hoje eu amo os dois do fundo do coração, assim como amo todos os meus amigos de looonga data. Mas sabe o que é mais legal? Saber que a noite de ontem não vai me afastar do P, porque a gente continua conversando como sempre, como amigos. Eu amo o cara e sei que ele me ama também, mas é um amor sublimado, coisa de amigos mesmo. Os beijos foram só pra matar uma curiosidade recíproca, curiosidade antropológica :> Opa, agora só falta o * :> ... imagina, se ele lê um troço desse? vai querer passar longe de mim porque vai achar que eu vou me jogar em cima dele. Nem vou. Admiro o cara pra caralho. Nossa, se a dona patroa dele visse isso então... putz, iria querer meu escalpo. Mas, pô, na boa, eu amo o * também e quero continuar sendo amiga dele pra o resto da vida, não tenho intenção nenhuma de sair agarrando meus amigos só por curiosidade. O lance com o * é que rolou uma sincronia. Sei lá. acho que a gente nunca mais vai ficar e com isso eu consigo lidar de boa porque não estamos apaixonadinhos e nem sequer afim um do outro. somos melhores como amigos. Pior é que, sem querer, surgiu uma situação que pode ser ruim pra ele: fator M em ação... Tinha dois amigos do fator M junto com o * ontem na festa e um até falou na hora que ia dar merda quando M ficasse sabendo e ele deve ficar sabendo em breve... O outro amigo deve falar com M também. Sei lá. eu nem tava pensando no cara. Na real eu não tava pensando muito em nada porque a estoriazinha do “penso, logo desisto” é muito forte em mim. Mas isso pode ser ruim pra o P porque o M é conhecido por gostar de usar a força bruta e eu sou testemunha presencial de 2 fatos, então sei como ele fica quando parte pra agressão. E eu sei que o * gosta do cara e tal, mas, putamerda, agora eu assinei contrato de exclusividade?! Então eu nunca mais vou poder ficar com ninguém até que o cara saia da minha cola?! E tenho certeza de que os espíritos de porco de plantão vão jurar de pés juntos que eu fiz tuuudo de propósito, e que ainda levei o amigo pra o mal caminho porque nessas estórias, a mulher é sempre a perfídia, a escrota, a leviana fria e calculista e os caras são sempre sujeitos altamente passivos e influenciáveis que, nas mãos de megeras como eu, são manipuláveis como geleca. Bem, foda-se. Beijei o meu amigo mesmo porque ele quis e eu quis e só. ponto final. Eu não devo nada a ninguém além do BRB, então que ninguém venha me apontar o dedo como se eu tivesse qualquer obrigação com qualquer pessoa porque eu sou uma mulher solteira e sem filhos e não devo satisfações a ninguém. E tenho dito.

03/04/05

03/04/05
pois é, estou sem internet. Não paguei a conta de telefone. Também não paguei a conta da renner. Nem sei mais o que foi que eu não paguei em março mas que terei que dar uma remediada em abril. O telefone eu não vou pagar mesmo não. deixa ficar cortado. Pelo menos assim eu me despenduro da net. Tenho muita coisa pra estudar. Sabe, acordei chateada, mas agora eu estou puta de raiva. Motivo: fator M. cara, eu até ia ligar pra essa figura e perguntar o que diabos está acontecendo, ou o que foi que aconteceu pra ele resolver me odiar e pôr meus amigos contra mim. Logo ele, esse filho da puta cheio de “eu quero que você seja feliz, Verônica, mesmo que seja com outro cara”. Grande merda. Bem, isso só serve pra ressaltar o meu ódio mortal dos homens. Agora eu quero que eles vivam com dorrrrrr e morram devagarzinho, aos pouquinhos, de preferência de câncer na uretra. É isso aí mesmo. Foda-se essa merda de não desejar o mal. Quero mais é que essa raça de mentirosos, covardes, indecisos, cafajestes e fracos morra!!!! Não quero nem saber se tem mulheres que são assim também. Não pretendo ter nenhum affair com nenhuma mesmo, quem quiser que elas morram, que deseje isso por si mesmo. E quer saber, morrer de câncer de uretra é pouco! Quero que os paus de vocês, malditos, caiam segundos antes daquela sonhada/esperada trepada com a mulher que vocês mais desejam foder e depois dar um pé na bunda, porque é só isso mesmo que vocês sabem fazer: foder com a gente e no pior dos sentidos. E, quer saber, constatei agora que a culpada fui eu mesma. É que eu deveria ter confiado mais nos meus instintos, deveria ter continuado ignorando a existência desse ser imaturo – que desperdício de 20 e tantos anos de existência! – e não ter pensado aquela velha e idiota frase “dá uma chance pra o garoto, Verônica”. Quero ver agora quem é que vai me convencer a dar uma chance pra qualquer um... bem, pois é, resolvi dar uma chance pra essa criança super desenvolvida e aí deu no que deu! Desde sempre só tive problemas com ele que sempre me surpreende com sua infantilidade. Isso é muito triste porque eu sinto agora por ele uma coisa que nem o fator R me fez sentir: vontade de apagar sua passagem na minha vida. Pois é, esse fator M representou um puta retrocesso na minha vida. 28 anos de vida sofrida, corrida, ralada e ainda desperdicei dias preciosos com esta pessoa. Como?! Como?!!! Porque eu sou uma imbecil também que está sempre disposta a ver o melhor das pessoas. Mas o melhor de algumas pessoas simplesmente não é bom o bastante pra mim. Arrogância, não: cansaço. É, eu tô cansada de perder meu tempo com esses caras imaturos apesar da cara barbada. Parece que experiência de vida pra eles é algo pra jogar fora, é lixo, é bobagem, é descartável. Que merda. Preciso me afastar deles. De todos eles. Bem, continuo abrindo exceção pra os meus amigos, porque esses têm problemas com outras mulheres, mas pra mim fica só a parte boa: a diversão, o companheirismo, a compreensão. Se outras mulheres querem vê-los mortos, bem, isso será um problema porque eu gosto muito deles e espero que todos vivam mais do que eu. Ainda gostaria de saber porque eu me apego tanto a essa vida idiota...
Putz, eu estava pensando nisso tudo que escrevi e, quer saber, deixa pra lá. não vale a pena sentir nada por uma criatura que viveu tanto tempo e não sabe aproveitar pra aprender alguma coisa com a vida. Eu não preciso me preocupar com ele, a própria vida já está se ocupando do fator M... mas é triste isso porque está afetando minha vida social, meu convívio com os meus amigos, mas não há mal que sempre dure: daqui um tempo ele cai na real. Até lá, tudo bem, eu não tenho encontrado com ele mesmo e nem devo encontrar nem tão cedo pq não tenho grana pra sair pra lugar nenhum mesmo. Foda-se. Chega de sentir coisas ruins. Já me basta não sentir nada realmente bom, nada realmente significativo, sublime, fenomenal, amor mesmo, então não vou perder meu tempo me ocupando com idiotas. Chega. Não vou mais perder tempo pensando e nem muito menos escrevendo a respeito do infantil M. Ele será apagado realmente da minha vida, como naquele triste porém tocante “o brilho eterno de uma mente sem lembranças”, só pra mim não será triste e nem muito menos tocante, será apenas. Está sendo. Acabei de fazer dois bolos de mandioca, de marcas diferentes. o resultado também foi diferente. Um eu vou experimentar agora mesmo porque fiz pra consumo próprio. O outro só amanhã porque fiz pra levar pra o encontro pedagógico que vai ocupar todo o nosso adorável dia... foda, né? mas, enfim, vamos lá. esse que eu fiz pra levar amanhã tá com uma aparência melhor e espero que o gosto esteja bom também. Tomara que o diretor não chegue nem perto porque eu fiz pra os meus colegas de trabalho, não praquele pulha. Bem, daqui a pouco, depois de comer o bolo, vou começar a digitar um manifesto que quero entregar amanhã também.
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02/04/05

02/04/05
ontem eu fui com a * ver um espetáculo sobre o “Imaginário Pernambucano” com o Sexteto Capibaribe e o grupo Batuque. Impressionante como a música me toca, especialmente a música nordestina. Até o sotaque deles é lindo, é musical. Talvez eu devesse me mudar pra Recife também. Acho que uma coisa que vai valer a pena fazer esse ano é guardar dinheiro pra ir pra lá no ano que vem, nas férias, com tempo pra andar por Recife e Olinda e as cidades próximas. Vai valer a pena porque a cultura de lá vale muito a pena. A viagem que fiz pra lá em 2002 foi bacana mas foi muito curtinha e no carnaval tudo fica mais complicado. Bem, espero que dê tudo certo pra isso. Não tenho feito lá muitos planos e nem me empolgado com nada a médio ou longo prazo, então esse será um exercício bom pra mim: planejar guardar dinheiro pra fazer uma viagem. A * tinha dito que queria ir também, espero que ela continue querendo porque não sei se eu teria as manhas de ir sozinha... é claro que eu não teria! Eu mal vou ao cinema sozinha!!! Ridículo, não? mas é verdade, eu detesto estar em lugares públicos sozinha. Andar sozinha pelas ruas eu acho até legal, acho bom ficar sozinha com meus pensamentos tragicômicos, mas freqüentar cinemas, shows, restaurantes sozinha, aí é foda. Eu acho que essa é uma coisa muita palha em mim, essa dependência por companhia. Acabei de descobrir mais uma coisa pra qual eu tenho que fazer um plano de ação a médio-longo prazo: fazer coisas sozinha. Poxa, mas o foda de ter ido ver o espetáculo é que eu quero ir amanhã também, mas os ingressos estão esgotados. A Caixa é foda! eles reservam uma porcentagem altíssima de convites pra os funcionários, e aí a galera simplesmente não vai e as cadeiras ficam lá vazias até que o show começa e eles deixam o pessoal que estava esperando vagas entrar. Que coisinha mais desnecessária. Pois eu vou falar com a Valéria pra gente ir mesmo assim, sem ingresso nem nada e esperar pra entrar. Poxa, gostei tanto dos shows. Gostei de ter saído também, na verdade, o dia inteiro. A * veio aqui pra casa na hora do almoço, então resolvemos almoçar no shopping e já ver um filminho pra entreter. Eu queria ver Heroi, mas ela detesta filme japonês. Confesso que também não sou lá muito fã não, nem me dei ao trabalho de ver “o tigre e o dragão”, por exemplo, mas vi o trailler desse e fiquei morrendo de vontade de assistir. Durante a semana pra mim é inviável pq tenho aulas de noite, então agora vai ficar pra o próximo final de semana até mesmo porque, até lá já devo ter recebido o bendito pagamento... A * encontrou com a gente lá no Pátio e vimos “miss simpatia 2” porque nenhuma de nós está realmente querendo ver mais tristezas, porque a vida real tá foda e a gente queria dar umas risadas sem precisar gastar muitos dos nossos neurônios. Bem, eu gostaria de poder ver algum filme realmente interessante e tal, mas a Academia de Tênis é tão inacessível... enfim, depois do junkfood visual nós passamos rapidinho na pendragon e foi aí q a * me ligou lembrando do lance na Caixa e ela não se animou a ir, mas eu e a * sim. Foi ótimo. A * nos pegou na frente da Caixa e nós fomos pra o Iate Clube pensando em ver o show do Ed Mota e do Seu Jorge, mas tava caro e a gente chegou com o show já acontecendo, então acabamos comendo cachorro-quente e voltando pra casa. Não me arrependi de não ter entrado. Me arrependi de não ter ido embora direto lá da Caixa. Nossa, quem me viu e quem me vê, né? nunca estive tão desanimada pra fazer coisas em toda a minha vida. Se eu ainda morasse em Sobradinho, capaz de eu não sair pra canto algum... Putz, que deprê... mas a vida é assim mesmo, né? fases, eu acho. ...

31/03/05

31/03/05
eu realmente estou dividida entre a vontade de me apaixonar e a de me manter como estou. É que eu queria sentir algo, queria me emocionar, rir com mais intensidade, chorar com mais intensidade, me sentir desejada, amada, querida, amaldiçoada, tudo, tudo o que agora eu não sinto. Mas isso é tão perigoso... porque a alegria pode ser grande, mas o sofrimento pode ser imenso. Cheguei num ponto em que sofro muito pouco [agora, depois de um ano], mas em compensação não tenho nenhum contentamento... é uma bosta essa apatia. Uma bosta. Pior é que não tem botão de liga-desliga... às vezes bem que poderia ter, né? difícil não se sentir nada, é monótono, é CHATO! Acho que devo me apaixonar em breve. É que estou numa apatia tão escrota que isso não pode durar muito ou eu vou pirar. Não dá pra ficar nessa falta de estímulos e motivação. Vou avabar me apaixonando pelo primeiro idiota que aparecer na minha frente tentando me levar na conversa. Que merda. Meu deus! meu deus! E essa aula que não acaba!!! E eu estava tão empolgada pra fazer introdução à psicologia, agora me vejo reduzida a isso! Que aula insuportável! Será que é assim que meus alunos se sentem? Tomara que não.... tomara que não... Acho que devo começar a acreditar em deus... porque estou no inferno! E se existe um inferno, deve haver um céu ainda que longe daqui, muuuuuuuuuuuito longe.
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29/03/05

29/03/04
sei lá porque, me lembrei agora do fator R. me dizendo ao telefone “oi, lindinha”. caralho, doeu. caralho, faz um ano. doze meses. trezentos e sessenta e cinco dias. e ainda dói. dói pra caralho. como eu queria poder abrir meu e-mail e ver um e-mail dele pra mim. eu sei que isso não vai acontecer, mas eu queria assim mesmo. eu ainda amo o filho da puta. tento não pensar tanto nele, tento não pensar tanto nele, tento não lembrar dele. é difícil esquecer o que foi tão bom é foda não lembrar o que foi ruim. ainda não entendo como é que tudo acabou de forma tão escrota. quem diria que tudo acabaria assim tão imbecilmente neologismos idiotas pra situações tragicamente idiotas.
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03/04/05

03/04/05


pois é, estou sem internet. Não paguei a conta de telefone. Também não paguei a conta da renner. Nem sei mais o que foi que eu não paguei em março mas que terei que dar uma remediada em abril. O telefone eu não vou pagar mesmo não. deixa ficar cortado. Pelo menos assim eu me despenduro da net. Tenho muita coisa pra estudar.

Sabe, acordei chateada, mas agora eu estou puta de raiva. Motivo: fator M. cara, eu até ia ligar pra essa figura e perguntar o que diabos está acontecendo, ou o que foi que aconteceu pra ele resolver me odiar e pôr meus amigos contra mim. Logo ele, esse filho da puta cheio de “eu quero que você seja feliz, Verônica, mesmo que seja com outro cara”. Grande merda. Bem, isso só serve pra ressaltar o meu ódio mortal dos homens. Agora eu quero que eles vivam com dorrrrrr e morram devagarzinho, aos pouquinhos, de preferência de câncer na uretra. É isso aí mesmo. Foda-se essa merda de não desejar o mal. Quero mais é que essa raça de mentirosos, covardes, indecisos, cafajestes e fracos morra!!!! Não quero nem saber se tem mulheres que são assim também. Não pretendo ter nenhum affair com nenhuma mesmo, quem quiser que elas morram, que deseje isso por si mesmo.

E quer saber, morrer de câncer de uretra é pouco! Quero que os paus de vocês, malditos, caiam segundos antes daquela sonhada/esperada trepada com a mulher que vocês mais desejam foder e depois dar um pé na bunda, porque é só isso mesmo que vocês sabem fazer: foder com a gente e no pior dos sentidos.

E, quer saber, constatei agora que a culpada fui eu mesma. É que eu deveria ter confiado mais nos meus instintos, deveria ter continuado ignorando a existência desse ser imaturo – que desperdício de 20 e tantos anos de existência! – e não ter pensado aquela velha e idiota frase “dá uma chance pra o garoto, Verônica”. Quero ver agora quem é que vai me convencer a dar uma chance pra qualquer um... bem, pois é, resolvi dar uma chance pra essa criança super desenvolvida e aí deu no que deu! Desde sempre só tive problemas com ele que sempre me surpreende com sua infantilidade. Isso é muito triste porque eu sinto agora por ele uma coisa que nem o fator R me fez sentir: vontade de apagar sua passagem na minha vida. Pois é, esse fator M representou um puta retrocesso na minha vida. 28 anos de vida sofrida, corrida, ralada e ainda desperdicei dias preciosos com esta pessoa. Como?! Como?!!! Porque eu sou uma imbecil também que está sempre disposta a ver o melhor das pessoas. Mas o melhor de algumas pessoas simplesmente não é bom o bastante pra mim. Arrogância, não: cansaço. É, eu tô cansada de perder meu tempo com esses caras imaturos apesar da cara barbada. Parece que experiência de vida pra eles é algo pra jogar fora, é lixo, é bobagem, é descartável.

Que merda. Preciso me afastar deles. De todos eles. Bem, continuo abrindo exceção pra os meus amigos, porque esses têm problemas com outras mulheres, mas pra mim fica só a parte boa: a diversão, o companheirismo, a compreensão. Se outras mulheres querem vê-los mortos, bem, isso será um problema porque eu gosto muito deles e espero que todos vivam mais do que eu.

Ainda gostaria de saber porque eu me apego tanto a essa vida idiota...


Putz, eu estava pensando nisso tudo que escrevi e, quer saber, deixa pra lá. não vale a pena sentir nada por uma criatura que viveu tanto tempo e não sabe aproveitar pra aprender alguma coisa com a vida. Eu não preciso me preocupar com ele, a própria vida já está se ocupando do fator M... mas é triste isso porque está afetando minha vida social, meu convívio com os meus amigos, mas não há mal que sempre dure: daqui um tempo ele cai na real. Até lá, tudo bem, eu não tenho encontrado com ele mesmo e nem devo encontrar nem tão cedo pq não tenho grana pra sair pra lugar nenhum mesmo. Foda-se. Chega de sentir coisas ruins. Já me basta não sentir nada realmente bom, nada realmente significativo, sublime, fenomenal, amor mesmo, então não vou perder meu tempo me ocupando com idiotas. Chega. Não vou mais perder tempo pensando e nem muito menos escrevendo a respeito do infantil M. Ele será apagado realmente da minha vida, como naquele triste porém tocante “o brilho eterno de uma mente sem lembranças”, só pra mim não será triste e nem muito menos tocante, será apenas. Está sendo.

Acabei de fazer dois bolos de mandioca, de marcas diferentes. o resultado também foi diferente. Um eu vou experimentar agora mesmo porque fiz pra consumo próprio. O outro só amanhã porque fiz pra levar pra o encontro pedagógico que vai ocupar todo o nosso adorável dia... foda, né? mas, enfim, vamos lá. esse que eu fiz pra levar amanhã tá com uma aparência melhor e espero que o gosto esteja bom também. Tomara que o diretor não chegue nem perto porque eu fiz pra os meus colegas de trabalho, não praquele pulha. Bem, daqui a pouco, depois de comer o bolo, vou começar a digitar um manifesto que quero entregar amanhã também.


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28/03/05

28/03/05
quase todos os dias agora eu vejo o nascer do sol muitos tons de amarelo e dourado intensos acho realmente que essas horas, quando o sol nasce e se põe, são mágicas. é que são tantas cores flutuando no céu, tantos azuis, dourados, lilases, laranjas, amarelos e, no pôr-do-sol, vermelhos vivos, muito vivos o céu assim tão colorido é bonito de se ver tenho uma indisfarçável preferência pela noite, especialmente as bem negras, sem qualquer nuvem no céu, e com a lua brilhando cercada de estrelas mas também admiro o dia e sua profusão de cores impressionistas. Será que o céu da Europa é como o daqui?
...

24/03/05

24/03/05


a lua está linda. está de partir o coração.

eu estou sozinha num ônibus sujo, parado na rodoviária imunda.

passo por aqui pelo menos duas vezes por dia.

não gosto daqui. é feio. é sujo.

não queria ir pra casa, mas pra onde eu posso ir?

não tenho dinheiro.

meus amigos não me chamam pra fazer nada. sinto-me só. meus amigos preferem o fator M. é com ele que eles saem. não posso culpa-los, ele deve ser melhor companhia, ele bebe e fuma com eles, eu não.

bem, uma amiga recentemente reclamava que suas amigas deixaram de sair com ela por causa de sua namorada. eu não tenho namorado, mas sinto como se estivesse sendo posta de lado. tenho me sentido triste e só. sinto falta do Giangi. Sinto falta até do fator R. sinto falta de me sentir querida, bem-vinda, amada.

não tenho muitas coisas. agora nem internet eu tenho mais... não tenho dinheiro.


...

tive que...

pois é, meus senhores, a leseira foi tanta que eu fui obrigada a criar outro blog porque não consegui de forma alguma lembrar nem a porra do login e nem muito menos a porra da senha do outro blog....
então eu vou postar tudo o que tenho escrito no meu caderninho branco nos últimos muitos dias.

segunda-feira, maio 02, 2005

affff...

03/04/05


24/03/05


a lua está linda. está de partir o coração.

eu estou sozinha num ônibus sujo, parado na rodoviária imunda.

passo por aqui pelo menos duas vezes por dia.

não gosto daqui. é feio. é sujo.

não queria ir pra casa, mas pra onde eu posso ir?

não tenho dinheiro.

meus amigos não me chamam pra fazer nada. sinto-me só. meus amigos preferem o fator M. é com ele que eles saem. não posso culpa-los, ele deve ser melhor companhia, ele bebe e fuma com eles, eu não.

bem, uma amiga recentemente reclamava que suas amigas deixaram de sair com ela por causa de sua namorada. eu não tenho namorado, mas sinto como se estivesse sendo posta de lado. tenho me sentido triste e só. sinto falta do Giangi. Sinto falta até do fator R. sinto falta de me sentir querida, bem-vinda, amada.

não tenho muitas coisas. agora nem internet eu tenho mais... não tenho dinheiro.